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Empresários do ES apontam geração de empregos como desafio da retomada

Empresários do ES apontam geração de empregos como desafio da retomada

Para eles, agenda de reformas auxiliará na criação de postos de trabalho perdidos durante a pandemia. As principais lideranças do Estado se reúnem, entre quarta (2) e sexta (4), em Vitória, para discutir futuro do Estado e do Brasil

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 05:30

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Imagens aéreas da Ilha do Príncipe no Centro de Vitória
Vitoria Summit acontece em Vitória entre os dias 2 e 6 de dezembro. (Luciney Araújo)

Espírito Santo e o Brasil terão muitos desafios ao longo dos próximos anos. Em 2020, os planos que os governos tinham precisaram ser mudados para dar conta das demandas da população e de empresas, diante da crise da Covid-19 na saúde e também na economia, provocando perda da renda e desemprego.

Para empresários capixabas, a geração de empregos é justamente o maior desafio dentre as adversidades que precisam ser superadas para a retomada da economia. Mas para que isso ocorra, segundo eles, será preciso, dentre outros fatores, que a agenda de reformas volte a discussão e saia do papel. 

Isso porque algumas empresas ficaram meses sem funcionar, como foi o caso de bares e restaurantes. Já outras tiveram que se adaptar em um piscar de olhos para a nova realidade que a doença trouxe. E o cenário ainda é de incertezas. Nesse momento, o debate se faz essencial para planejar o futuro e saber qual o melhor passo a dar daqui para frente. 

Para dialogar sobre essas transformações e o futuro do Estado e do país, o Vitória Summit 2020 reunirá, entre esta quarta (2) e sexta-feira (4), as principais autoridades políticas e empresariais do Espírito Santo, além de um time de especialistas.

“O Vitória Summit será uma oportunidade de reunirmos uma plateia qualificada e com capacidade de discutir novas práticas e soluções para que o Estado saia dessa crise sem precedentes de forma ágil, mais modernizado e competitivo. Desde 2005 a Rede Gazeta tem esse compromisso anual de reunir lideranças em prol do desenvolvimento capixaba”, pondera o diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg.?

O evento promovido pela Rede Gazeta acontecerá de forma híbrida, com atividades presenciais, restritas a 80 convidados, e painéis digitais para discutir os rumos da política e da economia no pós-pandemia.

Também participarão do encontro o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, o cientista político Carlos Melo, e a jornalista e apresentadora Natuza Nery.

O QUE DIZ O SETOR PRODUTIVO 

Renan Chieppe é presidente do Grupo Águia Branca
Renan Chieppe, presidente do Grupo Águia Branca. (Águia Branca/Divulgação)
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O país sairá da pandemia como todos os outros países do mundo, com o desafio maior do que entrou. O desafio cresceu, a começar pelo aumento do gasto público. Hoje infelizmente, a situação macroeconômica e fiscal são desafiadoras e isso vai requerer entendimento e sacrifício também. Vamos ter a vacina e vamos virar essa página da pandemia, mas vai levar até o final de 2021. Mas, para voltarmos a crescer, o Brasil precisa voltar a debater e aprovar as demandas que já são conhecidas, como as reformas

Renan Chieppe
Presidente do Grupo Águia Branca
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Fernando Ronchi
Fernando Ronchi, diretor-presidente da Unimed Vitória. (Unimed Vitória/Divulgação)
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Por enquanto, ainda estamos no presente da pandemia. O futuro da economia de modo geral ainda é um enigma, mas o que sabemos é que será necessário austeridade, foco, flexibilidade, inovação e trabalho árduo. A crise trazida pelo coronavírus e pelo tempo de distanciamento, certamente, nos fará pensar mais profundamente sobre os caminhos que deveremos seguir. As novas tecnologias, o relacionamento humano e a empatia entre as pessoas poderão dar o tom dos rumos que a sociedade tomará daqui pra frente. É tempo de inovar, renovar e recomeçar

Fernando Ronchi
Diretor-presidente da Unimed Vitória
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Maurício Cézar Duque, diretor-presidente do Bandes
Maurício Cézar Duque, diretor-presidente do Bandes. (Bandes/Divulgação)
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No campo nacional, o fato é que a economia do Brasil está estagnada faz alguns anos, em virtude de decisões macroeconômicas equivocadas, que levaram, entre outros pontos, a uma queda de nossa produtividade. E muitos dos desafios que o país têm que superar para elevar seus indicadores passam pela arena política, com estabilidade nas relações institucionais e um conjunto de reformas, a exemplo da administrativa e da tributária

