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Perícia da Polícia Civil volta à ilha onde aconteceu chacina em Vitória

Perícia da Polícia Civil volta à ilha onde aconteceu chacina em Vitória

O local foi palco da chacina que resultou na morte de quatro jovens, agressões e sequestro na tarde da última segunda-feira (28)

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 14:22

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Local onde ocorreu a chacina
Perícia se dirige à Ilha Dr. Américo de Oliveira. (Fernando Madeira)

Uma equipe da Polícia Civil voltou à Ilha Doutor Américo de Oliveira, na região de Santo Antônio, em Vitória, no início da tarde desta quinta-feira (01), para realização de perícia. Os trabalhos foram concluídos por volta das 16h. O local foi palco de uma chacina que resultou na morte de quatro jovens, agressões e sequestro na tarde da última segunda-feira (28)

Wesley, Yuri, Pablo e Victor estavam na ilha, acompanhados de mais quatro amigos – que conseguiram escapar com vida do local. Além dos quatro que morreram, um ficou ferido e foi levado ao hospital e os outros três conseguiram escapar.

De acordo com o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, que acompanhou o trabalho no local do crime, esta perícia foi complementar à realizada no primeiro dia. "Também estivemos lá na segunda (28), mas era à noite. Estivemos na ilha novamente visando recolher vestígios que possam elucidar o crime. Tivemos apoio da Capitania dos Portos e da Marinha do Brasil e contamos com, aproximadamente, dez policiais civis e dois delegados, eu e Larissa Lacerda", esclareceu.

Demandada pela reportagem, a Polícia Civil informou que nenhuma informação sobre a investigação ou diligências será divulgada no momento, para preservar as apurações.

Chacina na ilha: vídeo mostra grupo momentos antes de ser executado
Chacina na ilha: vídeo mostra grupo momentos antes de ser executado. (Reprodução)

CONHEÇA A LOCALIZAÇÃO DA ILHA

AS INVESTIGAÇÕES

A chacina de quatro jovens na Ilha Doutor Américo Oliveira, na Baia de Vitória, é o atual quebra-cabeça da Polícia Civil. Além de localizar os autores, a motivação do crime é outro ponto que deve ser desvendado pelos levantamentos policiais. Inicialmente, a linha de apuração já trata as mortes como o resultado de uma briga entre facções criminosas que atuam no Espírito Santo.

"Não tenho dúvidas de que cinco pessoas participaram do crime. As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV, mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.

A sigla PCV, citada pelo delegado, é referente ao Primeiro Comando de Vitória, facção que tem sua base no Bairro da Penha, em Vitória, e ramificações em diversas cidades do Espírito Santo. A facção conta com força armada conhecida como Trem-Bala, criando ou tomando pontos de venda de drogas, além de manter relações comerciais de drogas com os traficantes aliados dessas localidades.

Já a organização criminosa em que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança, à qual o delegado se refere, seria a chamada Associação Família Capixaba (AFC). De acordo com fontes policiais ouvidas pela reportagem de A Gazeta, a Família Capixaba é, atualmente, uma facção criminosa que tenta fazer frente ao PCV e possui como base o bairro Mucuri, em Cariacica.

RELEMBRE O CASO

Quatro pessoas foram assassinadas na Ilha Dr. Américo de Oliveira, que fica na Baía de Vitória, na região de Santo Antônio, na tarde da última segunda-feira (28). Moradores da região afirmam ter ouvido mais de 30 disparos por volta das 17h, quando equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram acionadas.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, três pessoas foram encontradas mortas no local. Outro rapaz que estava na ilha, Pablo Ricardo Lima, 21 anos, foi levado para o Pronto Atendimento de São Pedro, mas já chegou ao local sem vida. Quem fez o resgate foi o próprio tio da vítima, que ouviu os tiros e foi de barco até à ilha.

Um jovem que também estava com o grupo na ilha foi baleado por dois tiros nas costas e também deu entrada no Pronto Atendimento de São Pedro, após ser socorrido por outro colega que também escapou. A vítima baleada foi transferida, posteriormente, para o Hospital São Lucas. O sobrevivente afirma que estava pescando no local e não viu quem efetuou os disparos.

No dia dos crimes, para chegar até o local, o Corpo de Bombeiros utilizou um bote, já que não há acesso terrestre para a Ilha do Américo, como é conhecida pelos moradores da região. A Polícia Militar utilizou um helicóptero para auxiliar as equipes em terra.

Segundo informações preliminares da Polícia Militar, a motivação dos crimes seria guerra de gangues. Dois grupos rivais, um de Cariacica e outro de Vitória, teriam entrado em confronto, o que teria causado as mortes. A equipe da perícia da Polícia Civil chegou ao local do crime por volta das 19h35 da segunda-feira (28). Também esteve no local, a equipe do plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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