> >
Chacina na ilha: jovem se fingiu de morto para escapar de execução

Chacina na ilha: jovem se fingiu de morto para escapar de execução

De acordo com a polícia, do grupo de seis amigos que foi alvo de traficantes de Cariacica, quatro foram executados, um fugiu e um fingiu estar morto após ser baleado

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 08:35

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Quatro homens foram assassinados na Ilha do Américo, em Santo Antônio
Chacina na Ilha do Américo. (Fernando Madeira)

Para salvar a própria vida, um rapaz se fingiu de morto durante o ataque de traficantes armados na Ilha Dr. Américo, na Baía de Vitória, na tarde de segunda-feira (28). O crime terminou com quatro jovens mortos.  

De acordo com informações reunidas pela Polícia Civil, por volta das 14 horas, seis amigos que moravam em Santo Antônio, Vitória, foram para a ilha. Outras duas pessoas estavam do outro lado da ilha, as quais haviam saído da outra margem da Baía de Vitória, onde fica Porto de Santana, Cariacica. 

Logo depois, um barco com cinco traficantes armados atracou na ilha. O grupo havia saído da margem de Cariacica e pertenceria ao movimento de tráfico de drogas que atua no Morro do Quiabo, no município.

"Havia oito pessoas na ilha. Os seis amigos de Santo Antônio e dois rapazes mais afastados. Quando os cinco traficantes chegaram, provavelmente não conheciam aquelas pessoas, pois fizeram um vídeo para mandar para outra, perguntando quem eram aquelas pessoas. Quem conhece não vai perguntar se eram envolvidos com o tráfico ou não, e mesmo sabendo que se tratavam de pessoas que não tinham envolvimento com drogas, o grupo criminoso assinou as vítimas", descreveu o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, que está à frente das investigações.

Quatro homens foram assassinados na Ilha do Américo, em Santo Antônio
Chacina na Ilha do Américo. (Fernando Madeira)

O delegado explicou que dos seis alvos dos disparos, quatro morreram, um deles fugiu e o sexto integrante se fingiu de morto após ser baleado. "Um deles ficou estendida no chão e conseguiu socorro depois", afirmou. 

O jovem que se fingiu de morto foi alvo de dois disparos nas costas e está internado.

INVESTIGAÇÃO

Dois homens foram abordados por integrantes da Força Nacional em Cariacica, durante a manhã. Nada de ilícito foi encontrado com eles, mas prestaram depoimento e foram liberados. Outras seis pessoas foram ouvidas durante todo o dia na DHPP Vitória e  diversas equipes policiais do Departamento de Homicídios realizaram incursos durante todo o dia em Vitória e Cariacica. 

"Não tenho dúvidas de que cinco pessoas participaram do crime. As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica,  e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV ,  mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti. 

O PCV citado pelo delegado é o Primeiro Comando de Vitória, que tem seu ponto de ramificação o Bairro da Penha, em Vitória. Já a organização criminosa que Cavalcanti afirma que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança seria a chamada Família Capixaba, segundo fontes de A Gazeta.

"A motivação do crime é o que menos temos dentro da investigação, por enquanto. Ainda contamos com o trabalho dos investigadores e também a colaboração da população com denúncias pelo telefone 181, onde contam com total sigilo", completou o delegado.

Os celulares de todas as vítimas mortas foram roubados pelos assassinos. Na ilha onde aconteceu o crime foram recolhidas capsulas de projetis de dois calibres diferentes. O material foi recolhido e encaminhado para a perícia da Polícia Civil. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais