O desfecho do caso
Após oito longos dias ininterruptos de julgamento, seis pessoas acusadas de terem participado da morte de Milena Gottardi foram condenadas. O ex-marido da médica, Hilário Frasson, mandante do crime, foi condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Com os agravantes considerados pelo júri, como o fato de ter cometido o crime quando era policial e contra a mãe de suas filhas, a soma da pena de Hilário chegaria a 42 anos de reclusão, mas foi fixada na pena máxima permitida pela legislação brasileira: 30 anos de prisão. O juiz também determinou a perda do cargo público, embora ele já tivesse sido exonerado em setembro de 2020, e tirou dele o exercício do poder familiar, ou seja, o direito de ser pai de suas filhas. O pai de Hilário, Esperidião Frasson, também foi condenado como mandante, por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. A soma da pena chegaria a 34 anos e oito meses de prisão, mas também foi fixado em 30 anos. Dionathas Alves Vieira, o homem que atirou em Milena, pegou uma pena menor, de 18 anos e oito meses, por ter confessado e dado informações sobre o crime e o envolvimento dos demais réus. Um dos condenados, Bruno Broetto, que emprestou a moto para Dionathas no dia do crime, deve sair da cadeia nos próximos dias. Isso porque, como já cumpriu um sexto da pena de 10 anos e cinco meses, ele pode pedir a progressão para o regime aberto. Os intermediários, Hermenegildo Filho e Valcir Dias, pegaram 26 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado e fraude processual. Na sentença, o juiz Marcos Pereira Sanches fez uma homenagem à Zilca Gottardi, mãe de Milena, e às duas filhas da médica. O tempo que cada um dos réus ficará na prisão não equivale, necessariamente, ao que foi sentenciado. A depender da participação deles no crime, eles podem pedir a redução da pena. Os seis réus, juntos, terão que pagar R$ 700 mil em indenização para a família da vítima.
Desabafo emocionado do irmão de Milena Gottardi
"Justiça foi feita, mas coração fica magoado para sempre", diz Douglas Gottardi em vídeo emocionante.
Quem é quem na trama do crime e quais foram as condenações
Após a sentença da Justiça, confira quem são os condenados, por quais crimes e saiba quais são as penas de cada um.
Hilário é condenado a 30 anos de prisão
Ex-marido da vítima foi condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual.
Atirador é condenado a 18 anos de prisão
Dionathas Alves Vieira foi o primeiro que teve a condenação anunciada. O juiz considerou o fato de que ele confessou o crime e colaborou com a Justiça, fixando a pena em 18 anos e 8 meses em regime fechado.
As penas de prisão fixadas pela Justiça após votação do júri popular
Veja as penas fixadas pela Justiça para os acusados. - Dionathas Alves Vieira (executor do crime): condenado por homicídio qualificado e fraude processual, com reconhecimento da causa especial de redução de pena por colaboração com a Justiça. Pena de 18 anos e 8 meses de reclusão. - Valcir da Silva Dias (intermediou a negociação entre mandantes e executor): condenado por homicídio qualificado e fraude processual. Pena de 26 anos e 10 meses de reclusão. - Hermenegildo Palauro Filho (intermediou a negociação entre mandantes e executor): condenado por homicídio qualificado e fraude processual. Pena de 26 anos e 10 meses de reclusão. - Hilário Frasson (ex-marido de Milena e mandante do crime): condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Agravante por ser agente da lei e pai das filhas da vítima. Pena máxima: 30 anos de prisão. - Esperidião Frasson (ex-sogro de Milena e mandante do crime): condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Agravante por ser sogro da vítima e avô das filhas da vítima. Pena máxima: 30 anos de reclusão.- Bruno Broetto (deu apoio, fornecendo a moto usada no dia do crime): condenado por homicídio simples, com reconhecimento de menor participação no crime. Pena de 10 anos e 5 meses de reclusão.
Familiares e amigos de Milena se abraçam e choram após sentença
Zilca Gottardi e Douglas Gottardi, mãe e irmão de Milena, se abraçaram após o juiz encerrar a sessão. Amiga da médica e uma das testemunhas de acusação, Lívia Maia, também chorou bastante durante a pronúncia da sentença dos réus.
Réus terão que indenizar família de Milena em R$ 700 mil
Juiz determinou que os seis réus terão que indenizar, juntos, a família de Milena Gottardi em R$ 700 mil.
Condenados
Júri decide por condenar os seis réus pelo assassinato de Milena Gottardi. Juiz passa a dosar as penas. Hilário Frasson, Esperidião Frasson, Hermenegildo Filho, Valcir Dias e Dionathas Alves foram condenados por feminícidio, fraude processual e homicídio qualificado.
Irmão e mãe de Milena Gottardi estão no júri acompanhando a sentença
Abraçados, Douglas Gottardi, irmão da médica, e Zilca Gottardi, mãe da vítima, assistem à pronúncia da sentença.
Julgamento é retomado para o anúncio da sentença
Juiz Marcos Pereira Sanches já faz os agradecimentos a todos que fizeram parte dos oito dias de julgamento.
Espera pela sentença já chega a quatro horas
Conselho de sentença está reunido desde às 17h13 para definir o futuro dos seis réus acusados de matar a médica Milena Gottardi.
Conselho de sentença dos jurados já está reunido há três horas
Familiares dos réus, imprensa e outros jurados que não foram selecionados para este julgamento aguardam do lado de fora do salão do júri. Votação teve início às 17h13. Ao retornar, juiz já deve proclamar as sentenças dos acusados.
E... mais coincidências!
A atuação do MPES no Caso Milena começou com a participação dos promotores de justiça Paulo Panaro e Jerson Ramos, que já se aposentaram. Eles também atuaram na fase inicial do Caso Alexandre. Ao contrário do Caso Milena, os dez réus do Caso Alexandre foram julgados em separado. O júri de dois mandantes ocorreu 12 anos após o crime. O terceiro acusado de mando, o juiz aposentado Leopoldo Teixeira, será julgado no próximo dia 14 de setembro.
Mais coincidências
Os promotores de Justiça Bruno Oliveira, Rodrigo Monteiro e Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos, que atuaram no caso Milena, também fizeram a acusação do caso Camata. Um deles, Leonardo, também atuará no julgamento do juiz aposentado Leopoldo Teixeira, acusado de ser mandante da morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Neste outro caso, ele vai atuar com o promotor de justiça João Eduardo Grimaldi.
Há exatos seis anos, outro longo julgamento histórico era realizado no Estado
O julgamento dos acusados pelo crime da Milena Gottardi guarda semelhanças com outro julgamento de grande repercussão no Estado: trata-se do júri popular dos mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Os acusados eram o coronel da reserva Walter Gomes Ferreira e ex-policial civil Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, ambos começaram a ser julgados no dia 24 de agosto de 2015 e a sentença foi anunciada no dia 31 de agosto, à 00h20. No caso Milena, o julgamento teve início no dia 23 de agosto de 2021 e a sentença também será anunciada 8 dias depois, nesta segunda-feira (30).
Advogados do caso já fizeram parte de outros processos famosos no Judiciário capixaba
Alguns dos advogados que fazem parte do processo já atuaram em outras ações que ficaram conhecidas no Espírito Santo. O advogado Renan Sales, por exemplo, que é assistente da acusação e foi contratado pela família de Milena Gottardi, também atuou como assistente da acusação no julgamento do assassinato do ex-governador Gerson Camata. Já os advogados Leonardo Gagno e Patrick Berriel, responsáveis pela defesa do réu Hilário Frasson, também atuaram em outro júri de grande repercussão: o julgamento dos mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Eles representaram o ex-policial civil Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, que foi absolvido das acusações. O júri popular foi realizado em 2015.
Advogados de Hilário fazem crítica ao papel da imprensa no caso Milena Gottardi
Um dos advogados de Hilário, Patrick Berriel fez críticas ao papel da imprensa durante a argumentação da defesa. Segundo ele, Hilário e os demais réus foram execrados a medida que os detalhes do processo e as acusações do MPES eram revelados. "Entramos em um julgamento em que já havia uma condenação pela opinião pública. É como dizem, 'quando a imprensa entra no Tribunal, a Justiça sai pela janela", afirmou.
Como votam os jurados em um júri popular?
Neste momento, o juiz Marcos Pereira Sanches faz aos jurados cada uma das 88 perguntas sobre o crime e o envolvimento dos réus. Após cada pergunta, um servidor do Judiciário passa com uma caixa, em que os jurados votam em "sim" ou "não" para cada questão. Este processo será repetido 88 vezes. Já chegamos a duas horas de reunião dos jurados.
"Hilário virou suspeito por ser arrogante, soberbo e problemático", disse advogado de defesa
O advogado Leonardo Gagno sustentou que a personalidade de Hilário motivou que ele se tornasse suspeito do caso, no início da investigação. Ele alegou, contudo, que as provas não demostram a autoria dele no crime e que narrativa foi construída por conta de "falsas memórias" das testemunhas, a partir do temperamento do acusado. Leia mais, clicando aqui.
Curiosidade: advogado da banca de Hilário era estagiário do fórum no início do processo
Durante a argumentação da defesa de Hilário Frasson, o juiz Marcos Pereira Sanches chamou a atenção para um fato curioso: o advogado Rodrigo Bandeira de Mello, que faz parte da defesa de Hilário, atuava como estagiário do Fórum Criminal de Vitória quando o processo começou a tramitar, em 2017. Segundo o magistrado, foi Bandeira de Melo que fez a numeração das milhares de páginas do processo. "O processo começa de verdade na numeração das páginas e foi dr. Rodrigo, quanto era estagiário nosso aqui, quem fez. Fico feliz que tenha escolhido o Direito Criminal. Quase que eu pedi suspeição, quando vi que ele ia ser advogado neste caso", brincou o juiz.
Apreensão no lado de fora do salão do júri
Neste momento, familiares dos réus e jurados de outros casos (que tiveram a entrada para acompanhar o julgamento do caso Milena Gottardi) aguardam do lado de fora do salão do júri. Comentário geral é de que este foi um dos julgamentos mais longos do Fórum Criminal de Vitória, após oito dias de julgamento. "O padrão em júri popular é que dificilmente passe para o dia seguinte, a não ser em casos de grande comoção".
Hilário e Esperidião sofreram "linchamento moral", dizem advogados
Advogados do ex-marido e do ex-sogro de Milena Gottardi disseram que seus clientes já entraram no Tribunal linchados moralmente pela acusação.
Fim da argumentação da defesa de Hilário; jurados estão reunidos para votar
Com o fim da fase de debates, sem o pedido para réplicas entre a acusação e a defesa dos réus, o julgamento entra agora na fase de votação dos jurados. Eles vão responder a 88 perguntas, sobre os seis réus do caso. A previsão é de que o julgamento retome até às 19h.
