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Novo suspeito de ser atirador na Chacina na Ilha é preso pela polícia

Novo suspeito de ser atirador na Chacina na Ilha é preso pela polícia

O homem, que não teve a identidade revelada, tinha mandado de prisão em aberto pelo crime e se apresentou espontaneamente à Polícia Civil. Dois homens foram detidos na sexta, um deles acabou sendo liberado pelas autoridades

Publicado em 3 de outubro de 2020 às 14:35

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Quatro homens foram assassinados na Ilha do Américo, em Santo Antônio
Chacina na Ilha do Américo: Corpo de Bombeiros durante os trabalhos de resgate das vítimas. (Fernando Madeira)

Um dos cinco suspeitos de participar da chacina de quatro jovens em uma ilha, na Baía de Vitória, se entregou às autoridades na tarde deste sábado (3). Ele fez contato com a Polícia Civil, se apresentou espontaneamente e já está detido na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. É o terceiro suspeito detido entre a noite de sexta-feira (2) e este sábado.

O homem, de 18 anos, não teve a identidade revelada. A mãe dele foi quem procurou a polícia inicialmente para entregar o filho. De acordo com o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da DHPP de Vitória, ele teria sido um dos executores na "Chacina na Ilha"

Na delegacia, ele contou como foi sua participação e a motivação do crime. Ele já tinha mandado de prisão temporária em aberto pelo crime, e, após prestar depoimento, foi encaminhado ao presídio.

Na noite de sexta, duas pessoas foram presas por serem suspeitas de participação no episódio. Um deles é  Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, vulgo "Da Bala" ou "Balinha", de 22 anos, que foi detido em Cariacica. Segundo o delegado, ele também teria sido um dos autores dos disparos.

segunda prisão feita foi em Domingos Martins. Mas como o homem não tinha mandado de prisão em aberto acabou sendo liberado após ser ouvido por aqueles que investigam o caso.

Polícia Civil já identificou cinco autores do crime, todos com mandado de prisão expedido, sendo que dois já estão presos. O titular da DHPP já havia declarado para A Gazeta que todos são da região do Morro do Quiabo, em Cariacica. 

No episódio que chocou o Espírito Santo, quatro jovens que estavam na Ilha Doutor Américo Oliveira na segunda-feira (28) foram assassinados e outros dois ficaram feridos. A ilha fica na Baia de Vitória, próximo ao bairro Santo Antônio. Na outra margem, fica o bairro Porto de Santana, já em Cariacica. A ilha é um ponto usado por moradores das duas margens para diversão e passatempo.

No local estavam seis amigos que moravam em Santo Antônio e foram surpreendidos por bandidos, que chegaram de barco na região. Eles renderam e atiraram contra o grupo de jovens, sendo que quatro deles morrem, um conseguiu fugir e outro se fingiu de morto para escapar, já baleado.

Os mortos foram identificados como sendo o marítimo Wesley Rodrigues de Souza, 29 anos, Yuri Carlos de Souza, 23, e Vitor da Silva Alves, 19, - corpos que permaneceram na ilha - e Pablo Ricardo Lima, 21, que chegou a ser levado para o pronto atendimento por um tio, mas já deu entrada sem vida. O jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado. O outro foi baleado no pé.

INVESTIGAÇÕES APOTAM PARA BRIGA DE FACÇÕES

Na ocasião, as autoridades informaram que o crime ocorreu por conta de uma briga de facções rivais de Vitória e de Cariacica, que acabou vitimando inocentes. Para o delegado Marcelo Cavalcanti, os mortos não seriam o alvo exatamente, pois não teriam envolvimento com o Primeiro Comando de Vitória – que estaria na mira dos assassinos.

"Não tenho dúvidas de que cinco pessoas participaram do crime. As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV, mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, na última terça-feira (29).

A sigla PCV, citada pelo delegado, é referente ao Primeiro Comando de Vitória, facção que tem sua base no Bairro da Penha, em Vitória, e ramificações em diversas cidades do Espírito Santo. A facção conta com força armada conhecida como Trem-Bala, criando ou tomando pontos de venda de drogas, além de manter relações comerciais de drogas com os traficantes aliados dessas localidades.

Já a organização criminosa em que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança, à qual o delegado se refere, seria a chamada Associação Família Capixaba (AFC). De acordo com fontes policiais ouvidas pela reportagem de A Gazeta, a Família Capixaba é, atualmente, uma facção criminosa que tenta fazer frente ao PCV e possui como base o bairro Mucuri, em Cariacica.

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