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O que levou Casagrande a deixar decisão sobre comércio para sábado

O que levou Casagrande a deixar decisão sobre comércio para sábado

Segundo o governador, aumento no número de casos e de mortes, alta ocupação dos leitos de UTI e pouca adesão ao isolamento social não estão favoráveis a uma flexibilização neste momento. Cenário vai pesar na decisão final

Publicado em 30 de abril de 2020 às 21:31

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Renato Casagrande
Renato Casagrande ponderou decisão sobre flexibilizar atividade comercial. (Reprodução)

Após sinalizar que o Espírito Santo caminhava para a reabertura gradual e cuidadosa do comércio, prevista para a próxima segunda-feira (4), e até uma expectativa de que o anúncio fosse feito nesta quinta-feira (30), o governador Renato Casagrande pisou no freio. Em entrevista coletiva nesta quinta, ele apontou os dados que estão sendo analisados pelo governo para decidir se flexibiliza o retorno da atividade comercial na Grande Vitória, mas salientou que uma resposta definitiva só será dada no sábado (2).

O motivo é a preocupação com os novos números relativos à Covid-19, que incluem o aumento de casos e mortes, a alta ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a pouca adesão ao isolamento social. “Os dados de hoje não são favoráveis à flexibilização. O isolamento social no Estado está em 46%, nós precisaríamos que ele estivesse em, pelo menos, 50% ou 55%”, afirmou.

Segundo Casagrande, a adesão dos capixabas ao distanciamento social já foi maior, de 60%, mas ela vem caindo. Os dados são coletados por uma empresa de monitoramento de geolocalização e por operadoras de telefonia.

OCUPAÇÃO CRESCENTE DOS LEITOS DE UTI

O pouco isolamento social nesta semana se soma à preocupação com o número de leitos de UTI disponíveis para receber os próximos infectados pelo novo coronavírus. “A demanda do sistema de saúde está muito forte. Principalmente com relação às internações em UTI”, salientou.

Na Grande Vitória, 83,3% dos leitos reservados para Covid-19 já estão ocupados, atingindo um “alerta laranja”. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, se chegar a 90%, a situação ficará crítica.

A pressão sobre o sistema de saúde tende a aumentar nos próximos dias, já que o Espírito Santo ainda tem apresentado um número alto de casos confirmados da doença.

A escalada da Covid-19 também tem se traduzido em mortes: na última terça-feira (28), o Estado registrou 14 mortes em um único dia. O número caiu desde então, mas permanece mais alto do que nas semanas anteriores.

“Vemos que, nos últimos dias, o número de testes positivos é mais forte. A média de pessoas que perdem a vida por dia também cresceu”, apontou o governador.

GOVERNADOR DIZ QUE É PRECISO SACRIFICAR O LAZER

Informações mais consolidadas sobre os números do coronavírus nas cidades e no Estado serão apresentadas ao governador na manhã de sábado (2), dia em que Casagrande deve anunciar a decisão final sobre a reabertura ou a manutenção do fechamento do comércio.

Ele destacou, contudo, que o retorno das atividades sociais só será possível se os capixabas sacrificarem seus momentos de lazer.

“Precisamos aumentar o isolamento para salvar mais vidas e administrar o sistema de saúde. Não podemos por muito tempo sacrificar só um setor da atividade econômica, só o comércio. Temos que sacrificar passeios, lazer e diversão para preservar empregos, preservar a atividade econômica”, disse.

O Ministério Público Federal (MPF) enviou, nesta quinta-feira, uma recomendação ao governador e ao secretário da Saúde pedindo que as medidas de distanciamento social adotadas não sejam flexibilizadas enquanto não houver estabilização ou diminuição da curva de contaminação por Covid-19.

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