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Crime de mando: caso Wallace Lovato chamou a atenção pela organização, diz secretário

Crime de mando: caso Wallace Lovato chamou a atenção pela organização, diz secretário

Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, afirmou que a arma utilizada na execução ainda não foi encontrada

Mikaella Mozer

Repórter / [email protected]

Publicado em 25 de junho de 2025 às 12:02

Secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, falou sobre PMs acusados de arremessar adolescente de ponte
Secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, falou sobre assassinato de empresário na Praia da Costa Crédito: Ramon Porto

Há 16 dias, o empresário Wallace Borges Lovato, de 42 anos, foi assassinado próximo a uma das avenidas mais movimentadas da Praia da Costa, em Vila Velha. Em entrevista à rádio CBN Vitória nesta quarta-feira (25), o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, disse que o caso chamou atenção pela organização. Três suspeitos de envolvimento na execução estão presos.

Tem criminalidade no Espírito Santo, mas esse caso chamou a atenção pela organização, que é claramente um crime de mando. O Estado já foi marcado por crime de mando, então, para nós, é fundamental investir os recursos para mandar um recado de que o Espírito Santo não é local para esse tipo de criminalidade

Leonardo Damasceno

Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social

Na terça-feira (23), a Polícia Civil realizou buscas na Rodovia do Contorno, em Cariacica, na tentativa de encontrar a arma utilizada no assassinato de Wallace, mas, segundo o secretário, o objeto ainda não foi localizado. Com três suspeitos presos — Arthur Neves de Barros (apontado como atirador), Arthur Laudevino Candeas Luppi (motorista) e Eferson Ferreira Alves (intermediário) —, ele afirma que a polícia trabalha para chegar ao mandante da execução.

“Estamos avançando e, em breve, esperamos concluir a investigação. Alguns pontos continuam pendentes, por isso não temos falado nada oficialmente. Temos uma esperança concreta de chegar no mandante do crime”, afirmou Leonardo Damasceno.

De acordo com apuração da repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, Arthur Luppi está prestando um novo depoimento nesta quarta-feira (25). Procurada, a Polícia Civil informou que, até a manhã desta quarta-feira, não há registro de novas prisões relacionadas ao caso. O caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. Outros detalhes da investigação não serão divulgados, no momento.

Imagens mostram momento do crime

Caso aconteceu em 9 de junho e vitimou o empresário Wallace Borges Lovato

Uma câmera de monitoramento flagrou, de frente, os detalhes do assassinato do empresário Wallace Borges Lovato, de 42 anos, morto com um tiro na nuca no último dia 9 de junho na Praia da Costa, em Vila Velha. Nesta reportagem, você vai conferir ponto a ponto de tudo o que as imagens mostram (veja acima)

O novo vídeo ao qual A Gazeta teve acesso mostra quando o empresário sai da empresa às 16h45 e vai em direção ao carro dele, uma BMW verde. Ele mexe no celular e coloca o aparelho no ouvido. Wallace abre a porta do motorista e depois a traseira. A todo momento a vítima fala ao telefone.

Ainda às 16h45, o Fiat Pulse com os criminosos sai da vaga onde estava, a um carro de distância do de Wallace. O empresário coloca algo no banco traseiro e se encaminha para assumir a direção. Neste momento, os bandidos passam com o veículo ao lado dele.

O atirador, que estava no banco traseiro, coloca a mão para fora e dispara uma única vez, atingindo a nuca do empresário. Wallace, que ainda estava fora da BMW, cai para frente ao lado do carro, na rua, e os criminosos fogem. A vítima chegou a ser colocada em um automóvel e levada para um hospital, mas não resistiu. 

Quem são os criminosos

Três suspeitos já foram presos até o momento: Arthur Neves de Barros (atirador), Arthur Laudevino Candeas Luppi, identificado como motorista do carro que deu fuga e Eferson Ferreira Alves, apontado como intermediário. 

Dois dos três detentos investigados pelo crime estavam em outros Estados quando encontrados. Luppi foi o primeiro preso e acabou transferido para território capixaba após ser capturado em Minas Gerais no dia 17 de junho, oito dias depois da morte de Lovato. Já Barros saía de casa quando foi surpreendido em Sumé, na Paraíba, em 19 de junho. 

