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Publicado em 21 de junho de 2025 às 11:32
A Justiça da Paraíba manteve a prisão temporária de Arthur Neves de Barros, de 35 anos, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram o empresário Wallace Borges Lovato, em Vila Velha, no Espírito Santo. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada por videoconferência na sexta-feira (20), na Comarca de Campina Grande (PB).>
Segundo o juiz Anyfrancis Araújo da Silva, responsável pelo plantão judicial, foram cumpridas todas as formalidades legais na prisão de Arthur. “Verifica-se o cumprimento das formalidades legais na prisão da custodiada, uma vez que existia mandado de prisão em aberto expedido no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP)”, destacou o magistrado na decisão.>
A audiência foi realizada com a presença do juiz, do promotor de Justiça, da defesa e do próprio custodiado, por videoconferência, conforme prevê a legislação. Após a análise do caso, o juiz determinou que “fica mantida a prisão expedida pela 4ª Vara Criminal de Vila Velha – Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo”.>
O juiz também determinou que a prisão fosse registrada oficialmente no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e que a Justiça do Espírito Santo fosse comunicada da captura. “Comunique a captura do réu Arthur Neves de Barros ao juízo de origem para ciência e providências cabíveis”, determinou o magistrado.>
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Arthur foi encaminhado para uma unidade prisional para presos provisórios ou condenados na Paraíba, enquanto o caso segue em investigação pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha.>
A captura de Arthur Neves ocorreu após um trabalho de inteligência que cruzou imagens do suspeito no Espírito Santo com registros na Paraíba. Segundo o delegado da Paraíba, as corporações já haviam juntado elementos de identificação e localização o suficiente para fazer a prisão do suspeito, mas no dia da operação um boné contribuiu para confirmar a identificação.>
A prisão aconteceu após horas de vigilância em frente à casa onde Arthur supostamente morava. "Fizemos campana desde as 18h da quarta até as 15h da quinta, quando ele saiu do imóvel foi capturado sem resistência", contou o delegado.>
Ao ser abordado, ele não reagiu, mas negou as acusações. "Ele se manteve calmo, primeiro disse que ficaria em silêncio, depois negou ter estado no Espírito Santo. Mas, diante de algumas informações que apresentamos, voltou a se calar", relatou Duarte, que disse ter apresentado elementos ao suspeito que poderiam comprovar os indícios da participação no crime. Arthur não permitiu a entrada da polícia em sua residência.>
“A gente acredita que poderia haver mais alguma coisa [provas] na casa que ajudaria nas investigações, mas como não havia mandado [busca e apreensão] e ele negou, não pudemos entrar”, explicou o delegado.>
Responsável pela operação que prendeu em Sumé, na Paraíba, o suposto atirador que matou o empresário capixaba Wallace Borges Lovato, o delegado Gilson Duarte, da Polícia Civil do estado nordestino, explicou que o suspeito Arthur Neves de Barros, de 35 anos, responde na Justiça por suspeita de envolvimento em outros crimes, como violência doméstica e homicídio qualificado.>
Em entrevista à reportagem de A Gazeta nesta sexta-feira (20), Duarte contou que em Sumé Arthur levava uma vida discreta e trabalhava como vigilante e bombeiro civil.>
Gilson Duarte
Delegado da PCPBArthur foi preso na última quinta-feira (19) suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Wallace, de 42 anos, no dia 9 de junho, quando o empresário saía da empresa em direção ao seu carro, na Praia da Costa, em Vila Velha.>
Para encontrar Arthur, a Polícia Civil do Espírito Santo contou com as forças de segurança da Paraíba, num trabalho conjunto das inteligências dos dois estados. Arthur estava na casa onde morava, em uma região tranquila de Sumé — cidade a quase 2 mil quilômetros de Vitória. Ele não resistiu à prisão.>
A reportagem consultou o histórico de Arthur Neves no site do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) e verificou que ele é réu em um caso de homicídio qualificado naquele estado. O processo tramita desde 2016 e a última movimentação aconteceu em 2018. O processo, no entanto, não teve sentença registrada nem foi arquivado. No Judiciário baiano, há também processos envolvendo crimes contra o sistema nacional de armas e violência doméstica.>
Na Paraíba, ele responde desde 2023 por injúria, ameaça e violência doméstica contra uma mulher. "Na região, há informações de populares de que ele seria pistoleiro, mas a gente não tem confirmação dessas atividades criminosas. Há suspeita de que ele atuava quando era contratado para serviços fora do estado", afirmou Duarte.>
Arthur foi preso com mandado expedido pela Justiça do Espírito Santo. A transferência do preso ainda não tinha sido solicitada oficialmente até a sexta-feira. Segundo o delegado paraibano, esse tipo de movimentação costuma ser discutido em fases posteriores do processo, especialmente quando envolve estados tão distantes.>
“Agora ele permanece custodiado aqui. Depois da audiência, pode ser que haja a tratativa de transferência, mas isso depende da Justiça”, explicou Gilson Duarte.>
A investigação sobre o assassinato de Wallace Borges Lovato segue em andamento no Espírito Santo. Até o momento, a Polícia Civil não divulgou a motivação do crime. Arthur Neves de Barros é apontado como o executor dos disparos, mas ainda não está claro se existe e quem seria o mandante do assassinato.>
Outro suspeito de participação no crime, Arthur Laudevino Candeas Luppi, foi preso em Minas Gerais na terça-feira (17) pela Polícia Civil mineira. Luppi está no Centro de Detenção Provisória de Viana desde terça-feira. Em 2022, ele chegou a prestar concurso para ingressar na Polícia Militar capixaba.>
Procurada pela reportagem de A Gazeta para mais informações sobre as prisões, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) disse, em nota, que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. "Desde o momento do crime, as equipes iniciaram diligências para esclarecer os fatos, com apoio de ferramentas de inteligência e análise de imagens. A investigação segue em andamento e outros detalhes da investigação não serão divulgados, no momento", afirmou a corporação.
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Caso Wallace Lovato: empresário foi assassinado com um tiro na Praia do Canto
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