Publicado em 17 de setembro de 2020 às 22:02
A corrida eleitoral pela cadeira de prefeito da Capital do Espírito Santo já tem sinais de que será muito disputada, com base no resultado final das convenções partidárias, encerradas nesta quarta-feira (16). Em Vitória, foram lançados 12 candidatos que possuem os mais diferentes perfis, desde novatos a veteranos na política; nomes vindos do Legislativo, do próprio Executivo, militares e de perfil técnico; e várias chapas puro-sangue, em oposição a algumas coligações que reúnem um considerável número de siglas. >
As candidaturas só estarão 100% confirmadas após o pedido de registro na Justiça Eleitoral, que pode ser feito até o dia 26 de setembro. Até lá, alguns arranjos ainda podem mudar. Até mesmo os partidos que decidiram lançar candidatura própria a prefeito podem desistir, para fazer coligações com outra chapa. >
Uma demonstração de como as costuras estão sujeitas a alterações, até o último minuto, é que, nesta quinta-feira (17), o partido PMN, que havia fechado com o candidato Fabrício Gandini (Cidadania) no dia anterior, decidiu mudar e agora faz parte da coligação do PL, com o candidato Halpher Luiggi. >
Há também duas siglas estarão totalmente fora das eleições de 2020 em Vitória: o DC e o PCB. >
>
No PSDB, mesmo após a convenção, a situação ainda ficou indefinida. A decisão dos filiados foi que sua candidata a prefeita será a vereadora tucana Neuzinha de Oliveira. No entanto, a sigla também possui Luiz Paulo Vellozo Lucas, que não disputou a convenção e apresentou a pré-candidatura diretamente à Executiva nacional, que é de onde espera que venha a decisão final sobre a questão. >
No entanto, Neuzinha, que é presidente municipal dos tucanos, solicitou o registro de sua candidatura à Justiça Eleitoral, no dia 20. Ela fechou uma chapa puro-sangue, com o vice do próprio PSDB.>
Entre os candidatos lançados nas convenções, ao menos dois poderiam retirar os nomes para se aliar a outra chapa, no cenário posto no último dia 16. Neuzinha era cobiçada para migrar para a coligação de Lorenzo Pazolini, com a possibilidade de ficar com a vaga de vice. Ela mesma não chegou descartar a hipótese. >
O outro seria Halpher Luiggi, devido à proximidade do comandante do PL, ex-senador Magno Malta, com Pazolini. O lançamento oficial de Halpher como candidato corresponderia, no fundo, a uma estratégia ditada por Magno para dobrar a aposta e valorizar o passe do partido na negociação do vice de Pazolini.>
Neste sábado (19), porém, o Pazolini escolheu a capitã da Polícia Militar Estéfane Ferreira (Republicanos) como vice.>
Ao longo das últimas duas semanas, houve ainda cinco nomes que eram pré-candidatos, mas desistiram de disputar a prefeitura: Cléber Félix (DEM), Luzia Toledo (MDB), Roberto Martins (Rede), Rogério Sarmento - Polenta (DC) e Weverson Meireles (PDT).>
Veja quem são os candidatos lançados em convenção, em ordem alfabética, e o cenário de alianças.>
O deputado estadual Capitão Assumção é candidato pelo Patriota. O partido já definiu o vice, Capitão Hélio Martinelli Tristão de Oliveira, do PTB, único partido que está confirmado na chapa. A aliança foi uma determinação do presidente nacional do partido, Roberto Jefferson. >
Na convenção, no dia 16, Assumção utilizou bandeiras do Brasil e discursou com referências ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem busca se associar, citando seus slogans e principais pautas.>
Em sua convenção virtual, a primeira realizada em Vitória, no dia 2, o partido Novo lançou o coronel Nylton Rodrigues como candidato a prefeito e a professora e executiva Patrícia Bortolon também do partido, já que o Novo não faz coligações como vice.>
Coronel Nylton foi comandante da PM e secretário de Segurança Pública no governo Paulo Hartung. Estreando nas urnas nesta eleição, ele passou pelo processo seletivo do partido para se candidatar.>
Mudança no dia 25 de setembro: Eron Domingos Souza Lima é empresário, tem 57 anos e foi registrado como candidato a prefeito pelo PRTB. O vice será Sérgio Capovilla (PRTB), que é corretor de imóveis. O partido havia realizado a convenção no dia 11 de setembro, mas deixou a ata em aberto e não lançou candidato naquela data. >
O deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) é o candidato apoiado pelo atual prefeito, Luciano Rezende, do mesmo partido. Lançado no dia 16, Gandini já foi vereador e secretário da prefeitura por cerca de um ano. Também é próximo do governador Renato Casagrande (PSB) que, embora não tenha subido efetivamente em seu palanque, por haver o candidato do PSB, Sérgio Sá, no páreo, tem sinalizado, de outras maneiras, que sua candidatura tem o apoio do Palácio Anchieta.>
Seu vice é o vereador Nathan Medeiros (PSL). Em sua chapa, também já confirmaram apoio PDT, PV, PSC, Avante e Podemos. >
O PSOL vai disputar mais um pleito em Vitória com chapa puro-sangue. O partido escolheu o historiador Gilbertinho Campos e a socióloga Manuh Malek, ambos militantes do movimento negro, para representá-lo no pleito, em busca das cadeiras do Executivo municipal.>
O PSOL não fará coligações, mas vai receber o apoio informal do PCB para a candidatura a prefeito, de Gilbertinho, e a vereador, para Vander Meirelles.>
Luiggi já foi superintendente do DNIT no Espírito Santo e diretor do DER, e classifica sua candidatura como "conservadora". Devido à proximidade de Magno com Lorenzo Pazolini, nos bastidores cogita-se uma aliança do PL com o Republicanos até o fim do prazo para os registros de candidatura. Os dirigentes do partido e o próprio Halpher, no entanto, rechaçam a possibilidade.>
Ex-prefeito de Vitória entre 2005 e 2012, o petista João Coser foi escolhido pelo partido para disputar novamente a prefeitura, em uma chapa puro-sangue, lançada no dia 16. A vice será a atual presidente estadual do PT, Jackeline Rocha. Houve articulações para fechar alianças com outros partidos, como a Rede, o PCdoB, o PDT e o PP, mas que não foram adiante.>
O lançamento do nome de Coser vai ao encontro da meta do PT de ter candidatos nas principais capitais do país, visando fortalecimento para as eleições presidenciais de 2022, e passou inclusive pela escolha das lideranças na Executiva nacional do partido, como o ex-presidente Lula. Com a maior bancada na Câmara Federal, o PT conta também com a maior fatia do fundo eleitoral e do tempo de televisão e rádio para propaganda.>
Aliado do atual presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), o deputado e delegado Lorenzo Pazolini (Republicanos) é o representante do grupo político como candidato em Vitória. Ele já oficializou o apoio com partidos de peso, como MDB, DEM, PTC e Solidariedade, e ainda tenta atrair outros, como o PSDB e o PL que têm candidatos próprios , além do PRTB e do PTC.>
Lançado no dia 16, Pazolini conversava com o PSDB para que a vereadora Neuzinha de Oliveira, candidata anunciada na convenção tucana, ficasse com a vaga de vice na chapa dele. No entanto, ainda havia o temor que essa possível aliança fosse barrada pela Executiva nacional do partido, que poderia interferir na decisão, por se tratar de uma Capital. Outro nome cogitado era o de Halpher Luiggi (PL), devido à proximidade entre Pazolini e o ex-senador Magno Malta. >
Mudança no dia 19 de setembro: A capitã da Polícia Militar Estéfane Ferreira, também do Republicanos, foi escolhida como vice de Lorenzo Pazolini, formando uma chapa puro-sangue para disputar a Prefeitura de Vitória. >
O PSD lançou, no dia 5, o nome do vereador Mazinho dos Anjos como representante do partido na candidatura a prefeito. Para vice, a indicação foi do professor de Filosofia Welis Carlos Clemente, também do PSD. Até o momento, Mazinho não fechou parceria com outros partidos.>
Parlamentar encerrando o primeiro mandato e advogado, Mazinho se coloca como oposição à gestão do prefeito Luciano Rezende, e traz como principais pautas o empreendedorismo e a modernização da economia. Entre seus colaboradores de campanha, já há nomes ligados ao ex-governador Paulo Hartung, como o jornalista Tião Barbosa e o ex-secretário de Justiça Eugênio Ricas.>
O vereador é sobrinho do deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD).>