O terceiro a ir para a cadeia foi Eferson Ferreira, apontado como intermediário do crime. Ele se entregou na segunda-feira (23), com a presença do advogado. Como havia um mandado de prisão expedido no nome dele, a prisão foi realizada. Fontes da reportagem contaram que existe mais um pedido judicial contra um quarto envolvido, que ainda não foi capturado.

Arthur Luppi, Arthur Barros e Eferson Ferreira (da esquerda para a direita) estão presos por suspeita de envolvimento na morte de empresário em Vila Velha.
Arthur Luppi, Arthur Barros e Eferson Ferreira (da esquerda para a direita) estão presos por suspeita de envolvimento na morte de empresário em Vila Velha Crédito: Arquivo pessoal

Segunda-feira, 9 de junho

14h40: Wallace estava na empresa dele, a Globalsys, quando um Fiat Pulse chega ao local e estaciona perto do veículo do empresário, na rua Professor Telmo de Souza Torres, lateral à Avenida Champagnat. Ninguém desce do automóvel. Lá dentro, estava o atirador. Ele fica aguardando por cerca de duas horas.

16h45: Wallace sai da empresa. Segundo testemunhas, ele estava a caminho de sua BMW, falando ao telefone, quando assassino parou o Fiat Pulse ao lado dele e o atirador, que estava no banco traseiro, disparou.

Socorro: Amigos de Wallace socorreram o empresário, colocando a vítima em um carro. A Polícia Militar foi abrindo caminho até o Hospital Praia da Costa, mas o homem não resistiu.

Terça-feira, 10 de junho

Carro encontrado: Na tarde do dia seguinte, o Fiat Pulse usado no crime foi localizado nas proximidades da alça da Terceira Ponte, em Vila Velha, a menos de dois km de onde o crime ocorreu. A Polícia Civil confirmou que era o automóvel usado pelo atirador.

Placa clonada: O veículo passou por perícia e, naquele mesmo dia, a Polícia Civil já adiantou que o carro estava com uma placa clonada.

O carro foi encontrado próximo à alça da terceira ponte na tarde desta terça-feira (10)

Quarta-feira, 11 de junho

Premeditado: Dois dias depois do crime, a Polícia Civil confirmou que o assassinato foi premeditado e disse que estava analisando as imagens para identificar os autores e a motivação.

Sexta-feira, 13 de junho

Mandante: O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, declarou que já se sabia que o crime tinha uma mandante. Sem dar detalhes, para não atrapalhar as investigações, ele disse em uma coletiva de imprensa que a rota do Fiat Pulse já tinha sido identificada, e que o carro tinha vindo de outro Estado.

Domingo, 15 de junho

Missa: a missa de sétimo dia de Wallace aconteceu na noite de domingo (15), em uma paróquia na Praia da Costa.

Terça-feira, 17 de junho

Prisão: A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que um suspeito de envolvimento no crime foi preso em território mineiro, no entanto, a ação tinha sido conduzida pela Polícia Civil do Espírito Santo. O criminoso era Arthur Laudevino Candeas Luppi. 

Quinta-feira, 19 de junho

Mais uma prisão: Arthur Neves de Barros, 35 anos, é preso suspeito de atirar e matar o empresário. O homem foi encontrado no município de Sumé, na Paraíba, enquanto saia de casa, após investigação feita pelas polícias civis do Espírito Santo e da Paraíba, a partir do trabalho do serviço de inteligência.

Boné identificou: Segundo o delegado Gilson Duarte, da Polícia Civil da Paraíba, o boné usado por Arthur foi o "detalhe final" para confirmar a identidade do suspeito. Ele aparecia com o mesmo acessório em imagens captadas no Espírito Santo, no dia do crime.

Segunda-feira, 23 de junho

Intermediador preso: Eferson Ferreira Alves se entregou à Polícia Civil, acompanhado de um advogado. Segundo fontes da reportagem, ele é apontado como intermediário. 

Terça-feira, 24 de junho

Buscas por arma: A Polícia Civil realizou buscas na Rodovia do Contorno, em Cariacica, em busca da arma que teria sido usada por Arthur Neves de Barros, suspeito de atirar contra o empresário. 

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