Defesa de Hilário usa entrevista de advogado de Dionathas à imprensa em que ele nega que réu atirou em Milena
Patrick Berriel, advogado de Hilário, usou em sua exposição uma matéria de jornal em que o advogado de Dionathas, Leonardo Souza, afirma que seu cliente não atirou em Milena, mas, sim um comparsa. Tese usada pela defesa de Hilário é que Dionathas mudou depoimento no início do processo para envolver Hilário no crime. Advogado de Dionathas nega informação e afirma que desde o primeiro depoimento, o atirador não negou ter feito os disparos contra a médica. Houve bate-boca durante o julgamento e o juiz Marcos Pereira Sanches teve que interceder.
"E-mail de Milena não é falso", diz advogado de Hilário
Leonardo Gagno argumentou que Milena, como médica, era acordada durante a noite, em plantões, para atender casos de emergência, e sustentou que ela poderia, sim, ter acordado às 4h da manhã para escrever um email para Hilário, dizendo que ainda o amava, no dia em que saiu da casa em que eles moravam com as filhas. "Hilário e Milena se falavam de três a quatro vezes por dia, os extratos de telefone mostram isso. Ele fazia a feira e levava para Milena depois de separados, ele buscava as filhas em casa para levar à escola e depois levava de volta para casa. Eles conversavam sobre as crianças e sobre o lar. Douglas, irmão de Milena, falou como o dia em que Milena saiu de casa foi como uma fuga, uma noite de terror na cabeça dela. Será que ela conseguiria dormir uma noite inteira depois de tudo que aconteceu? Por que ela não poderia ter escrito o email? Por que não poderia ter criado uma outra conta dias antes, já que ela dizia ter medo que Hilário tinha todas as senhas dela? Quem após uma crise no casamento consegue dormir uma noite inteira? O que a impede?", questiona o advogado.
"Defenestraram a honra de Hilário, mas ignoraram um casamento de 23 anos sem registros de problemas", alega defesa
Segundo Patrick Berriel, um dos advogados de Hilário a narrativa criada pelo MPES se constrói em torno de fatos que não se consumaram. "Tentaram desconstruir Hilário, disseram que ele passou a andar armado após entrar na polícia, mas não destacam que desde 2002 ele tinha arma de fogo e até então isso não era problema. Usaram a separação e o drama vivido por um casal, mas não mostraram que foi um casamento de 23 anos, que nunca havia dado problema. Isso não mostraram. Era fundamental que nós trouxéssemos essa narrativa. A acusação teve quatro anos, seis dias e seis horas e meia defenestrando Hilário e não mostraram provas concretas do envolvimento de Hilário", diz advogado.
"Arrogância de Hilário levou ele a ser primeiro suspeito", diz advogado de Hilário
Leonardo Gagno afirmou que após Hilário ter ido a delegacia, no dia que Milena Gottardi teve sua morte declarada, ele já saiu com seu telefone grampeado. ´"O cônjuge é o primeiro suspeito quando alguém é morto, isso é um padrão em investigações, ainda mais uma pessoa como Hilário, arrogante, soberbo, problemático. 'É esse', disseram os investigadores e passaram a construir uma relação em torno disso", contou.
"Dionathas apanhou na delegacia para confessar o crime", afirma advogado
Segundo Leonardo Gagno, em um dos vídeos gravados pela polícia, sobre o primeiro depoimentos de Dionathas após a prisão, é possível ver a marca de três dedos no rosto dele, o que indicaria que ele apanhou da polícia para confessar o crime. “Sua memória foi extraída com tapas na cara e ele não teve coragem de dizer em seu interrogatório porque quer se beneficiar com redução da pena por confessar o crime”, apontou.
"'Grande encontro' entre Valcir, Dionathas e Hilário em posto na Serra não aconteceu", diz advogado
Leonardo Gagno sustenta que as antenas ERB, que detectam sinais emitidos pelos celulares, não constataram proximidade entre os aparelhos de Valcir, Hilário e Dionathas, que segundo o MPES, teriam se encontrado em um posto de combustível na Serra. "Tentaram provar que aconteceu um encontro entre Valcir, Hilário e Dionathas na Serra, "O grande encontro", mas o celular de Dionathas, que disse aqui que estava conversando com a mãe de seu filho no banco de trás da caminhonete de Hilário, não foi detectado. Hilário passou por este local porque estava a caminho de Fundão, para visitar os pais", afirmou.
"Usaram o acesso de Hilário a pornografia para demonizá-lo", diz advogado de Hilário
O advogado de Hilário Frasson, Leonardo Gagno, dá início à sustentação oral da defesa do principal acusado. Para ele, durante seis horas da argumentação do MPES, os promotores criaram um discurso de ódio para demonizar a figura de Hilário. "O MPES trouxe aqui que Hilário consultou pornografia, que estava em busca de mulheres após a separação, que era arrogante. Fizeram várias ilações, mas enxergaram uma prova direta que constasse o óbvio, que ele mandou matar Milena?", questiona o advogado.
"Ligação feita por Espiridião para intermediários era para perguntar sobre cavalos", aponta defesa
O advogado de Esperidião alega que a ligação feita por Esperidião para Valcir, poucas horas antes do crime, não indica que ele deu aval ou que teria avisado que Milena estava no hospital, como sustentou o MPES. Ele apontou que o horário em que Esperidião ligou para Valcir, o intermediário e Hermenegildo já estavam nas dependências do hospital. "Além disso, o MPES não comprova o teor dessa conversa. O que o Esperidião me disse e que as testemunhas comprovam é que a conversa era sobre um cavalo que estava no sítio e ele pergunta a Valcir, que era empregado, se o cavalo era de raça. O animal existe, está comprovado. Essa ligação foi apresentada ontem como uma prova insuperável do envolvimento de Esperidião"
"Não há participação de Esperidião em nenhuma das fases do crime", diz defesa
"Esperidião furtou moto? Cedeu moto? Guardou moto? Deu fuga a quem quer que seja? Foi ao lugar do crime? Falou com o executor? Cedeu ou escondeu arma ou munição? Entregou algum dinheiro ou bem de valor? Esperidião teve contato ou conhecia o executor? Manteve alguma relação de dependência com os envolvidos? Não, se ele for suprimido dessa hipótese dos fatos traçada pelo MPES, não fará qualquer diferença a narrativa apresentada", justifica o advogado.
"Esperidião tentar intervir na separação de Milena e Hilário não é motivação para o crime", afirma defesa do sogro da vítima
O advogado de Esperidião também ressaltou que a motivação sugerida pelo Ministério Público, de que o réu tentou intervir na separação de Milena e Hilário, não é suficiente para dizer que ele decidiu matar a médica. "Sustenta-se que a motivação seria a não aceitação em relação a Esperidião do divórcio, porque ele considerava uma desonra para a família. Mas eu pergunto, foi apenas Espiridião que interveio? Amigas de Milena também não pediram para ela não se separar de Hilário? Para inferir que em razão dessa intervenção ele matou Milena, é preciso de mais provas", argumenta.
"Prisão de Dionathas, que envolveu Esperidião no crime, foi feita sem ordem judicial", aponta advogado
O advogado de Esperidião destacou que a prisão de Dionathas Alves, atirador que matou Milena, foi feita um dia antes da decisão judicial com a ordem de prisão do executor. Ele também destacou que, em depoimento, Dionathas sugeriu o envolvimento de Esperidião, mas não fez uma afirmação concreta. "Estou destacando que a prisão de Dionathas foi ilegal para mostrar com Esperidião chegou aos fatos. Quem leva Esperidião ao processo é Dionathas. Mas, Dionathas já estava preso quando saiu a ordem. Não se prende alguém a não ser que seja em flagrante ou por ordem judicial. Além disso, no interrogatório do Dionathas, ele afirma que 'pelo o que o interrogando entendeu, pela conversa com Valcir, foi em razão de Esperidião ter pagado faculdade para Milena que ele queria que ela fosse morta'. São palavras do interrogatório do Dionathas, ele entendeu isso a partir de uma conversa com Valcir, é um achismo, não uma prova", disse Davi Pascoal, advogado de Esperidião.
"Fama de matador de Esperidião é fake news criada em Fundão", diz advogado
Davi Pascoal afirma que a má fama que Esperidião tinha entre os moradores de Fundão é baseada em um boato de que ele teria arrastado uma pessoa pelo cavalo. O advogado afirma que não há registros que o caso seja verdadeiro, já que não se sabe quem era a vítima e nem processo penal contra ele. "Se ele fosse tão bravo, ele não teria tido a casa assaltada em Fundão. Eu procurei e perguntei às testemunhas, se sabiam quem era que foi arrastado, quando aconteceu, mas ninguém sabe, ninguém viu, é tudo por ouvir dizer. Ou seja, é uma fofoca, o que hoje chamamos por fake news, mas estava na primeira representação contra Esperidião", afirmou.
Hilário e Esperidião Frasson estão sofrendo "linchamento moral", diz advogado de Espiridião
O advogado Davi Pascoal destaca que o julgamento tem foco na causa, ou seja, na acusação do crime contra Milena, e não para um "julgamento moral dos indivíduos". "Estamos assistindo neste caso um linchamento moral, principalmente dos apontados como mandantes. O Código de Processo Penal traz que os jurados não estão aqui para julgar o indivíduo, estão aqui para julgar a causa. Engana-se quem pensa que no Júri Popular acontece como era no passado, onde coisas mirabolantes. São juízes de fato, do fato aqui apresentado e não juízes das vidas dos réus", afirma.
Retomado o julgamento
Neste momento, o advogado Davi Pascol Miranda, que representa Esperidião Frasson, inicia a defesa do réu, apontado como mandante do assassinato de Milena Gottardi.
Julgamento suspenso para almoço
O julgamento foi suspenso para o almoço e deve retornar, segundo o juiz, às 13h45. Os próximos passos são as defesas a serem feitas pelos advogados de Esperidião Frasson e Hilário Frasson, apontados como mandantes do crime. A defesa de cada um dos réus terá uma hora e quinze minutos para expor seus argumentos.
Fim da defesa feita pelo advogado de Hermenegildo
O advogado David Passos encerrou a apresentação da defesa de Hermenegildo Filho. Julgamento, agora, vai entrar nas defesas dos mandantes, Esperidião Frasson e Hilário Frasson. Neste momento, juiz fez um intervalo rápido para os jurados.
Defesa de Hermenegildo: “não vou pedir absolvição para crime de emboscada”
Advogado de Hermenegildo contesta versão apresentada por Dionathas, que o seu cliente teria entregue a arma para o executor no dia do crime. Segundo o advogado, Hermenegildo apenas estava no hospital quando Milena foi morta. "Não vou pedir absolvição de crime de emboscada. Dionathas diz que Hermenegildo entregou a arma. Entendemos que a participação de Hermenegildo foi de menor importância, ele só foi ao hospital no dia do crime. Se os jurados optarem por condenação, a tese é: se ele (Dionathas) tivesse cometido o crime, se tivesse recebido por isso, que não seja estendido ao Hermenegildo a imputação de crime de feminicídio", afirmou.
