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Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 02:00
- Atualizado há 5 anos
Com uma ampla base aliada nas Câmaras Municipais, os prefeitos das principais cidades da Grande Vitória não têm tido dificuldades para obter a aprovação de projetos no Legislativo neste início de mandato. Até o momento, todos os projetos que foram encaminhados às Casas pelos chefes de Executivos municipais foram aprovados pelos vereadores.>
Em Vitória, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) conseguiu aprovar, com folga, mas não sem críticas, projetos que modificaram regras da Previdência municipal. Ele também conseguiu maioria para promover uma minirreforma administrativa, que incluiu o aumento do salário dos subsecretários, despesa compensada pela extinção de outros cargos.>
Em Cariacica, Euclério Sampaio (DEM) também teve sucesso nos projetos que apresentou à Câmara, como o que criou uma nova secretaria na prefeitura. >
De acordo com o cientista político João Gualberto Vasconcellos, no início do mandato há mais facilidade para o Executivo aprovar projetos, principalmente os que envolvem questões orçamentárias e administrativas. Isso se deve ao capital político conquistado logo após a vitória nas urnas. >
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“Todo político que sai eleito de uma eleição sai com capital político. As medidas que impactam a sociedade costumam ser tomadas nos primeiros meses", aponta. >
É claro que, quando o prefeito tem uma quantidade significativa de aliados no Legislativo, como é o caso nas quatro principais cidades da Grande Vitória, esse capital é ainda maior e fundamental para a aprovação de projetos. Até porque, durante o mandato, a oposição pode crescer e o prefeito ter mais dificuldade para aprovar propostas, como destaca João Gualberto.>
“Quando o prefeito tem uma Casa favorável é comum que ele explore isso para passar projetos. Durante o mandato há desavenças, mudanças, traições. A base aliada não costuma ser tão grande no final do mandato. Manter o relacionamento com a Câmara é uma tarefa política", analisa.>
Nas quatro principais cidades da Grande Vitória, os presidentes das Câmaras são grandes aliados dos prefeitos. Em Vila Velha, por exemplo, o vereador Bruno Lorenzutti está à frente da Mesa Diretora. Ele é o presidente municipal do Podemos, partido do prefeito Arnaldinho Borgo.>
Arnaldinho ainda não enviou nenhum projeto para a Câmara, mas a julgar pelos afagos que tem feito aos vereadores, não deve ter grandes dificuldades. O prefeito convidou, logo após a posse, todos os parlamentares para “abrir” a Prefeitura de Vila Velha. >
Em Vitória, o prefeito Pazolini conta com Davi Esmael (PSD) na presidência da Câmara. Davi e Pazolini são amigos desde a faculdade e também já sinalizaram que vão ter uma relação harmoniosa. >
O presidente atendeu a todos os pedidos do prefeito, até o momento, para colocar matérias em regime de urgência em votação. Davi Esmael já convocou quatro sessões extraordinárias em que foram votados projetos de interesse do prefeito. Todos eles foram aprovados. >
Três desses projetos alteravam regras da Previdência municipal, um tema importante e que demandava urgência, mas que foi motivo de críticas, já que as propostas foram protocoladas apenas 10 minutos antes de a sessão começar. Mesmo sem tempo para ler todos os textos na votação em primeiro turno, a maioria dos parlamentares votou pela aprovação.>
O projeto de emenda à Lei Orgânica da Capital que altera a idade mínima para aposentadoria dos servidores e cria regras de transição para quem já está no serviço público foi aprovado em segundo turno na segunda-feira (18).>
Apenas três parlamentares votaram contra: Karla Coser (PT), Camila Valadão (Psol) e Aloísio Vareijão (PSB). As duas vereadoras já mostraram que vão fazer oposição ao prefeito. Vareijão, por sua vez, é de um partido que não faz parte da base de Pazolini. >
Os outros dois projetos relacionados ao tema que foram aprovados dispõem sobre o aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e cria um regime de previdência complementar que será obrigatório para os novos servidores. Os textos seguem o modelo já aprovado pelo Congresso Nacional.>
Foi encaminhado à Câmara, também pelo prefeito Lorenzo Pazolini, projeto que concede aos subsecretários de Vitória um reajuste salarial de 47%. O texto foi aprovado pela maioria dos vereadores. Apenas dois parlamentares foram contrários. >
Na proposta, Pazolini aumentou o salário bruto de R$ 6,1 mil para R$, 8,9 mil. Para não acarretar despesas ao município, promoveu uma reforma administrativa na estrutura de cargos da prefeitura e extinguiu 56 cargos comissionados de funções de assessoramento. >
Em Cariacica, Euclério Sampaio obteve a aprovação dos dois projetos que enviou à Câmara, um deles criando a 15ª secretaria na estrutura da prefeitura: a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo. >
No mesmo texto, remanejou cargos para que pudesse criar outros, como o de superintendente municipal de Inteligência. Ele também extinguiu o Instituto de Desenvolvimento de Cariacica.>
O prefeito ainda solicitou abertura de crédito adicional de mais de R$ 6 milhões para o remanejamento das verbas do instituto que foi extinto. A proposta também foi aprovada pela Casa.>
Euclério conta com o colega de partido Lelo Couto (DEM) na presidência da Câmara. Lelo foi assessor parlamentar de Euclério na Assembleia e é um aliado de longa data do prefeito.>
Na Serra, assim como em Vila Velha, o prefeito Sergio Vidigal (PDT) ainda não teve que contar com a Câmara para aprovar projetos. No entanto, não deve ter dificuldades. >
O presidente da Casa é Rodrigo Caldeira (PRTB), que foi reeleito para o cargo pelo grupo aliado a Vidigal. >
Apesar de ter a maioria na Câmara, Vidigal deve ser o prefeito que vai enfrentar mais oposição, pelo menos no início do mandato. Na eleição para a Mesa Diretora, isso ficou claro. >
A Serra foi o único município em que houve disputa entre chapas, uma delas chamada de "grupo dos sete", que contou com aliados do ex-prefeito Audifax Barcelos (Rede) e acabou derrotada.>
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