Publicado em 1 de outubro de 2020 às 22:01
A Polícia Civil já identificou e solicitou junto à Justiça a prisão de cinco traficantes suspeitos de executar quatro jovens e ferir mais dois na Ilha Doutor Américo de Oliveira, na Baia de Vitória, na região de Santo Antônio. Um dos pontos que ainda estão nebulosos na investigação é saber quem contou para os criminosos que os rapazes estavam naquele local. >
O delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, disse que este ainda é um fato a ser esclarecido. "Sabemos quem recebeu o vídeo gravado antes do assassinato, que não foi quem deu ordem, apenas confirmou que as vítimas não eram quem o grupo procurava. Porém, nos intriga quem passou a informação de que um grupo que eles acreditavam ser de rivais estava na ilha", observou o delegado em entrevista na última quarta-feira (30).>
Cavalcanti explica que o vídeo foi acompanhado de uma ligação para confirmar que aquele grupo de jovens estaria ou não envolvido com o tráfico de drogas de Santo Antônio que mantinha relação com o Primeiro Comando de Vitória (PCV). >
No entanto, mesmo recebendo um retorno de que não eram as pessoas que procuravam, os traficantes atiraram contra o grupo de seis amigos, deixando quatro mortos e dois feridos. >
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Desde segunda-feira (28), diligências estão sendo feita pela polícia, assim como depoimentos estão sendo colhidos para dar seguimento às investigações. >
A chacina de quatro jovens na Ilha Doutor Américo Oliveira, na Baia de Vitória, é o atual quebra-cabeça da Polícia Civil. Além de localizar os autores, a motivação do crime é outro ponto que deve ser desvendado pelos levantamentos policiais. Inicialmente, a linha de apuração já trata as mortes como o resultado de uma briga entre facções criminosas que atuam no Espírito Santo. >
"Não tenho dúvidas de que cinco pessoas participaram do crime. As investigações apontam que os autores eram do tráfico do Morro do Quiabo, em Cariacica, e que possuem ligação com uma organização criminosa que atua na Grande Vitória. A princípio, consideramos que os assassinos acreditavam que esse grupo de amigos estivesse ligado ao PCV, mas mataram um monte de gente inocente", descreveu Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.>
A sigla PCV, citada pelo delegado, é referente ao Primeiro Comando de Vitória, facção que tem sua base no Bairro da Penha, em Vitória, e ramificações em diversas cidades do Espírito Santo. A facção conta com força armada conhecida como Trem-Bala, criando ou tomando pontos de venda de drogas, além de manter relações comerciais de drogas com os traficantes aliados dessas localidades. >
Já a organização criminosa em que o tráfico do Morro do Quiabo tem aliança, à qual o delegado se refere, seria a chamada Associação Família Capixaba (AFC). De acordo com fontes policiais ouvidas pela reportagem de A Gazeta, a Família Capixaba é, atualmente, uma facção criminosa que tenta fazer frente ao PCV e possui como base o bairro Mucuri, em Cariacica. >
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