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O que diz a defesa do suspeito de mandar matar empresário em Vila Velha

O que diz a defesa do suspeito de mandar matar empresário em Vila Velha

Bruno Valadares, de 39 anos, foi preso no último sábado (12) em Jardim Colorado, durante cumprimento de mandado de prisão

Mikaella Mozer

Repórter / [email protected]

Publicado em 14 de julho de 2025 às 16:17

Diretor financeiro Bruno Valadares de Almeida foi preso na manhã deste sábado em Vila Velha
Diretor financeiro Bruno Valadares de Almeida foi preso na manhã deste sábado em Vila Velha Crédito: Redes Sociais

A defesa de Bruno Valadares de Almeida, de 39 anos, preso no sábado (12), suspeito de mandar matar o empresário Wallace Borges Lovato, de 41 anos, se manifestou pela primeira vez. Em nota enviada nesta segunda-feira (14), os representantes afirmam que ele é inocente. Bruno era diretor financeiro da Globalsys, fundado pela vítima morta com um tiro na cabeça ao sair do trabalho na Praia da Costa, em Vila Velha, em 9 de junho.

Ainda conforme a defesa, por respeito ao processo legal e ao trâmite do procedimento no Poder Judiciário, não serão prestados esclarecimentos adicionais neste momento sobre os fatos relacionados a investigação criminal.

"A assessoria também comunica que já foi solicitada a habilitação nos autos do processo, a fim de assegurar o pleno direito de defesa e contribuir para o esclarecimento da verdade dos fatos. Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça", afirmou a equipe jurídica. 

No mesmo município 

 Bruno estava em uma casa em Jardim Colorado, no município canela-verde, mesma cidade onde o crime aconteceu, durante cumprimento de mandado de prisão expedido contra ele.

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O que diz a defesa do suspeito de mandar matar empresário em Vila Velha

Conforme apuração do g1 ES, segundo as investigações, que seguem em segredo de Justiça, Lovato teria descoberto um desvio de dinheiro praticado pelo homem de 39 anos dentro da empresa. A suspeita é de que, temendo as consequências da descoberta, o diretor financeiro teria planejado o crime.

Bruno é o quarto preso durante as investigações. Além dele, outros três suspeitos tinham sido levados ao sistema prisional: Arthur Neves de Barros, que teria sido o atiradorArthur Laudevino Candeas Luppi, identificado como motorista do carro que deu fuga; e Eferson Ferreira Alves, apontado como intermediário. Confira abaixo a linha do tempo das investigações:

O assassinato

No dia 9 de junho, suspeitos chegaram em um Fiat Pulse, estacionaram e aguardaram Wallace por cerca de duas horas em frente à empresa dele, a Globalsys, na Praia da Costa, em Vila Velha. Às 16h45, a vítima saiu do trabalho e foi na direção de sua BMW. Neste momento, os suspeitos parearam o veículo e dispararam uma vez, atingindo a nuca do empresário. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A cena foi flagrada por uma câmera de segurança (veja acima)

Carro encontrado

No dia seguinte, o Fiat Pulse usado no crime foi localizado perto da Terceira Ponte. Na ocasião, a Polícia Civil confirmou que o veículo estava com placa clonada.

O carro foi encontrado próximo à alça da terceira ponte na tarde desta terça-feira (10)

Crime premeditado

No dia 11 de junho, a Polícia Civil confirmou que o crime foi premeditado. Na ocasião, as equipes estavam em diligências para esclarecer o crime, com apoio de ferramentas de inteligência e análise de imagens, visando identificar a autoria e a motivação.

Carro veio de outro Estado

No dia 13 de junho, o secretário Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, confirmou que o crime teve um mandante e que o veículo usado veio de outro Estado. "A gente já sabe de onde esse carro veio, onde ele foi originalmente roubado e que depois foi clonado e utilizado aqui no Espírito Santo. O que a gente pode dizer é que foi uma execução, obviamente foi um crime planejado. Temos um mandante com toda certeza, declarou ele, na ocasião. 

Motorista é preso

Arthur Laudevino Candeas Luppi 
Arthur Laudevino Candeas Luppi, preso em Minas Gerais no dia 17 de junho Crédito: Obtido por A Gazeta

Atirador é preso

Dois dias depois, mais uma prisão: Arthur Neves de Barros, de 35 anos, suspeito de ser o atirador, foi capturado em Sumé, na Paraíba. Ele usava o mesmo boné do dia do crime, o que facilitou a identificação. 

Homem, que é o segundo suspeito encontrado pelas autoridades, foi apontado como executor do empresário Wallace Lovato

Intermediário se entrega

Eferson Ferreira Alves foi preso suspeito de envolvimento na morte do empresário em Vila Velha.
Eferson Ferreira Alves foi preso suspeito de envolvimento na morte do empresário em Vila Velha Crédito: Arquivo pessoal

Sigilo absoluto

Em 25 de junho, a Justiça decretou sigilo absoluto no caso, ou seja, nenhuma informação do processo poderia ser divulgada publicamente — nem mesmo os advogados que não estejam diretamente envolvidos têm acesso. Os níveis de sigilo são:

  • Nível 0: Processo Público - os autos são públicos, sem sigilo;
  • Nível 1: Segredo de Justiça - processos em que a visualização está disponível para usuários internos, advogados do processo e para as partes ou terceiros, desde que tenham a chave do processo;
  • Nível 2: Sigilo Moderado - processos em que a visualização está restrita aos servidores da Unidade Judicial em que tramitam os autos, às procuradorias. Advogados do processo e partes somente com permissão expressa;
  • Nível 3: Sigilo Padrão - limitado aos membros do tribunal e outras partes com permissão expressa;
  • Nível 4: Sigilo Máximo - visualização somente pelo magistrado ou a quem ele atribuir.

Diretor financeiro é preso

No dia 12 de julho, o diretor financeiro da Globalsys, fundada por Wallace, foi preso. Bruno Valadares de Almeida, de 39 anos, estava em casa, no bairro Jardim Colorado, em Vila Velha. No local foram apreendidos notebook, celular, joias, dinheiro e duas armas.

Motivação 

A principal linha de investigação, de acordo com apuração do g1 ESaponta que Lovato descobriu um desvio de dinheiro praticado por Bruno dentro da empresa. A suspeita é de que, temendo as consequências da descoberta, o diretor financeiro teria planejado o crime.

Família se manifesta

Wallace Borges Lovato
Wallace Borges Lovato, de 42 anos, foi assassinado após sair do trabalho na Praia da Costa Crédito: Acervo Pessoal

Em nota enviada à imprensa após a prisão de Bruno, a família de Wallace Lovato disse estar impactada com a notícia: "O trabalho sempre foi um dos principais motores da vida de Wallace. É muito triste para nós saber que um filho, marido e pai de duas crianças se foi e que a suspeita recai nos interesses comerciais e financeiros. Seguimos acompanhando as investigações com fé, confiança e respeito pelo trabalho da polícia. Agradecemos o empenho de todos que estão direta ou indiretamente envolvidos na apuração. Esperamos que toda verdade seja esclarecida. A dor não vai passar, mas a justiça precisa ser feita".

Empresa se manifesta

Também no sábado (12), depois da prisão do diretor financeiro, o CEO da Globalsys, Thiago Molino, informou que tomou imediatamente "todas as providências para rescindir qualquer relação do prestador de serviço investigado com a empresa. Seguimos confiando nas investigações e acreditando que a justiça será feita".

Governador fala sobre prisão

Entrevista exibida no Gazeta Meio Dia do dia 12/07/2025

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, conversou ao vivo com a repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, após a prisão de Bruno. Ele declarou que há uma ligação entre o diretor financeiro da empresa da vítima e o intermediário do crime.

"É mais um passo nessa investigação, porque identificamos o motorista, o pistoleiro, o intermediário, e agora a gente identifica uma outra pessoa que teve um vínculo com o intermediário. [...] Estamos falando de uma ligação. Pode ser transferência bancária... Deixa a polícia investigar, mas tem claramente um vínculo, uma ligação entre o diretor e o intermediário", pontuou Casagrande.

Investigações continuam

Como o caso está em sigilo, a Polícia Civil não pôde dar detalhes, mas informou que ele segue sob investigação da DHPP de Vila Velha. O governador reiterou que a prisão de Bruno não significava a conclusão do inquérito. "Fatos novos poderão acontecer decorrentes da oitiva desse diretor da empresa. Então, a partir de todas essas quatro pessoas envolvidas é que o crime de fato vai sendo elucidado", ressaltou Casagrande. 

Defesa se manifesta 

A defesa de Bruno Valadares, representada pela assessoria jurídica Pires & Pinho, declarou por meio de nota enviada nesta segunda-feira (14), que Bruno é inocente de todas as acusações.

"A Assessoria também comunica que já foi solicitada a habilitação nos autos do processo, a fim de assegurar o pleno direito de defesa e contribuir para o esclarecimento da verdade dos fatos. Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça", frisou a defesa. Confira a nota completa abaixo:

Nota da defesa de Bruno Valadares

A ASSESSORIA JURÍDICA PIRES & PINHO informa que representa o Sr. Bruno Valadares de Almeida e declara, de forma veemente, a sua inocência em relação a todos os fatos que lhe estão sendo imputados. Por respeito ao devido processo legal e ao trâmite do procedimento no âmbito do Poder Judiciário, não serão prestados esclarecimentos adicionais neste momento sobre os fatos que originaram a investigação criminal. A Assessoria também comunica que já foi solicitada a habilitação nos autos do processo, a fim de assegurar o pleno direito de defesa e contribuir para o esclarecimento da verdade dos fatos. Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça.

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