Hilário faz sinal da cruz após sino da Catedral de Vitória, próximo ao fórum, marcar o meio-dia
No salão do júri do Fórum Criminal de Vitória, Hilário fez um gesto atípico até aqui, nestes oito dias de julgamento. Quase sempre fazendo anotações, ele fez o sinal da cruz assim que soou o sino da Catedral de Vitória, marcando o meio-dia. O réu ficou de cabeça baixa com a mão no rosto, como se estivesse rezando. Ele está sentado em uma cadeira ao lado do pai, Espiridião Frasson, que também é réu. Defesa de Hermenegildo permanece com a palavra.
Hermenegildo, ao ser preso, não foi informado do seu direito de ficar em silêncio
De acordo com o advogado de defesa, David Passos, seu cliente, Hermenegildo Filho, ao ser preso em 2017, acusado de participar do crime, não apanhou e nem foi mal tratado pela polícia. No entanto, ele não teria sido informado sobre seu direito de ficar em silêncio e, na delegacia, depôs sob pressão. "Só o fato dele estar diante da polícia, numa delegacia e com informações passadas pela autoridade policial do que seria a verdade contada pelo demais réus, dá medo. Já o deixou com medo. De fato, não foi dito ao senhor Hermenegildo na delegacia que ele tinha o direito de ficar em silêncio", destacou.
Defesa de Hermenegildo: “evitem um ritual de vingança contra os réus”
Ao iniciar sua apresentação, o advogado David Marlon Oliveira Passos, que faz a defesa de Hermenegildo, pede que os jurados se abstenham das informações divulgadas pela mídia, das informações externas, e o julguem pela justiça da lei. “Considerem o que está no processo, não olhem os réus como “o mal”. Saiam do discurso do ritual de vingança, do bem contra o mal. Os réus precisam ser julgados pelas provas. Pelo ritual de vingança eles já estão mortos”, diz, assinalando que o crime foi bárbaro e que, com a divulgação das fotos do réus, eles já estão condenados pelo clamor social.
Justiça bloqueia os bens de Hilário Frasson
O juiz Marcos Pereira Sanchez atendeu a um pedido do advogado da família de Milena Gottardi, Renan Sales, para bloquear os bens de Hilário Frasson. Mesmo sendo acusado de ter sido o mandante do assassinato da médica – e ainda que fosse condenado pelo feminicídio – Hilário tem direito a metade do patrimônio da ex-mulher, já que o casamento era por comunhão universal de bens. Segundo o juiz, o bloqueio é para garantir uma futura reparação por danos morais e materiais em favor da família. Entre os bens bloqueados está o apartamento adquirido pelo casal, na Praia do Canto.
Advogado dá início à argumentação da defesa de Hermenegildo
Apontado como um dos intermediários do crime, Hermenegildo esteve no estacionamento da Hucam junto com Valcir no dia em que Milena foi morta. Mensagens trocadas entre os demais réus também demonstram, segundo o MPES, a participação dele no feminicídio. A defesa é sustentada pelo advogado David Passos.
“Registros do Hucam não são confiáveis”, destaca advogada
Sobre a prova apresentada pelos promotores de justiça, de um ofício do Hucam negando a existência de um paciente de nome Valdemar, a quem Valcir teria visitado no dia do crime, ela lembrou do depoimento do médico Tarciso Fávaro, ao argumentar que esta prova não é válida. O médico, que foi testemunha de defesa de Hilário, informou em seu depoimento que os registro de pacientes do hospital não são confiáveis. "O senhor Tarciso Fávaro esteve aqui e disse que os registros do hospital são uma bagunça. Ele mesmo trouxe isso", pontuou Marli Batista. Ela encerrou sua apresentação pedindo aos jurados que “aquietassem o coração e não se deixassem levar pelo clamor popular”.
Sanidade mental de Dionathas é questionada por advogada
A advogada Marli Batista põe em questionamento a sanidade mental de Dionathas. “Uma pessoa que ataca o caráter de uma pessoa como a médica Milena, eu conheço a importância de uma médica oncologista como Milena, e diz que ficou com ela? Uma pessoa dessas é normal? Como você é contratado para cometer um crime se você não tem nenhuma arma? O advogado dele disse em entrevista logo após a prisão de que o cliente precisava de R$ 2 mil para fazer uso de drogas porque era viciado. Como que uma pessoa dessas está bem de suas faculdades mentais? Como isso não foi questionado durante o processo?”
“Que Valcir seja inocentado”, pede advogada
A advogada Ilsa pede aos jurados que Valcir seja inocentado das acusações e, caso não seja possível e ele seja condenado, que isto não aconteça por feminicídio mediante paga. “Ele não recebeu nada. É um homem simples”, destaca
Contradições no depoimento de Dionathas: “ele falou que era amante de Milena”, diz advogada
A advogada mostra vídeo da segunda parte da reconstituição do crime, feita pela Polícia Civil, onde Dionathas aparece contando sobre a fuga de Valcir e Hermenegildo para Timbuí, após Milena ser morta. A advogada diz que há contradições no depoimento de Dionathas, destacando que algumas informações sobre o crime só foram repassados pelos réus Valcir e Hermenegildo em depoimento à polícia e que não teria como Dionathas saber de tais detalhes. “No primeiro depoimento de Dionathas à policia ele disse que era amante de Milena e que por isso, teria cometido o crime. Depois, ele mudou a versão do primeiro depoimento e contou como o crime foi tramado e quem encomendou a morte de Milena”. Para a advogada Ilsa estas contradições no depoimento de Dionathas revelam que as falas dele são mentirosas. "Se Valcir ficava vigiando os passos de MIlena, como foi dito pelos promotores de justiça, porque ele precisou que Hilário avisasse a ele sobre a localização exata de Milena no dia do crime? São contradições que não batem", questiona.
Advogada diz que polícia destruiu casa de Valcir
Segundo a advogada, Valcir não tinha amizade íntima com Hilário. “Não teve o mesmo tratamento entre Valcir e os demais réus. Entraram na casa dele três vezes... quebraram tudo. Quebraram o guarda-roupas da mãe dele. A única coisa que encontraram com ele foi um celular que não passava de R$ 100", relata. Ela pontua: "Um homem que tem a vida voltada para o crime, que tem atividade mercenária como foi dito, e não tem um carro, uma moto, roupas caras, não tem um celular..."
Advogada diz que Valcir “não tem estudo”
Advogada relata que Valcir é um homem sem estudo, que viveu trabalhando no campo, onde trabalha desde os 10 anos de idade. "Ele conseguiria passar pela vida inteira sem uma curva na vida? Este homem não tem dentes, não tem posses e nem bens. Nem mesmo uma bicicleta. Em todo o seu tempo de história, ele viveu para ajudar sua mãe e sua família. Quando peguei essa causa eu sabia quem era a família de Valcir. Estou dizendo por conhecimento de causa que não existe nada na história de Valcir que o coloque neste Tribunal. Ele não é um mercenário como foi pintado. Não foi encontrado um extrato sequer que comprove que este homem recebeu dinheiro, que é um mercenário”, disse.
Defesa diz que Valcir passou a vida sem responder a nenhum crime
A advogada Ilsa Maria Ângela Ribetti informa que Valcir passou a vida toda sem responder a nenhum crime, que não tem nenhum registro de conduta criminosa. Pede que jurados não se deixem levar pelo clamor social e pelo que foi mostrado na mídia. Disse que somente os jurados podem julgar. “Espero que não cometam o mesmo erro de julgar assim como Jesus foi julgado e condenado injustament”, disse, citando que Barrabás e Jesus foram julgados por erros do clamor social "Reflitam, perguntem. Não saiam daqui com nenhuma dúvida e não se deixem levar pelo clamor social".
Debate é retomado
Familiares de Valcir e Hermenegildo estão presentes, além dos réus. A advogada Ilsa Maria Ângela Ribetti, que faz a defesa de Valcir da Silva Dias, abriu os trabalhos agradecendo colegas advogados, juiz, MPES e plateia.
Família de Milena Gottardi acredita na condenação dos 6 acusados e espera pena máxima
O advogado Renan Sales, que representa a família da vítima, disse que a expectativa é que os réus sejam condenados à pena máxima de 30 anos. "A família de Milena está confiante na condenação dos 6 réus. Não há dúvida alguma pra gente que todos são responsáveis pela morte da doutora Milena. As provas colhidas durante todo processo demonstram isso, as testemunhas ouvidas nessa audiência, os próprios interrogatórios, todos — com exceção do Dionathas — todos foram desmascarados durante esses dias. O próprio interrogatório do réu Hilário Frasson foi completamente desmascarado quando comparado com todo o conjunto probatório do processo. Acho que na manifestação da acusação nós conseguimos demonstrar isso de forma cabal e acredito, sinceramente, que os jurados viram o quão foi mentiroso aquele depoimento, aquelas lágrimas, o quanto ele mentiu quando se manifestou no seu interrogatório. Acho que os jurados, em razão de tudo isso , vão condená-los e, acredito sinceramente, à pena máxima: 30 anos, é o que a gente espera."
Advogado de Dionathas rebate "estratégia previsível das demais defesas"
Questionado sobre as defesas dos demais réus tentarem colocar a culpa do crime unicamente em Dionathas Alves Vieira, o executor do assassinato, por ele ser réu confesso, o advogado Leonardo da Rocha Souza afirma que essa é uma "estratégia previsível", mas rebatida. "Desde o início já percebemos a estratégia de desconstruir as afirmações do Dionathas, mas, como muito bem afirmado pela acusação ontem, as informações que foram trazidas pelo Dionathas foram informações iniciais determinantes e importantes, mas que também foram confirmadas pelos demais elementos das provas dos autos. Portanto, a colaboração do Dionathas foram importantes para o esclarecimento dos fatos, mas essas informações foram corroboradas por todos os outros elementos constantes nesse processo e que levaram ao oferecimento da denúncia e a convicção da acusação no que diz respeito a participação de cada um dos acusados"
Advogado dos réus fala sobre as expectativas para esta fase
Leonardo da Rocha Souza, advogado de defesa de Dionathas Alves Vieira e de Bruno Broettom, fala das perspectivas para esta fase do julgamento. "Hoje é a oportunidade das defesas dos demais acusados apresentarem suas teses. A expectativa agora é verificar se o Ministério Público, em face de tudo o que foi dito que foi levantado pelas defesas, se eles virão na réplica ou não, no contra-ataque do que foi apresentado. Se caso não vierem no contra-ataque, será feita então a votação e a apresentação dos quesitos ao jurados e a conclusão deste julgamento que já dura oito dias — um desgaste físico, psicológico, para todos nós, tanto advogados, acusação e principalmente para os jurados que estão isolados há oito dias"
Volta do debate
O debate conduzido no julgamento do assassinato de Milena Gottardi será retomado nesta segunda-feira (30) com a apresentação dos argumentos da defesa de Hermenegildo Palauro Filho e Valcir da Silva Dias, apontados como intermediários no crime; e Esperidião Frasson e Hilário Frasson, acusados de serem os mandantes do feminicídio.
Julgamento suspenso. Trabalhos serão retomados nesta segunda (30)
O julgamento foi suspenso neste domingo (29), às 22h34. Os trabalhos serão retomados nesta segunda-feira (30), às 9 horas, com a apresentação dos advogados de Hermenegildo Palauro Filho, Valcir da Silva Dias, Esperidião Frasson e Hilário Frasson. Cada um deles terá um tempo de 1h15 para fazer a defesa de seus clientes.
“Não permitam que uma injustiça seja cometida”, pede defesa de Bruno Broetto
Leonardo da Rocha Souza pede aos jurados que analisem com atenção o caso de Bruno Broetto. “Não permitam que uma injustiça seja cometida com este rapaz”. Destaca que quando ele foi preso, tinha acabado de arrumar um emprego formal em uma empresa que trabalhava na expansão do Aeroporto de Vitória. “Estou muito envolvido emocionalmente, com este caso, preocupado que uma injustiça possa ser cometida. Da mesma forma de que a sociedade tem interesse na punição dos culpados, tem interesse também em que um inocente não seja condenado.”
Bruno acompanha atento a apresentação de sua defesa
O réu Bruno Broetto, apontado como a pessoa que forneceu a moto utilizada no dia do crime, acompanha com atenção a apresentação de sua defesa, feita por Leonardo da Rocha Souza. Em alguns momentos, chega a balançar a cabeça, concordando com pontos levantados por seu advogado.
"Não basta saber, tem que ter a intenção", aponta advogado
Para o advogado de Bruno Broetto, é necessário que o réu tenha a conduta individualizada. Ele alega que a ação dele não pode ser "tratado em combo". ”Combo é bom lá no Mc’Donalds, não aqui”. Ele destaca que para a lei, não basta a pessoa ter conhecimento do crime, ela precisa ter a intenção de matar para ser condenado pelo crime. “Se ele não tivesse fornecido a moto, o crime teria acontecido de qualquer maneira”, argumenta.
"O crime teria ocorrido sem a moto fornecida por Bruno?", questiona advogado
O advogado de Bruno, Leonardo da Rocha, questiona se na cadeia de ações, se o réu não tivesse fornecido a moto, o crime teria ocorrido.Ele assegura que sim, baseado no depoimento do executor da médica. “O Dionathas confirma que sim, e que ele já estava até arrumando outra moto porque o serviço precisava ser feito. Então o fornecimento da moto não foi a causa determinante para o crime”. Assim, segundo o advogado, Broetto não pode ser responsabilizado pelo homicídio da médica.
Bruno Broetto não sabia que a moto seria utilizada em homicídio, diz advogado
O advogado de defesa Leonardo da Rocha questiona: “Se o próprio executor não sabia que era para a morte da Milena, o que ele só soube após o crime, como Bruno Broetto poderia saber que era para o homicídio da médica?” O advogado explica ainda: "As motivações para ele dizer não podem ser muitas, queria fazer uma média com a sogra, com o cunhado. Não sei". E lê parte da conversa entre Bruno e uma pessoa conhecida apenas como "Zé do Pão", que foi usada pela acusação para mostrar que Bruno sabia do crime que seria cometido. Na conversa Bruno fala: "falta de conselho não foi. Eu falei. Mas ele não ouviu", disse. Mas ele acrescenta que falta nexo causal, na ação de Bruno, por não existirem provas de que ele sabia que a moto que passou a Dionathas seria usada para matar uma pessoa e que, a vítima seria a médica Milena Gottardi.
Eugênio Ricas se posiciona após ser citado em depoimento de Hilário
No último sábado (28), o ex-policial civil Hilário Frasson disse que o atual superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas, foi o amigo que o indicou a uma pessoa para instalar câmeras no apartamento em que Milena morava. Neste domingo (29), o superintendente informou, que "jamais passou qualquer tipo de orientação sobre câmeras ou qualquer outro assunto que seja a Hilário Frasson". Explicou que em determinada ocasião, Hilário solicitou a indicação de um detetive particular, sem esclarecer sua motivação. "Foi indicado um policial federal aposentado, disse Ricas, acrescentando que na ocasião da morte de Milena, de forma espontânea e imediata, informou tal fato ao então Secretário de Segurança, ao Delegado presidente do inquérito e, posteriormente, ao advogado assistente de acusação, Renan Sales. "Tais fatos, inclusive, foram juntados aos autos do processo que busca a condenação de Hilário Fasson pelo bárbaro homicídio de Milena Gotardi, pelo advogado Renan Sales", disse Ricas, em nota.
MPES avalia que imputação de feminicídio é válida para Dionathas
O promotor de justiça Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos explicou que a imputação de crime de feminicídio para Dionathas está correta. "Isso porque ele matou Milena sabendo que o motivo da execução foi o fato dela querer se separar de Hilário. E assim ele aderiu à vontade de Hilário", justificou.
Advogado pede que Dionathas não seja condenado por feminicídio
O advogado argumenta que Dionathas decidiu praticar o crime por dinheiro. "Foi feito a ele uma proposta de pagamento de R$ 2 mil, que não se efetivou", lembrou. Ele explicou ainda aos jurados que Dionathas não tinha ligação doméstica e íntima com Milena e que não a matou porque tinha desprezo pela mulher. Por isso, segundo o advogado, ele não teria praticado o crime de feminicídio, que é um crime contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. "Não deve ser condenado por feminicídio. E como contribuiu para o esclarecimento dos fatos, ao assumir o crime, e o próprio delegado diz aqui que até a prisão dele não havia a identificação dos demais acusados, ele colaborou e, em função disto, sem nenhum juízo de moral, o comportamento como o de Dionathas deve ser estimulado para que a Justiça seja feita. Sem a participação dele, os outros não seriam acusados, o que tornou a caminhada dele muito mais dura", alega.
"Dionathas foi ameaçado"
Leonardo Souza destacou que a confissão de Dionathas e o relato do crime, envolvendo os demais réus, o levou a ser ameaçado e coagido a trocar de advogado. "Queriam que ele trocasse de advogado porque disseram que eu estava ferrando todo mundo. Dionathas foi ameaçado e não está inventando nada. A historia foi toda confirmada pela acusação. Aqui não tem advogado querendo prejudicar a ninguém, informo aos demais réus. Estou exercendo o meu papel. Não tenho nada contra nenhum dos demais acusados e se forem condenados que cumpram as suas penas e voltem para suas famílias", falou.
"Dionathas não tem como deixar de assumir", diz advogado
O advogado de Dionathas sustenta que o réu poderia ter escolhido outros caminhos, mas optou por contar a verdade e conduziu a investigação aos demais réus. "Dionathas não tem como deixar de assumir os fatos, ele não poderia trabalhar com meia verdade. Não existe meia verdade, não poderia dizer que matou para roubar o celular. Ele poderia não ter participado, ter ficado em silêncio ou mentido, sentado aqui e contado uma história mentirosa ou modificar o seu depoimento, já vi isto acontecer. Quem foi que contou tudo? Dionathas! Quem falou que queimou a roupa, que indicou como tudo ocorreu? Ele em nenhum momento se furtou a contar toda a verdade. Toda. Mesmo sabendo da dimensão do ato grave que cometeu", afirma.
Advogado cantou louvor sobre confissão de pecado
Leonardo da Rocha Souza resolveu cantar um trecho do louvor "Enquanto eu calei", da cantora Milad. É o louvor que o advogado de Dionathas canta para a filha e que o ajudou a refletir, na manhã de hoje, enquanto se preparava para o julgamento, sobre o que falar sobre a situação de Dionathas."Enquanto eu calei o meu pecado. Envelheci, eu sei. De tão cansado,porque a tua mão pesava sobre mim e o meu vigor chegou ao fim. O meu pecado, então, eu não mais ocultei do meu Senhor e Rei. Assim eu confessei o meu pecado e pelo sangue de Jesus eu fui lavado", diz a letra da música.
"Não vamos pedir clemência para Dionathas", diz advogado
Advogado de Dionathas, Leonardo da Rocha Souza, disse que o réu não se isenta da responsabilidade de ter atirado na médica Milena Gottardi. "Não vamos pedir clemência. Dionathas sabe da gravidade de sua conduta, da necessidade de ser responsabilizado pelo que fez. Não é um sentimento de vingança que nos move, mas de justiça. Justiça também é responsabilização. Dionathas vai colher o que plantou, nos limites da nossa lei. Fiz Dionathas entender que nem sempre a defesa é a negativa de autoria", disse aos jurados.
Julgamento retomado
O julgamento foi retomado e, agora, é a fase em que a defesa dos réus vão expor os seus argumentos. Quem dá início é o advogado de defesa de Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto, Leonardo da Rocha Souza. Ele terá duas horas e 30 minutos para falar aos jurados, uma hora e 15 minutos para cada réu.
Julgamento suspenso para lanche
Uma pequena interrupção foi feita para um lanche.
Leitura de carta de Milena encerra apresentação do MPES
Os promotores de justiça e o assistente de acusação encerraram a sua apresentação de 7h28 com uma leitura da carta deixada por Milena. “Ela começou esta apresentação e vai encerrá-la”, informaram. Agradeceram aos jurados pedindo punição para os réus. Os familiares de Milena, que acompanhavam a apresentação choravam, emocionados. Familiares do réus também choravam.
Filhas são as que mais sofrem
Renan Sales, assistente de acusação: “Não foi morta só a Milena. Foi assassinada a esperança de várias crianças. A esperança de uma mãe de viver com as filhas, a esperança de duas meninas. Elas nunca mais vão conseguir viver com a mãe. Os réus falaram do sofrimento de suas famílias, mas quem está sofrendo são as filhas de Milena com esta covardia”.
Réus praticaram fraude processual
O assistente de acusação, Renan Sales, explica que os réus são acusados também de estelionato processual, que é a tentativa de enganar a justiça. “Os réus cometeram o crime de fraude processual ao tentar forjar o crime de latrocínio. Dionathas, único corajoso neste plenário, contou a verdade sobre esta empreitada criminosa, contou que a orientação foi de que ele executasse o crime nos moldes que levasse a polícia a acreditar que foi um latrocínio. Ele disse aqui que a ordem foi clara: deveria pegar o celular da Dra.Milena. E ele o fez. Depois se livrou do aparelho".
“Choro falso em plenário”, diz promotor
Para os promotores, o choro de Hilário durante o interrogatório era falso. “Dias após o encontro em um posto, na Serra, com Valcir e Dionathas, onde combinaram detalhes do crime, ele tentou contato com várias mulheres”. E mostra diversos registros de ligações interceptadas em que ele marca encontro com outras mulheres, informa que está separado há quatro meses. Para conquistar uma delas, ele pede apoio de amigos, para que viabilizem um encontro ou contato. “Este Hilário do interrogatório, choroso, não existe”, diz o promotor Leonardo.
Hilário foi a apartamento de Milena no dia do seu enterro
No dia do enterro da médica, Hilário foi ao apartamento em que Milena morava e sai do prédio com um envelope. Eles já estavam separados e Hilário não morava mais no apartamento. Promotores destacam que Hilário tinha solicitado a um técnico para instalar câmeras em cima da cama e na sala do imóvel. “O objetivo era constrangê-la. Não há como comprovar que ele instalou as câmeras ou que as retirou. Mas Milena disse várias vezes que se sentia vigiada, que era refém em sua própria casa. Conversava na varanda da casa, como relatou a sua prima em depoimento”, disse o promotor Rodrigo.
Em áudio, amigo chama Hilário de psicopata
Valmir Pandolfi chegou a depor como testemunha de defesa de Hilário na fase inicial do processo do caso Milena. Em áudio interceptado ele revela: “Hilário matou a mulher que cuidava de crianças doentes, uma mulher que não precisava dele. Ele não queria perder a mamata. É um psicopata. Queria poder”.
Declínio de Hilário começa quando ele sai do TJES e Milena pede a separação
O promotor Rodrigo relata que o declínio financeiro de Hilário começa quando ele deixa o emprego de assessor no Tribunal de Justiça do Espírito Santo e entra para a Polícia Civil, com renda menor. Na sequência Milena pede a separação. “Ele trabalhando na polícia, ganhando menos, não poderia mais manter os seus gastos com coisas caras. Começou o declínio de Hilário”, explica
"Dionathas tinha medo de morrer", diz promotor
Promotores relatam que Dionathas não revelou os nomes dos mandantes, em oitiva na delegacia, por medo de morrer. “Quando mostraram fotos, ele ficou com medo. Ele lembrou do encontro no posto, com Valcir e Hilário, e que Hilário estava com camisa da Polícia Civil, arma da Polícia Civil, e que disse que polícia não prende polícia. E quando ele foi interrogado pelo delegado Janderson, achou que Hilário participava das investigações e que iriam matá-lo”, explica o promotor Leonardo.
Carta de Milena: “Me senti mal quando a li pela primeira vez”, diz promotor
O promotor Rodrigo Monteiro relata que se sentiu mal quando leu a carta deixada pela médica Milena pela primeira vez. “O que aconteceu foi um misto de covardia versus ousadia. Nunca vi nada tão covarde em minha vida, é de espantar. Ousadia de achar que não seria punido, como se nada tivesse acontecido, por ser polícia, amigo de juízes, desembargadores, empresários”, relata.
Hilário pediu ajuda ao juiz Farina para conseguir guarda das filhas
Em troca de mensagens com o juiz Alexandre Farina, Hilário pede: “Irmão, vou precisar de sua ajuda para conseguir a guarda das minhas filhas”. Farina responde: “Conte comigo irmão”. E Hilário agradece: “Eu sabia”. E Farina continua: “Júlio César (juiz desembargador) me disse que o juiz Vitor Pimenta já deferiu a liminar". Hilário responde: "Agiram na covardia". Farina responde: "Já constitui advogado agora. Calma!" Promotor acrescenta que era por isto que Milena tinha tanto medo. “Era este Judiciário que ela temia”. A troca de mensagens ocorreu em 24 de abril de 2017, segundo o MPES.
Troca de mensagens entre juízes e Hilário
Promotores revelam ainda novas troca de mensagens entre juízes e Hilário. Parte delas já haviam sido divulgadas durante a Operação Alma Viva, com o afastamento dos juízes Alexandre Farina e Carlos Alexandre Gutmann. Nas mensagens com o juiz Alexandre Farina, ele diz que o "desembargador Júlio César" descobriu que foi o juiz Vitor Pimenta que havia deferido a liminar autorizando Milena a sair de casa com as filhas. Em outra mensagem, do juiz Marcelo Loureiro, no mesmo dia, às 4h da madrugada, o magistrado responde sobre a liminar: "Nossa". Promotor explica que o juiz Farina foi preso na operação Alma Viva por venda de sentença, que foi intermediada por Hilário. Em mensagens, Farina diz que não havia a menor necessidade disso, ao comentar a sentença sobre a guarda das filhas de Hilário.
E-mail apresentado por defesa de Hilário como sendo de Milena é falso, diz MPES
O e-mail anexado ao processo pela defesa de hilário na semana anterior ao julgamento é, segundo o MPES, falso. A mensagem foi enviada no dia 6 de abril de 2017, às 4h da madrugada, após Milena ter deixado o apartamento onde morava com Hilário. Foi recebido por fiorotfrasson@hotmail, email de Hilário. O promotor destaca que o nome da médica é Milena Gottardi Tonini Frasson, mas o que aparece no e-mail está escrito como Milena Tonini Gotardi, grafado só com um ‘t’. “A médica errou o seu próprio nome?”, questiona o promotor. Diz ainda: “Tudo o que foi mostrado no processo, diante deste e-mail, não condizia com a verdade.”
Promotores mostram imagem de Milena após o tiro
Os promotores mostram aos jurados uma foto de Milena Gottardi, no hospital, após as cirurgias, com a cabeça envolta em curativos. Pedem aos jurados que o crime não fique impune. “Não deixem este crime impune. O povo capixaba quer justiça”, destaca o promotor Bruno Noya.
Réus fizeram várias tentativas para viabilizar o crime, diz MPES
Pelas interceptações telefônicas, os promotores revelaram as várias tentativas de se matar Milena, entre os dias 5 de março e 14 de setembro. Nas ocasiões, Hilário ligava para Milena tentando localizá-la. Há ainda ligações na sequência para Valcir e também para Esperidião. Só conseguiram executar o crime em 14 de setembro.
Valcir pensou em colocar o filho para assumir culpa pelo crime, revela áudio
Áudio encontrado em celular revela conversa entre Valcir e Hermenegildo, onde falam que Hilário estava arrumando um advogado para eles e que Valcir ainda considerava colocar o filho para assumir o crime. Eles também tentavam vender uma carreta para pagar Dionathas, para que ele mudasse o depoimento e livrasse o nome dos demais envolvidos no assassinato da médica.
CNH de Valcir não estava vencida
Promotoria mostra documento que contradiz versão apresentada por Valcir Dias. Segundo ele, sua CNH estava vencida e por isto convidou Hermenegildo para dirigir seu carro até o Hucam. Documento do Detran apresentado por promotor mostra que a carteira de habilitação de Valcir tinha sido renovada em 3 de março daquele ano.
"Milena estava aflita e sabia que ia morrer”, diz promotor
"Vídeo mostra bem Milena olhando para trás o tempo todo, para os cantos. Ela estava aflita. Sabia que ia morrer. Sabia que tinha chegado o fim para ela. Pensem, senhores jurados, no que essa mulher passou!", ressalta o promotor Bruno Noya e acrescenta: "O depoimento de Dionathas bate com o que foi dito pela médica que estava com Milena no dia. Então, a versão apresentada pelos réus é um embuste, um engodo, chegando a indicar que tudo não passa de um grande complô, inclusive, com pretensões políticas". Renan Sales, assistente de acusação, acrescenta: "Além de ladrões de vida, eles estão querendo roubar as dignidades de vossas excelências", diz.
Intermediários receberiam recompensa pelo crime
"Mataram por quê? Por uma relação de amizade? Ninguém entra em uma treta desta para não ganhar nada. Tenham certeza de que ofereceram a eles, intermediários, algo atrativo", afirma o promotor.
Hilário quis montar o "crime perfeito" e tinha planos para matar Dionathas, afirma promotor
Segundo os promotores, o crime foi organizado por Hilário, um investigador que fez escala de plantão na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que usou esta experiência para tentar apagar os vestígios de autoria do crime. "Vocês têm dúvidas de que se Dionathas tivesse aceito a carona dos intermediários, ele estaria vivo hoje?", questiona promotor. O atirador falou que os intermediários insistiram para dar uma carona a ele para Timbuí. Dionathas disse ter recusado a oferta, pois desconfiou que seria morto pelos comparsas.
Nota de hospital desmonta argumento utilizado pelos intermediários
Intermediários argumentaram que estiveram no Hucam, na semana que antecedeu o crime e no dia do crime, para visitar um amigo que estava doente, chamado Valdemar, que teria morrido e sido enterrado no mesmo dia que a Milena. Ofício do hospital nega a internação de paciente com este nome na semana antes do crime.
Promotores mostram vídeo com os últimos momentos de Milena
Neste momento os jurados assistem a um vídeo divulgado pela Polícia Civil em 2017, quando foi concluído o inquérito que apurava o crime. Nas imagens é possível ver que um carro passa pelo local. Nele estavam Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho. É o momento, segundo as investigações, que a dupla mostrava ao executor, Dionathas Alves Vieira, quem era a médica que seria morta. Logo depois, eles deixam o hospital.
"Cavalo na baia", escreveu intermediário para Hilário ao se referir à Milena
No dia do crime, o atirador e os dois intermediários estavam de tocaia no estacionamento do Hucam à espera de Milena. Ao avistar a médica no local, Valcir enviou uma mensagem para o celular de Hilário. "Cavalo na baia", ao se referir que a vítima estava no hospital. Baia é o local utilizado em chácaras e sítios para manter o cavalo recolhido.
Promotores exibem aos jurados vídeo com Dionathas fazendo a reconstituição do crime
O vídeo, gravado em 2019 por policiais, mostra Dionathas no estacionamento do Hucam, fazendo a reconstituição do crime que matou a médica Milena Gottardi. Segundo os promotores, o atirador e os dois intermediários ficaram de 17h34 até às 19h. Veja o vídeo abaixo.
Julgamento é retomado
Quem está com a palavra agora é o promotor Bruno Noya. Ele afirmou que vai focar, nesta parte do debate, nos intermediários do crime, Hermenegildo Filho e Valcir Dias. "O depoimento da mãe de Dionathas prova que a declaração dos réus de que não conheciam Dionathas e Bruno é uma grande mentira, pois viviam com o filho dela", afirma o promotor.
Julgamento segue interrompido
O sétimo dia de julgamento do assassinato da médica Milena Gottardi segue na pausa do almoço, anunciada às 13h40. Em breve, o júri deve ser retomado. Quer ficar ciente de tudo que aconteceu nos últimos seis dias? Clique aqui.
Julgamento interrompido para almoço
O sétimo dia de julgamento foi interrompido para o almoço. A pausa anunciada é de 1 hora. O retorno está previsto, portanto, para acontecer às 14h40.
“Queria ter paz”, disse Milena em mensagem
Os promotores mostram mensagens enviadas por Milena para Hilário. “Se eu chegasse todos os dias e encontrasse paz, eu teria vontade de ficar com você”, escreveu a médica. Logo em seguida, eles apresentam outra mensagem, desta vez de Hilário: “Estou pronto para o que der e vier”.
Promotor: "o que foi feito com Milena foi covardia"
“Se não está satisfeito, separa. O que foi feito com Milena foi uma covardia. Não podemos permitir que outras Milenas sejam mortas”, desabafa o promotor Rodrigo Monteiro.
Filhas sofrem alienação parental, diz promotor
Promotores revelam conversa de Hilário com a filha mais velha, na qual ele diz que “está sofrendo”, que “está triste com a separação” e orienta a filha a mostrar as mensagens para mãe (Milena). “Hilário colocava as filhas no meio do conflito, colocando as crianças contra a mãe, que estaria provocando a separação. Imagina como está a situação desta menina hoje? As filhas ainda sofrem o mal causado pelos réus para o resto das vidas ao lembrar desta situação”, pondera o promotor Leonardo dos Santos.
"Milena participa de julgamento", diz promotor
O promotor Leonardo dos Santos informa que este processo é peculiar pela participação de Milena Gottardi. “Vamos mostrar um áudio dela relatando a situação que vivia. Ela conta, em desespero, para os sogros, em uma reunião na própria casa. Foi a partir desta reunião, que Hilário e o pai arquitetam e planejam o crime”, diz o promotor Rodrigo Monteiro. O áudio pode ser escutado nesta matéria.
Vídeo de hilário atirando é exibido
Em seguida, os promotores exibem um segundo vídeo de Hilário, atirando. “Para uma pessoa que está fragilizada psicologicamente, recebe vídeos como este, o que ela podia pensar?”, destaca o promotor Rodrigo Monteiro.
Promotores exibem vídeo de Hilário
Os promotores passam um vídeo de Hilário, veja abaixo:
Promotores: Hilário pesquisou por pornografia
Sobre o conteúdo pornográfico acessado por Hilário dias após a morte da esposa, os promotores disseram que abriram os sites acessados. "É uma vergonha. A esposa em uma mesa fria do DML (Departamento Médico Legal) e ele acessando este tipo de site. Ele relata que se despediu da Milena na funerária, dizendo 'Meu amor, vai com Deus'. Quem fala isso e pesquisa site de conteúdo pornográfico?”, questiona Leonardo dos Santos. Em seguida, Rodrigo Monteiro relata termos buscados por Hilário, tais como: "esposa", "gostosa" e "casada". “Ele não acessou um link recebido em grupo, como ele declarou. Ele fez pesquisas no Google”, garante.
Mensagens trocadas entre Hilário e prostituta
O promotor Rodrigo Monteiro destaca o relatório da Polícia Civil que indicou o contato entre Hilário Frasson e uma prostituta, no dia 19 de setembro de 2017, cinco dias após Milena ser baleada, e quatro após a médica ter a morte declarada. As mensagens trocadas entre o ex-policial e a garota de programa podem ser vistas nesta matéria.
Promotor: "ele queria monitorá-la o tempo todo"
O promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos mostra uma mensagem de Hilário, na qual ele diz para a empresa que quer rastrear o carro de Milena "agora". A empresa responde que não é possível, porque a loja estava fechada, por ser um domingo. “Isso mostra que ele queria monitorá-la o tempo inteiro”, argumenta.
Promotores apontam contradições de Hilário
Os promotores mostram provas de que Hilário tinha acesso ao carro de Milena. Ele que levou o automóvel para revisão, aproveitando para instalar o rastreador. Depois, ele recebe uma comunicação da empresa de rastreamento dizendo que o serviço estava liberado para acompanhamento somente para o número do celular dele. O material apresentado mostra contradição no interrogatório de Hilário, que disse que Milena foi junto para colocar o rastreador.
Hermenegildo e Dionathas pronunciados por pistolagem
O promotor Rodrigo Monteiro cita também que Hermenegildo (intermediador) e Dionathas (executor) foram pronunciados por crime de pistolagem, em Laranja da Terra, no Noroeste do Espírito Santo. A denúncia narra que no dia 7 de julho de 2017, na localidade de Ribeirão, os dois mataram Sílvio Camargo Dias, mediante pagamento e promessa de recompensa.
Promotor cita outros processos de Esperidião
Na volta à manifestação, o promotor Rodrigo Monteiro cita um processo em que o Esperidião (mandante e ex-sogro de Milena) é acusado de ter arrastado uma pessoa, amarrada em um cavalo, só pelo fato de ela ser homossexual. Há ainda referência à morte de Lindonésia dos Santos Frasson, cunhada dele, que quis se separar do marido. Ela foi morta por disputa de terras. Na época, Esperidião foi pronunciado com outros réus, mas o processo foi declarado prescrito por causa da idade dele.
Julgamento retomado
Após dez minutos de intervalo, o sétimo dia de julgamento é retomado.
Intervalo no julgamento
O sétimo dia de julgamento foi suspenso às 11h52 para um pequeno intervalo.
Extração do telefone de Hilário tem 9 mil páginas
O processo tem 17 volumes, 4 mil páginas impressas e 30 mil páginas de documentos em mídia. A extração do telefone de Hilário Frasson tem 9.309 páginas, com várias informações. Algumas delas foram utilizadas na Operação Alma Viva, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que resultou na prisão de várias pessoas, incluindo empresário e juízes.
Promotor ironiza anotações de Hilário
Hilário faz anotações – o que é permitido por lei para que possa se comunicar com os advogados – e o promotor Rodrigo Monteiro destaca a atitude, dizendo que ele agiu assim durante todo o tempo em que esteve no salão do júri. “Uma pessoa culta, com doutorado, que foi coordenador de uma faculdade. Suas anotações poderiam ajudar de forma acadêmica”, diz cinicamente.
Promotor Rodrigo Monteiro inicia fala
O promotor Rodrigo Monteiro começa a fala agradecendo às mulheres do plenário e depois estende o cumprimento aos homens.
Promotores mostram foto de Milena sem aliança
Os promotores mostram uma foto da Milena em um seminário, na qual ela aparece sem aliança. “Tenho certeza de que foi a partir de 5 de abril de 2017”, diz o promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos. Os advogados de defesa dos réus afirmam que a médica continuou usando aliança.
Promotor: "esperança ultrapassou a morte"
As outras duas virtudes ressaltadas pelos promotores são a caridade e a esperança. Sobre a primeira foi destacada o trabalho da médica junto a crianças com câncer. “A esperança dela ultrapassou a morte. Ela confiou nas autoridades ao fazer um pedido para as autoridades, mostrou esperança de que olhassem para as filhas dela e que deixassem as filhas com o irmão e a mãe”, afirma o promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos.
"Não pensaram em Deus", destaca promotor
Os promotores e assistente de acusação destacam as sete virtudes da "pessoa de bem", as quais Milena possuía todas, segundo eles. Após citarem prudência, justiça, temperança e coragem, eles chegam à fé. "(Os réus) falaram de Deus, mas não pensaram em Deus ao planejarem, executarem e plantarem mentiras no processo, ofendendo a memória da médica, suas filhas, familiares e a inteligência dos jurados. O processo é a prova clara de que nem todos os que falam de Deus entram no reino dos céus”, afirma o promotor Rodrigo Monteiro.
"Ela tomou nojo e repulsa", diz promotor
O promotor Rodrigo Monteiro destaca uma mudança de comportamento de Milena a partir do período entre 5 e 6 de março, quando ela teria sido violentada. "Neste dia, ela tomou nojo, repulsa. Não queria ver mais a cara dele (Hilário). Não acontece uma mudança brusca sem um acontecimento brusco. Ela não tinha raiva dele, mas nojo, que é pior, porque, com ele, você despreza totalmente a pessoa. Em dado momento, ela está tão convicta de que ela quer a liberdade, que ela para de responder as mensagens de Hilário. Ele passa a utilizar o celular da filha mais velha”, diz.
"Perverso demais", afirma promotor
Promotor Leonardo Augusto de Andrade Cezar dos Santos: "Para nós este processo é perverso demais: perseguição, alienação parental, influência para tentar, pelos poderes, cercar Milena para que ela não conseguisse a sonhada paz, ameaças...."
Família da médica deixa salão do júri
A mãe e o irmão de Milena, Zilca e Douglas Gottardi, deixam o salão do júri. A família da médica ficou emocionada com as descrições feitas pelo assistente de acusação, Renan Sales.
"Cavalo está na baia" era código usado por réus
De acordo com o assistente de acusação Renan Sales, o código “cavalo está na baia” foi utilizado em mensagem entre os réus para indicar que a médica estava no Hucam, no dia 14 de setembro. O advogado ressalta que, no dia seguinte, seria a data de assinatura do divórcio entre Milena e Hilário.
Sobre o dia do assassinato de Milena
Assistente de acusação, Renan Sales: "Ao contrário do que Valcir e Hermenegildo (intermediadores) declararam, Dionathas não esteve antes (do dia da morte da médica) no Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes) para visitar a irmã doente. A irmã de Dionathas estava internada no Hospital Jayme (dos Santos Neves). Dionathas só foi ao Hucam, como ele disse no interrogatório, no dia do crime, para matar a médica."
Acordo tentava não "deflagrar fúria de Hilário"
"Na ação do divórcio constava um acordo de 90 dias para acalmar Hilário e fazer o divórcio tranquilamente, para ele se acostumar com a ideia. Ela (Milena) tinha medo dele. Hilário disse em interrogatório que ela titubeou, mas o objetivo era não deflagrar a fúria dele", relata Renan Sales, assistente de acusação. Em seguida, ele apresenta e-mail no qual o advogado de Hilário à época confirma o recebimento do acordo.
Milena teria sido violentada
"Não há como provar, mas Douglas (irmão de Milena) disse que ela foi violentada na noite entre 5 e 6 de março. Ninguém vivia mais com a Milena do que o Douglas. Ela tinha uma relação linda com o irmão", comenta o assistente de acusação Renan Sales, durante manifestação.
Advogado questiona choro de Hilário
Assistente de acusação, Renan Sales: “Dona Zilca, a senhora é um exemplo de fortaleza, viveu e vive a pior dor que um ser humano poder viver. Não existe dor pior. Para Douglas, Shintia: eu acredito no choro de vocês, que é de verdade. Não o que vi aqui ontem”, diz sobre o interrogatório de Hilário Frasson, que chorou em alguns momentos do depoimento.
Assistente de acusação diz ter sido ameaçado
Assistente de acusação, o advogado Renan Sales relata que foi ameaçado por Hilário Frasson durante a fase de audiências iniciais do processo, mas que o caso acabou prescrevendo.
Silêncio no plenário
Durante a exibição do vídeo de A Gazeta, silêncio no plenário. Familiares de Milena assistiram à gravação de cabeça baixa, emocionados. Alguns choraram.
Debate é aberto com vídeo de A Gazeta
Um vídeo produzido por A Gazeta foi utilizado pelos promotores de justiça na abertura da fase de debates no caso da Milena Gottardi. Trata-se de uma gravação na qual a jornalista Patrícia Vallim lê a carta deixada pela médica. O documento foi escrito em 5 de abril de 2017 e registrado em cartório no dia seguinte. Ela tomou a iniciativa logo após contratar uma advogada para cuidar do processo de separação. O documento foi encontrado por familiares, entre os pertences dela, logo após o crime, ocorrido em 14 de setembro de 2017. Veja o vídeo:
Tempo para manifestação
Na abertura do sétimo dia de julgamento, o juiz explicou que cada parte terá 1h15 para se manifestar. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), portanto, terá direito a até 7h30 de manifestação.
Acompanham o julgamento
Familiares da vítima, a mãe e o irmão de Milena, Douglas e Zilca Gottardi, além de prima e tio da médica. Também estão presentes os familiares Dionathas, Bruno, Valcir e Judinho. Não há familiares de Hilário e Esperidião Frasson no salão.
Iniciado julgamento
Começa o sétimo dia de julgamento.
Réus presentes
Todos os réus já foram levados para o salão do Tribunal do Júri. Com a mudança realizada na estrutura, todos ficaram do mesmo lado, mas Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto estão separados dos demais (Hilário Frasson, Esperidião Frasson, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho) por policiais militares.
Veja os principais momentos do julgamento
Com o julgamento mais longo que o previsto inicialmente, a reportagem de A Gazeta preparou uma matéria com os principais momentos dos últimos seis dias. A matéria de Vilmara Fernandes, Geraldo Campos Jr. e Caroline Freitas está disponível clicando aqui.
Juiz explica mudanças aos jurados
O juiz Marcos Pereira Sanches, que preside o Tribunal do Júri, explica aos jurados as mudanças que estão sendo realizadas. Como neste caso são muitos réus, todos acompanhados dos advogados de defesa, desde o primeiro dia os jurados foram posicionados em outro ponto do salão, em frente ao magistrado. Nesta posição, ficariam distantes do telão no qual vão ser reproduzidos os vídeos. Assim, os equipamentos estão sendo reposicionados, para facilitar a visualização.
Preparativos
Antes de iniciar o julgamento na manhã deste domingo (29), está sendo realizada a instalação de equipamentos para a reprodução de vídeos para os jurados, material que será apresentado pelos promotores de justiça durante a fase de debates que se iniciará dentro de alguns minutos.
Sétimo dia de julgamento
O júri deste domingo (29) estava marcado para começar às 9h. No entanto, até o momento, o sétimo dia de julgamento ainda não teve início.
Dia de debates
Neste domingo (29) serão realizados os debates, momento do júri em que os promotores do caso são ouvidos. Esta etapa deve durar o dia todo. A expectativa, segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), é que o julgamento termine nesta segunda-feira (30) ou terça-feira (31).
Julgamento encerrado
O julgamento foi encerrado às 21h15. O júri volta a se reunir neste domingo (28), a partir das 9h, já na fase de debates.
Bruno confirma que namorou filha de Valcir
Bruno, em seu novo depoimento, confirmou que namorou a filha de Valcir na adolescência. Valcir, mais cedo, disse que não sabia desse relacionamento. Bruno confirmou o fato e disse que na época nem conhecia Valcir.
Dionathas nega que esteve no Hucam para ver irmã
Os réus anteriores falaram que Dionathas estava no Hucam para acompanhar a irmã que estava em tratamento de câncer, mas Dionathas negou e disse que ela estava em outro hospital, em Vila Velha. Ele já tinha confessado que estava no Hucam para executar Milena. Após rápidos esclarecimentos, seu novo depoimento foi encerrado.
Retomado interrogatório de Dionathas e Bruno Broetto
Os réus Dionathas Alves Vieira e Bruno Broetto vão ser interrogados novamente para confrontar pontos que foram apontados no interrogatório dos demais réus.
Termina o interrogatório de Hilário
Depoimento de Hilário é encerrado.
Hilário fala sobre suposto e-mail enviado a ele por Milena
Hilário afirmou, já encerrando o depoimento, que recebeu um e-mail de Milena que mostra que os dois ainda se amavam. "Quero dizer que eu recebi um e-mail muito especial da Milena. Ele foi um marco de tudo o que eu falei aqui, a certeza de que o amor ainda estava entre nós". Esse e-mail foi anexado pela defesa do réu no processo, como mostrou A Gazeta.
Hilário relata que se despediu de Milena após sua morte
Questionado qual foi o seu último contato com Milena, Hilário relatou que foi no hospital após ela ter sido baleada. Ele ainda disse que se despediu dela na funerária. "Quando cheguei ao hospital ela já havia entrado em cirurgia, liguei para alguns médicos, inclusive o Tarciso e chegaram várias pessoas. Houve uma notícia atravessada de que ela tinha falecido e eu estava desnorteado, perdi o chão. Uma médica espírita me disse: 'neste momento você reflita porque a alma dela está deixando o corpo'. Tomei uma medida de muita lucidez: peguei a minha arma e pedi que sumissem com ela da minha frente. Minutos depois veio a informação de que ela ainda estava na sala de cirurgia e ficamos esperando. Tarciso falou comigo: 'pode ser que ela viva ou não'. A partir daquele momento, não saí do lado da Milena. Claro que fui ver minhas filhas, mas voltava para ela. Realizei o último desejo dela que era a doação de órgãos e não poderia deixar de fazer isto por ela. Dali fui tomar banho na casa do Tarciso e fui para o DML, até que a coloquei na funerária. Não queria me separar dela, e ainda assim, naquele momento, ao lado do rapaz na funerária, tive a honra de me despedir da Milena, pegando em sua mão, e falando: 'Esteja com Deus meu amor. Um dia estarei lá com você'", disse.
Hilário admite discussões acaloradas com Milena
Questionado pelo seu advogado de defesa e teve discussões acaloradas com Milnea durante a separação, Hilário confirmou. "Digo com franqueza, tivemos discussões e desentendimentos, ocorria troca de palavras, mas eu sei que ela nunca quis fazer. Tudo aconteceu dentro de um momento em que estávamos passando, em que estávamos vivendo, não há como negar, era verdade".
Compra de apartamento na Praia do Canto
Hilário relatou como foi a compra do apartamento do casal na Praia do Canto. "Vendemos o apartamento de Jardim Camburi, usei a rescisão da faculdade para mobilizar o apartamento de Jardim Camburi e vendi por R$ 150 mil. Conseguimos realizar nosso sonho de morar em uma casa em Jardim Camburi por R$ 300 mil. Vendi um Corola e Milena colocou R$ 15 mil e financiamos um empréstimo no Santander. Depois, por decisão dela, vendemos a casa por R$ 750 mil, quitamos o financiamento e compramos à vista o apartamento (na Praia do Canto). Recordo que Milena recebeu uns R$ 40 mil, do pai. Parte foi gasta para indenizar pelo roubo de um carro, que estava conosco quando foi roubado, e só sobrou R$ 10 mil".
Milena nunca reclamou de dinheiro, diz Hilário
Hilário afirmou que ele era o provedor da família. "Milena nunca reclamou de dinheiro comigo. Ela tinha mais receio em gastar, como eu que gostava de me vestir bem, como as pessoas do meu ciclo de amizade, mas não tivemos atrito por causa de dinheiro. mesmo ela ganhando mais a gente continuou pagando as contas juntos e fazendo as coisas junto, em família".
Hilário fala quem foi a autoridade que o sugeriu instalar câmeras
Hilário foi questionado pelo promotor de Justiça sobre quem foi o amigo que teria indicado a ele uma pessoa para instalar câmeras no apartamento. Em resposta, o ex-marido da vítima, em um primeiro momento, disse que se tratava de “uma autoridade de idoneidade inabalável” e que preferia não citar o nome. Na sequência, quando o promotor informou que ele poderia falar o que desejasse para garantir a sua defesa, Hilário informou que o nome da pessoa já era conhecido, porque já constava no processo. Disse então o nome do amigo: “Foi o doutor Eugênio Ricas, atual superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo”. Segundo Hilário, o contato para a instalação das câmeras na sala e quarto do apartamento, acabou não sendo efetivado, para evitar “custos desnecessários”.
Milena e Hilário se conheciam desde a infância
Hilário afirmou que conhecia Milena desde pequeno. "Tinha proximidade porque a mãe dela e a tia eram minhas professoras", contou.
Julgamento é retomado
Após o intervalo para o lanche, o julgamento foi retomado. Continua o interrogatório de Hilário Frasson, que agora responde aos questionamentos dos seus advogados de defesa.
Hilário aguarda retomada do julgamento monitorado por PMs
Durante a pausa para o lanche, Hilário permanece sentado na cadeira onde responde ao interrogatório, monitorado por policiais militares. Enquanto isso, seus advogados estão em frente fazendo uma pequena reunião.
Julgamento é paralisado; faltam questionamentos dos advogados de defesa
Após as perguntas do juiz, do Ministério Público e do assistente de acusação contratado pela família de Milena ao réu Hilário Frasson, o julgamento foi paralisado para um lanche. Ainda faltam questionar o réu seu advogado de defesa e os defensores dos outros réus. O interrogatório vem sendo realizado na presença dos réus Valcir, Hermenegildo e Esperidão. Já Dionathas Alves e Bruno Broetto não estão presentes no salão do júri.
Último contato com Milena foi para avisar que tinha pegado as meninas na escola
Hilário disse que, no dia do crime, o último contato que fez com Milena foi para informar, pelo WhatsApp, que já tinha pego as crianças na escola e que seguiria para a Maçonaria. Depois foi passear com as filhas e, ao levar elas de volta para a casa, recebeu a notícia. "Eu estava perto de casa quando recebi a ligação do crime", disse.
Durante anos trabalhamos no encontro de casais da igreja, diz Hilário
O ex-policial foi questionado se Milena era de muita fé. Ela respondeu: "Eu ainda sou e ela, onde está, também é de muita fé. Durante anos trabalhamos no encontro de casais na igreja Santa Rita".
Hilário sugere interferências políticas nas investigações do crime
Hilário segue respondendo perguntas do Ministério Público. Em um dado momento, apontou sobre a possibilidade de interferência política e de toda a repercussão do caso nas investigações. "Algumas autoridades se manifestando sobre o episódio (crime) eram candidatos a deputado federal, estadual, e não entendi a relação, os motivos. Seria interessante para a investigação? O dr. Janderson (delegado que conduziu o inquérito) disse aqui que para ele não houve interferência da mídia, embora inúmeros volumes se tratam de reportagens, de manifestos de políticos e autoridades públicas, me chamou a atenção isso".
Hilário admite conhecer juiz
Neste momento, Hilário responde a perguntas dos representantes do Ministério Público. Ele admitiu, em uma das respostas, conhecer o juiz Alexandre Farina. Para o Ministério Público, é ele quem seria o "juiz amigo" que Hilário se referiu em mensagens dizendo que poderia ajudar caso o crime fosse na Serra, como as investigações apontaram que era o planejamento inicial.
Hilário: "a dor é muito forte"
Hilário fez um desabafo aos jurados: "É tudo muito sofrido, a dor é doída demais, muito forte, é incalculável pela perda da minha minha saudosa esposa Milena. É inimaginável. uma dor que vai aumentando quando me vem, todas os os dias, a memória das nossas anjinhas, filhas, das quais eu estou temporariamente afastado fisicamente".
"Não mandei matar Milena e nem mandaria", diz Hilário
Último dos réus a depor no julgamento sobre o assassinato da médica Milena Gottardi, o ex-marido da vítima, Hilário Frasson, afirmou que não mandou matar a ex-esposa e negou qualquer participação na trama. Veja aqui.
Hilário admite ter entrado em contato com prostituta após o crime
Questionado, Hilário falou sobre a pesquisa por sites pornográficos dias após o crime, além de ter entrado em contato com uma garota de programa, como apontou a polícia. Sobre os sites afirmou: "Eu participava de diversos grupos, com pessoas de idades diversas. Sou analfabeto digital. Sempre abria todas as mensagens e em algumas destas, acabei clicando em algum link. Não fiz pesquisa pornográfica. Não fiz e não faria, principalmente naquele momento". Já sobre o contato com uma prostituta, ele narrou: "Dias após o ocorrido, tentando digerir tudo o que aconteceu, e na companhia de uma pessoa amiga, que me estimulou a procurar a companhia de outra pessoa. E, num momento em que estava extremamente desnorteado, de extrema fraqueza, eu procurei. Realmente entrei em contato, mas não concretizei este ato. Não cheguei até o fim".
Hilário conta sobre a hora do crime e como teria ficado sabendo
No dia em que Milena foi baleada, Hilário tinha buscado as crianças na escola. Ele relatou sobre o momento no tribunal: "Peguei as crianças, coloquei elas no carro, fui a uma sorveteria, tomamos sorvete, compramos um para levar para Milena, e passamos a passear pela Praia do Canto com a intenção de comprar uma blusa para Milena. Wu estava separado, mas mesmo depois deste desentendimento que estávamos passando nunca deixei de amar minha esposa, nunca desisti de manter o casamento. Queria comprar uma blusa para ela, mas não achamos uma que pudesse agradar Milena e as lojas já estavam fechando, já era quase 19h. Segui para o nosso apartamento e próximo recebi a ligação de um médico, Thanos, me pedindo para ir para o Hucam que a Milena levou 4 tiros. Eu falei: 'Não fala isso'. Liguei para o celular da Milena e ela não atendia", narrou em fala ao júri.
Hilário fala sobre ligações para Milena e para o pai no dia do crime
Questionado sobre ligações feitas para Milena no dia do crime, Hilário respondeu: "Às 10h30 liguei para Milena, era o horário em que ela estava mais livre. Liguei e disse: 'bom dia, você sabe que te amo, estou ligando porque me deu mais uma vez vontade de dizer para continuarmos tentando, quero voltar para casa, viver em família'. Eu nunca desisti de tentar, e ela, todas as vezes… a gente se tratava por amor, ela disse que não dava, pediu para esperar um pouco, e pediu para não conversar por telefone", disse. Hilário continuou: "Já por volta das 14h ou 14h30 ela me ligou e disse: 'amor você pode pegar as crianças? infelizmente cheguei um pouco tarde no hospital hoje'. Eu disse: 'Milena, tenho reunião na Maçonaria às 19h, com o desembargador Ney, mas vou buscar as minhas filhas'. Cheguei às 17h40 na escola. Eu não estava agitado. Enquanto esperava, liguei para a Milena e depois liguei para o celular do meu pai para avisar que não iria para a casa do meu pai levar roupa para lavar. E aproveitei para falar com meu pai sobre a venda do cavalo do médico Tarciso, uma venda difícil".
Hilário nega que tenha ido a escola das crianças armado
Testemunhas apontaram no julgamento que Hilário, por vezes, ia na escola das filhas armado, o que inclusive provocava medo nos professores. No interrogatório, ele negou. " Nunca fui com arma para fora na escola e sem uniforme. Isto não aconteceu e nem aconteceria porque tenho consciência da minha postura. Não mostraria arma para minhas filhas ou para outras crianças".
Hilário diz que Milena o ajudava com R$ 1 mil por mês após separação
O ex-policial afirmou aos jurados que, após a separação, fez um acordo com Milena sobre a pensão alimentícia das filhas. "Ela disse que eu não precisava pagar pensão e falou 'sei que você esta ganhando menos do que eu'. Eu fque teria que ter uma contribuição simbólica e paguei R$ 600. Ela, muito sensibilizada, depositava R$ 1 mil na minha conta, inacreditavelmente", disse chorando. Hilário continuou: "Não consigo compreender porque ela estava tão sensibilizada, pelo respeito que a gente mantinha entre a gente. Mantivemos como prioridade o cuidado com as nossas filhas até este infeliz acontecimento (o crime)".
"Meu pai tentou que nós continuássemos casados", diz Hilário
Questionado sobre como o pai, Esperidião Frasson, via o relacionamento com Milena, Hilário afirmou que ele tentou manter o casamento. "Meu pai sempre tentou que nós continuássemos casados, assim como eu. Sempre falava comigo para que tentasse tudo para manter o casamento, a família, porque nunca tivemos isto na nossa família. Ele sempre nos ajudou de maneira incondicional, de várias formas".
Hilário diz que nunca esteve com Valcir e nega ter apagado contato do celular
Hilário respondeu sobre a relação com Valcir: "Nunca estive pessoalmente com o senhor Valcir. Nunca estive no Hucam, com a Milena e com Valcir", disse. Sobre a afirmação da polícia de que Hilário apagou o contato de Valcir do celular um dia antes do crime, ele negou: "Não apaguei e não tinha razão de apagar".
Ligação para Valcir foi para tratar de venda de cavalos, diz réu
A polícia apontou a existência de ligações telefônicas entre Hilário e Valcir. O ex-policial admitiu ter feito o contato, mas para tratar da venda de cavalos, segundo ele. "Quando residi na casa do Tarciso Favaro, que foi quando eu estava separado e fora de casa, o Tarciso queria investir em cavalo, algo que eu gostava muito, e convenci Favaro a comprar alguns animais em um haras em Meaípe. Ele comprou alguns potros e eu também comprei um potro. Levei os potros para a casa de um médico em Aracruz. mas Tarciso não queria ter despesa com os animais e decidiu vender. E vendemos um para Rio Bananal, o outro deu problema de saúde e doamos para uma clínica veterinária, e o outro ficou na propriedade do meu pai, onde tentei vender com meu pai. por indicação do meu pai, que falou que Valcir era a saída para eu consegui vender o cavalo. Foi assim que fizemos contato, mas só para este assunto. Isto foi em maio de 2017", afirmou.
Hilário nega encontro com Dionathas ou Valcir
Hilário negou que tenha se encontrado com Dionathas (executor confesso da médica) e Valcir (apontado como intermediário do crime). Dionathas chegou a relatar que encontrou com os dois em um posto de gasolina na Serra. O ex-policial, porém, disse no depoimento que não conhecia o atirador. "Nunca me encontrei com Dionathas ou com Valcir para qualquer tipo de reunião. Uma ou duas vezes vi o Dionathas aqui (no julgamento) e não sabia da existência dele. Conheço o Valcir, tenho lembrança dele de quando eu era adolescente, porque ele trabalhou com meu pai na roça, era amigo do meu pai, mas não tive convivência com ele, nem na roça, nem em Timbuí ou em qualquer outro lugar".
Hilário diz que cogitou instalar câmeras no apartamento, mas para ver filhas
Ainda sobre o monitoramento de Milena, Hilário falou sobre as câmeras instaladas no apartamento. Ele admitiu que isso aconteceu em um momento em que ele não aceitava a separação, mas disse que o objetivo era ver as filhas. "Em um momento de maior inaceitação da separação, tive a ideia de colocar a câmera na sala do nosso apartamento para uma única e exclusiva finalidade, que era para tentar ver as minhas filhas o máximo que pudesse, porque sou muito apegado a elas. E cheguei a cogitar essa possibilidade, consultando amigos, e cheguei a conclusão da desnecessidade disto. Tanto pela desnecessidade quanto pelas despesas desnecessárias, e isso não foi efetivado"
Rastreador no veículo foi para segurança, diz réu
Após vários relatos de testemunhas de que Hilário rastreava e monitorava Milena, ele afirmou, em depoimento, que colocou um rastreador no carro para, principalmente, dar segurança. "Fomos orientado por um amigo, onde compramos nossos veículos, e ele nos orientou sobre o lugar onde colocar o rastreador. Primeiro por dar segurança em caso de assalto e furto do veiculo, para logo localizar. A outra situação é que influencia no valor do seguro do carro. Isso que nos levou, em comum acordo, a ir a loja juntos e a proceder a instalação primeiro no veiculo da Milena. E a cobrança sempre chegava em nosso endereço. A instalação foi quando já estávamos vivenciando um pequeno desentendimento".
Hilário: tivemos desentendimentos, mas sempre nos respeitamos
Segundo Hilário, apesar dos desentendimentos enquanto eram um casal, ele e Milena sempre se respeitaram. "Vivi muitos anos com a Milena e sobretudo com a família dela. Sempre fomos muito respeitosos, muitos amigos, sinceros, sempre buscamos a felicidade, viver em família, um ajudar ao outro, incentivar os projetos que tínhamos na vida, sempre nos respeitamos da melhor forma possível que um casal possa ser respeitar. Tivemos desentendimentos ideológicos, de trabalho ou no convívio dentro de casa, mas com toda sinceridade nada que ultrapasse a rotina de um casal mediano, uma família mediana".
"Foi uma surpresa para mim", diz Hilário sobre saída de Milena de casa
Hilário relatou sobre a saída de Milena de casa. "Exatamente no dia 6 de abril (de 2017), quando cheguei em casa, eu não a encontrei com as crianças. Foi uma grande surpresa para mim. No domingo estávamos em casa, com as crianças, e a tarde chegou o Douglas e a Luana, nos reunimos na tentativa de manter a família, seguir a vida adiante, e após uma hora de conversação chegamos a este acordo. Foi um domingo antes dela sair de casa", disse. Após isso, ele narrou que as coisas pareciam normalizadas entre o casal, tanto que na segunda levou as crianças na escola. "Na terça, quando cheguei, fui surpreendido e sequer tive conhecimento do que estava sendo preparado (o processo)".
Hilário: na época do crime estávamos passando por um desentendimento
Hilário Frasson falou da relação com Milena na época do crime. "Nesta época nós já estávamos passando por um pequeno desentendimento, um desgaste no casamento, como era de conhecimento. Já tinha saído de casa para ela ficar com as crianças. Saí em comum acordo com ela. Fizemos um acordo judicial idealizado por nós e levamos aos advogados para que pudessem formalizar. Foi proposto por ela com guarda compartilhada, para que ela ficasse no conforto do nosso lar".
Não mandei matar Milena e nem mandaria, diz Hilário
Hlário inicia depoimento negando qualquer envolvimento no crime: "Nego qualquer tipo de participação a cerca da imputação de ter mandado matar a Milena. Não mandei e nem mandaria".
Hilário entra no plenário chorando e inicia depoimento
O réu Hilário Antonio Fiorot Frasson, ex-policial e ex-marido de Milena Gottardi, já entrou no plenário para depor chorando. De blazer, camisa coral e calça jeans, ele é o último dos acusados a ser interrogado. Hilário é acusado de ser o mandante do assassinato da ex-mulher.