Publicado em 3 de outubro de 2020 às 12:17
Atualização: Na tarde deste sábado (03/10), a Polícia Civil informou que o suspeito detido pela PM em Domingos Martins foi ouvido pelo delegado que investiga a chacina e liberado após o depoimento. A PC informou que não havia mandado de prisão a ser cumprido contra ele. O texto foi atualizado às 16h21 com essa informação. >
A Polícia Militar prendeu em Domingos Martins um homem suspeito de envolvimento na "Chacina na Ilha", que ocorreu numa área na Baía de Vitória, na Capital, na noite de segunda-feira (28). As informações são do site Montanhas Capixabas e foram confirmadas por A Gazeta. Ele foi detido pela Polícia Militar na noite de sexta-feira (2), por volta das 20 horas. >
O homem não estava na lista dos cinco investigados pelo crime. Ele foi levado prestar depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, ouvido pelo delegado, e liberado em seguida por não ter mandado de prisão em aberto contra ele, segundo informou a Polícia Civil na tarde deste sábado (3). Ainda assim, a polícia seguirá investigando sua possível participação.>
Ainda na sexta, porém um pouco mais cedo, a polícia havia detido outro suspeito de participação nos assassinatos, em Cariacica. O homem, identificado como Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, de 22 anos, foi identificado em Porto de Santana e, segundo o delegado que investiga o caso, teria sido um dos autores dos disparos.>
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Já na tarde deste sábado (3), um terceiro suspeito foi detido. O homem, que não teve a identidade revelada, se entregou de forma espontânea à polícia e prestará depoimento na DHPP. Ele também seria um dos atiradores, de acordo com a polícia.>
No episódio que chocou o Estado, quatro jovens que estavam na Ilha do Américo foram assassinados e outros dois ficaram feridos. Na ocasião, as autoridades informaram que o crime ocorreu por conta de uma briga de facções rivais de Vitória e de Cariacica, que acabou vitimando inocentes.>
A tenente Gabriela Klein, que atuou na prisão do homem em Domingos Martins, disse para A Gazeta que ele foi abordado de maneira técnica pelos militares e não tentou resistir à prisão. Ele localizado pelas forças que investigam o ato criminoso e detido por policiais da 6ª Companhia Independente, num sítio na localidade de Goiabeiras, no interior de Domingos Martins, na região de Paraju. >
"Recebemos a informação de que ele estava no local pelo Disque-Denúncia. O pessoal do Centro de Operações enviou a viatura assim que soube. Quando os militares chegaram ao local, já se depararam com o indivíduo na frente da casa. Ele tem diversas passagens pelo sistema criminal, estava com alvará de soltura do dia 4 de setembro. Ele foi encaminhado para a DHPP", disse.>
Na noite de sexta, a polícia também havia realizado a prisão de Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, de 22 anos. A Polícia Civil confirmou que, ao todo, são cinco suspeitos. Todos já foram identificados e têm mandados de prisão contra eles expedidos pela Justiça.>
Adriano, vulgo "Da Bala" ou "Balinha", foi localizado pela Força Tática do 7º Batalhão da Polícia Militar, no bairro de Porto de Santana, Cariacica, e levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, onde prestou depoimento. Contra o suspeito foi cumprido mandado de prisão pelo crime de homicídio qualificado.>
O titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti, afirmou que se trata de uma prisão importante, já que Adriano foi um dos autores dos disparos que vitimaram os jovens.>
"Tiramos um executor, ele estava no local do crime e efetuou disparos nas vítimas. Adriano é um jovem, de 22 anos, que possui passagem por tráfico de drogas e está diretamente envolvido no tráfico do Morro do Quiabo. A investigação está bem adiantada, tem pontos a serem fechados, mas já identificamos cinco autores, todos com mandado de prisão. Todos são da região do Morro do Quiabo e têm relação com o tráfico da região", disse.>
O crime aconteceu na noite de segunda-feira (28), na ilha Doutor Américo Oliveira, que fica na Baia de Vitória, próximo ao bairro Santo Antônio, em Vitória. Na outra margem, fica o bairro Porto de Santana, já em Cariacica. A ilha é um ponto usado por moradores das duas margens para diversão e passatempo.>
No local estavam seis amigos que moravam em Santo Antônio e foram surpreendidos por bandidos, que chegaram de barco na região. Eles renderam e atiraram contra o grupo de jovens, sendo que quatro deles morrem, um conseguiu fugir e outro se fingiu de morto para escapar, já baleado.>
Inicialmente, a linha de apuração já trata as mortes como o resultado de uma briga entre facções criminosas que atuam no Espírito Santo, que acabou vitimando inocentes.>
"Não tenho dúvidas de que cinco pessoas participaram do crime. As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV, mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, na última terça-feira (29).>
A sigla PCV, citada pelo delegado, é referente ao Primeiro Comando de Vitória, facção que tem sua base no Bairro da Penha, em Vitória, e ramificações em diversas cidades do Espírito Santo. A facção conta com força armada conhecida como Trem-Bala, criando ou tomando pontos de venda de drogas, além de manter relações comerciais de drogas com os traficantes aliados dessas localidades.>
Já a organização criminosa em que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança, à qual o delegado se refere, seria a chamada Associação Família Capixaba (AFC). De acordo com fontes policiais ouvidas pela reportagem de A Gazeta, a Família Capixaba é, atualmente, uma facção criminosa que tenta fazer frente ao PCV e possui como base o bairro Mucuri, em Cariacica. >
Para o delegado Marcelo Cavalcanti, os mortos não seriam o alvo exatamente, pois não teriam envolvimento com o Primeiro Comando de Vitória que estaria na mira dos assassinos. "Eu não posso dizer que os mortos tinham envolvimento com o tráfico. Um deles tinha passagem por porte e outro por tráfico, mas não tenho elementos para dizer que estavam diretamente no tráfico", afirmou o delegado. >
Os mortos foram identificados como sendo o marítimo Wesley Rodrigues de Souza, 29 anos, Yuri Carlos de Souza, 23, e Vitor da Silva Alves, 19, - corpos que permaneceram na ilha - e Pablo Ricardo Lima, 21, que chegou a ser levado para o pronto atendimento por um tio, mas já deu entrada sem vida. Um jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado. O outro foi baleado no pé. >
Mais informações sobre a nova prisão em instantes.>
Com informações de Isabella Arruda, Glacieri Carraretto, Daniel Pasti e de Julio Huber (do site Montanhas Capixabas)>
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