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Publicado em 11 de agosto de 2025 às 13:41
Com um salário de R$ 21 mil na Globalsys, Bruno Valadares afirmou à Polícia Civil que desviava dinheiro da empresa para "comer em restaurantes melhores e passear”. Ele é apontado como mandante do assassinato de Wallace Borges Lovato, empresário dono do negócio, assassinado em junho deste ano, na Praia da Costa, em Vila Velha. A corporação disse que o executivo, que tinha cargo de diretor financeiro, calculou ter desviado cerca de R$ 4 milhões, mas que as investigações apontam que uma auditoria contratada pela vítima indica uma quantia que pode passar de R$ 9 milhões.>
Os denunciados por envolvimento no crime:
Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Daniel Fortes, desde que ingressou na Globalsys, Bruno Valadares recebeu cerca de R$ 700 mil em salários. No entanto, os gastos com joias e veículos já ultrapassam esse valor.>
O delegado afirma que o próprio Bruno Valadares contou que começou a desviar recursos no fim de 2023, quando passou a ser o único responsável por movimentar uma das contas da empresa.>
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Daniel Fortes
Chefe da DHPP de Vila VelhaO mandante do crime já trabalhava na Globalsys quando surgiu a oportunidade de assumir o cargo de diretor financeiro. Segundo a Polícia Civil, ele chegou a trabalhar em outras grandes empresas no Espírito Santo, tendo experiência na função. “O que chamou atenção de Wallace é que ele recebe a informação de que Bruno estava respondendo a processo de um dinheiro que ele havia perdido de investimentos. Ele começa a fazer auditoria na empresa", disse Daniel Fortes. >
Daniel Fortes
Chefe da DHPP de Vila VelhaA auditoria preliminar realizada na Globalsys, empresa de Wallace Borges Lovato, apontou que o desvio pode passar de R$ 9 milhões em negócios da vítima. Entre os gastos com o dinheiro desviado, estão uma viagem de férias para a Disney, cirurgia plástica para retirada de papada, um transplante capilar, pagamentos de despesas de festas e restaurantes e compra de carros, imóveis e joias. >
A defesa de Bruno Valadares – apontado como mandante do assassinato – alegou, em nota, que ele é inocente e que há fatores não compreendidos envolvendo o suposto esquema de desvio financeiro.>
Defesa do diretor | Na íntegra
“A Assessoria Jurídica Pires & Pinho informa que representa o Sr. Bruno Valadares de Almeida e declara, de forma veemente, a sua inocência em relação ao crime de homicídio que lhe foi imputado.
Por respeito ao devido processo legal e ao trâmite do procedimento no âmbito do Poder Judiciário, não serão prestados esclarecimentos adicionais, além dos mencionados a seguir:
O agora réu, Bruno Valadares de Almeida, vem buscando constantemente esclarecer tudo o que sabe sobre o caso.
Conforme noticiado na imprensa, existiu, sim, um mecanismo de não comunicação financeira que não só envolvia o denunciado, mas também outros agentes — e isso ele vem denunciando repetidamente, porém não é devidamente compreendido.
O denunciado clama por sua inocência e vê, na imputação criminal que lhe é feita, uma solução fácil e simplista para o caso, tese que será amplamente refutada pela defesa.
Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça.”
O empresário foi morto no dia 9 de junho, ao sair da empresa Globalsys, fundada por ele. Na ocasião, uma câmera de segurança flagrou o momento em que suspeitos em um carro dispararam uma única vez, na nuca de Wallace, e fugiram. O motorista do veículo usado no crime foi o primeiro a ser preso: Arthur Laudevino Candeas Luppi foi capturado em Minas Gerais, no dia 17 de junho.>
Dois dias depois, mais uma prisão: Arthur Neves de Barros, de 35 anos, suspeito de ser o atirador, foi capturado em Sumé, na Paraíba. No dia 23 de junho, Eferson Ferreira Alves, apontado como intermediário, foi até a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, acompanhado de um advogado, e se entregou. >
No dia 12 de julho, o diretor financeiro da Globalsys, fundada por Wallace, foi preso. Bruno Valadares de Almeida, de 39 anos, estava em casa, no bairro Jardim Colorado, em Vila Velha. No local foram apreendidos notebook, celular, joias, dinheiro e duas armas.>
Leia mais sobre o caso:
- O que fez e quanto recebeu cada um no assassinato de empresário na Praia da Costa;
- Viagem à Disney e cirurgia de papada: o caminho do dinheiro desviado de empresa no ES;
- Empresário morto no ES: desvio em empresa pode passar de R$ 9 milhões;
- Os detalhes da investigação que elucidou assassinato do empresário Wallace Lovato
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