Mudança no dia 22 de setembro: Mazinho realizou o pedido de registro de candidatura à Justiça Eleitoral e, ao contrário do indicado na convenção, o vice de sua chapa será o administrador João Luiz Salles (PSD). >
O jornalista, radialista e ex-vereador de Vitória por cinco mandatos Namy Chequer foi escolhido como candidato do PCdoB no dia 12. >
Namy também é mestre em História Social das Relações Políticas e está sem mandato desde 2017, quando deixou a Câmara.>
Mudança no dia 24 de setembro: O vice de Namy será o jornalista Alcione Pinheiro, também filiado ao PCdoB. Ele já foi secretário municipal de Cultura de Vitória.>
Vereadora de cinco mandatos, Neuzinha de Oliveira foi escolhida pelo PSDB de Vitória, em convenção, no dia 14, como a candidata do partido ao Executivo. Ela detém o controle e apoio dos filiados no município e também o aval do presidente estadual, Vandinho Leite (PSDB), e do vice, o ex-governador César Colnago (PSDB). >
No entanto, em abril, o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas voltou ao partido, a convite do presidente nacional, Bruno Araújo e contra a vontade de Neuzinha, presidente municipal. A filiação dele já teria como objetivo que fosse pré-candidato a prefeito. Luiz Paulo começou as movimentações pré-eleitorais e costurou apoios com PP, DEM e PMN, mas não conseguiu o acordo interno. Dessa forma, não chegou a disputar a convenção municipal, que teve a chapa de Neuzinha como a única inscrita e vitoriosa.>
Ele afirma ter se inscrito diretamente junto à Executiva nacional, que é a quem cabe dar a palavra final sobre candidaturas de capitais, segundo uma norma interna do PSDB. Até o momento se mantém pré-candidato. A decisão final deve vir da direção nacional até o limite do prazo, 26 de setembro.>
Na convenção, a ata aprovada permite que a direção municipal possa mudar a decisão da candidatura de Neuzinha, até o registro de candidaturas. Havia a possibilidade, inclusive, de integrar outra coligação, como a de Lorenzo Pazolini (Republicanos), de quem recebeu o convite para ser vice, e não descartou. Pazolini, Erick Musso e o presidente do Republicanos, Roberto Carneiro, inclusive estiveram na convenção tucana, sinalizando essa articulação. Porém, neste sábado (19), o Republicanos definiu a chapa puro-sangue. >
Mudança no dia 20 de setembro: Neuzinha solicitou o registro de sua chapa à Justiça Eleitoral, tendo como vice o supervisor de vendas Anderson Alexandre de Paula Theodoro (PSDB). A Executiva nacional do PSDB foi procurada, mas não quis se manifestar.>
Natural de Vitória, o professor universitário Raphael Furtado será o candidato do PSTU à prefeitura, contando com a militante Laís Carvalho (PSTU) como vice. Furtado participou da fundação do PSTU, em 1994 e desde então está militando no partido. Seu foco serão as discussões sobre a recuperação da pandemia de Covid-19, no contexto de desemprego e crise. >
Furtado já foi candidato ao Senado em 2014, também pelo PSTU. >
Atual vice-prefeito de Vitória, Sérgio Sá (PSB) será o candidato do partido do governador Renato Casagrande ao posto de chefe do Executivo. A vice será Laís Garcia, que é porta-voz nacional do partido Rede. Sá também fechou alianças com PROS, PMB e, nesta quinta, atraiu ainda o PP, que anteriormente fecharia com Luiz Paulo (PSDB). >
Sá é rompido com o atual prefeito, Luciano Rezende (Cidadania), e deve conduzir a campanha com uma dose de críticas à atual gestão, da qual também faz parte. Assim como o candidato de Luciano, Fabrício Gandini, Sérgio Sá não recebeu apoio explícito de Casagrande, mas pode ser considerado um dos candidatos que podem contar com o Palácio Anchieta. >
Para ser candidato, desde o final de 2019, ele ainda precisou travar uma disputa interna com o deputado Sergio Majeski (PSB), que também queria ser pré-candidato a prefeito. Uma consulta realizada junto ao partido em fevereiro, contudo, decidiu que o nome do PSB deveria ser o de Sérgio Sá, que foi lançado oficialmente no dia 11. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta