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Empresário morto no ES: desvio em empresa pode passar de R$ 9 milhões

Empresário morto no ES: desvio em empresa pode passar de R$ 9 milhões

Polícia diz que diretor financeiro confessou fraude e é apontando como o mandante do crime; suspeita sobre desvio motivou assassinato de Wallace Borges Lovato, dono da Globalsys

Mikaella Mozer

Repórter / [email protected]

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 10:51

Wallace Borges Lovato
Wallace Borges Lovato foi morto a tiros na Praia da Costa, em Vila Velha Crédito: Acervo Pessoal

Uma auditoria preliminar realizada na Globalsys, empresa de Wallace Borges Lovato – assassinado com um tiro na cabeça em 9 de junho deste ano, na Praia da Costa, em Vila Velha – apontou um desvio que pode passar de R$ 9 milhões em negócios da vítima. A Polícia Civil informou que as investigações apontam que a descoberta da fraude foi a motivação para o homicídio, e que Bruno Valadares, diretor financeiro da empresa, foi o mandante do crime e seria o responsável pelo desvio

Bruno e outros quatro envolvidos foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo, se tornaram réus pela morte de Wallace. A Polícia Civil afirmou que, em depoimento, ele confessou o desvio de cerca de R$ 4 milhões, afirmando que, como diretor financeiro da Globalsys, tinha acesso a todas as contas bancárias das empresas da vítima.

Ele confessou o desvio. Bruno Valadares acredita que tenha desviado cerca de R$ 4 milhões da empresa. Ele disse que queria comer em restaurantes melhores, sendo que ele ganhava cerca de R$ 21 mil

Daniel Fortes

Chefe da DHPP Vila Velha

As investigações da Polícia Civil, no entanto, apontaram que uma auditoria – ainda em andamento – já identificou que o desvio teria sido mais que o dobro do valor admitido por Bruno. Apesar de confessar a apropriação indevida dos recursos, ele negou participação no assassinato do empresário.

Ele (Bruno Valadares) desviava dinheiro e colocava documentos fiscais como se ele tivesse prestado serviços à empresa. A empresa estava fazendo auditoria interna e o valor estimado já está chegando a R$ 9 milhões

Romualdo Gianordoli Neto

Subsecretário de Inteligência da Sesp

A defesa de Bruno Valadares – apontado como mandante do assassinato – alegou, em nota, que ele é inocente e que há fatores não compreendidos envolvendo o suposto esquema de desvio financeiro.

Defesa do diretor | Na íntegra

“A Assessoria Jurídica Pires & Pinho informa que representa o Sr. Bruno Valadares de Almeida e declara, de forma veemente, a sua inocência em relação ao crime de homicídio que lhe foi imputado. 

 Por respeito ao devido processo legal e ao trâmite do procedimento no âmbito do Poder Judiciário, não serão prestados esclarecimentos adicionais, além dos mencionados a seguir:

O agora réu, Bruno Valadares de Almeida, vem buscando constantemente esclarecer tudo o que sabe sobre o caso.

 Conforme noticiado na imprensa, existiu, sim, um mecanismo de não comunicação financeira que não só envolvia o denunciado, mas também outros agentes — e isso ele vem denunciando repetidamente, porém não é devidamente compreendido.

O denunciado clama por sua inocência e vê, na imputação criminal que lhe é feita, uma solução fácil e simplista para o caso, tese que será amplamente refutada pela defesa.

Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça.”

Quem são os presos

Arthur Luppi, Arthur Barros, Eferson Ferreira e Bruno Valadares, da esquerda para a direita, foram presos por morte de Wallace Lovato
Arthur Luppi, Arthur Barros, Eferson Ferreira e Bruno Valadares, da esquerda para a direita, foram presos por morte de Wallace Lovato Crédito: Reprodução e Redes Sociais

O empresário foi morto no dia 9 de junho deste ano, ao sair da empresa Globalsys, fundada por ele. Na ocasião, uma câmera de segurança flagrou o momento em que suspeitos em um carro dispararam uma única vez, na nuca de Wallace, e fugiram. O motorista do veículo usado no crime foi o primeiro a ser preso: Arthur Laudevino Candeas Luppi, capturado em Minas Gerais, no dia 17 de junho.

Dois dias depois, mais uma prisão: Arthur Neves de Barros, de 35 anos, suspeito de ser o atirador, foi capturado em Sumé, na Paraíba. No dia 23 de junho, Eferson Ferreira Alves, apontado como intermediário, foi até a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, acompanhado de um advogado, e se entregou.

No dia 12 de julho, o diretor financeiro da Globalsys, fundada por Wallace, foi preso. Bruno Valadares de Almeida, de 39 anos, estava em casa, no bairro Jardim Colorado, em Vila Velha. No local foram apreendidos notebook, celular, joias, dinheiro e duas armas.

Um quinto suspeito de envolvimento no crime segue foragido. Conforme a coluna Vilmara Fernandes, de A Gazeta, divulgou no último dia 8, Bruno Nunes da Silva seria responsável pela organização da logística do crime e pela intermediação com os outros quatro suspeitos de participar do assassinato.

Cronologia do caso Wallace Lovato

Caso aconteceu em 9 de junho e vitimou o empresário Wallace Borges Lovato

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