Mauricio Duque
Diretor-presidente do Bandes
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Nelson Saldanha é presidente do Grupo Cepemar
Nelson Saldanha, presidente do Grupo Cepemar. (Carlos Alberto Silva)
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Os desafios para sairmos dessa crise envolvem ter uma melhor atuação do Congresso votando as reformas. Com ela, o Brasil vai conseguir sair desse buraco econômico em que se encontra e que foi causado pelo coronavírus e pelo rombo dos cofres públicos. Ainda vamos ter que achar uma solução para o desemprego, porque foram perdidos vários empregos e sacrificados muitos profissionais que já estavam treinados. Então a nossa meta tem que ser retomar os empregos e tentar voltar a média que tínhamos antes da crise, o que passa pela agenda de reformas

Nelson Saldanha
Presidente do Grupo Cepemar
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José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da Galwan. (Débora Benaim)
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É muito importante que na retomada olhemos para economia do ponto de vista global, para que toda cadeia produtiva consiga entregar o seu produto e que não haja descontinuidade do que a sociedade precisa. Não adianta favorecer um setor em detrimento do outro. É preciso que todos saiam juntos dessa crise. Além disso, atualmente, o que a sociedade mais precisa é de felicidade e dignidade, que estão diretamente ligadas ao emprego e a renda. Para que isso ocorra, é preciso que o país volte a gerar novos postos de trabalho

José Luís Galvêas Loureiro
Diretor-presidente da Galwan
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Cris Samorini, presidente da Findes. (Findes/Divulgação)
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O Índice de Confiança do Empresário Industrial, apurado pelo Ideies, indica que o clima no empresariado é de otimismo. Temos um dever de casa a ser feito, precisamos de melhorar a nossa infraestrutura, especialmente na malha ferroviária, para conectar nossos portos a Estados como Minas e Goiás. Mas estamos confiantes que o Espírito Santo sairá na frente, em condições de crescer acima da média nacional nessa retomada econômica. E o Vitória Summit será positivo para avaliarmos essas possibilidades

Cris Samorini
Presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)
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Idalberto Luiz Moro, presidente do Sincades. (Sincades/Divulgação)
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Acredito que o grande desafio da nação neste momento é a união em torno do que realmente importa, que é salvar vidas, preservar empregos e fazer a economia retomar seu crescimento. Não podemos mais aceitar a politização da pandemia. Além disso, as empresas precisam estar atentas à movimentação do mercado, as tendências de consumo e de busca por melhores práticas. É assim em qualquer tipo de crise

Idalberto Luiz Moro
Presidente do Sindicato do Comércio Atacadistas e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades)
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Bento Venturim, presidente do Sicoob ES
Bento Venturim, presidente do Sicoob-ES. (Divulgação/Joacir Azeredo)
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É importante debater sobre as possibilidades existentes para que haja um crescimento em conjunto, com planejamento e aperfeiçoamento com base nas experiências adquiridas durante este período tão difícil para toda a população. É necessário que as instituições continuem adotando o papel de parceira da sociedade, indo ao encontro das necessidades apresentadas pelo público

Bento Venturim
Presidente do Sicoob-ES
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Luiz Coutinho, diretor-presidente do Grupo Coutinho,
Luiz Coutinho, diretor-presidente do Grupo Coutinho. (Divulgação/Extrabom)
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Todos os setores, em maior ou menor grau, foram afetados pela pandemia. Os desafios são muitos, passando pela aceleração do processo de digitalização dos serviços que impôs mudanças nas empresas devido ao fechamento parcial ou total das atividades empresariais. Essas intercessões também produziram impactos na disponibilidade de produtos e insumos da indústria - o que já afeta consumidores e empresas. Temos diversas questões para debater e achar soluções inovadoras para o enfrentamento desta crise

Luiz Coutinho
Diretor-presidente do Grupo Coutinho
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O presidente do Grupo Carone, Willian Carone Junior. (Divulgação/Carone)
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O novo normal hoje são as pessoas tomarem todos os cuidados: usar luva, álcool em gel, manter o distanciamento e evitar aglomerações. A população deviria cooperar mais nas medidas de proteção. É importante que cada um faça a sua parte neste momento para que as empresas possam funcionar e gerar empregos. Temos que lembrar ainda que tivemos muitas empresas que fecharam, mas as que conseguirem sobreviver a essa crise vão sair mais fortes porque é a hora de se reinventar

William Carone Junior
Presidente do  grupo Carone
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Esse tipo de discussão é uma oportunidade de compartilhar ideias sobre os rumos que nosso país precisa tomar para fazer frente ao difícil cenário desencadeado pela pandemia que, em menor ou maior grau, afeta a todos. Por outro lado, esse cenário adverso vem nos mostrando diferentes formas de garantir eficiência na cadeia produtiva. É um aprendizado importante que está desenhando uma configuração diferente no mundo do trabalho. O momento é de se buscar a construção coletiva de soluções que contribuam para minimizar os efeitos da pandemia. Reunir representantes dos setores político e empresarial para debater o assunto é um bom começo nesse sentido

Fabrício José da Silva
Gerente executivo industrial da Suzano
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Inovação, relacionamento humano e empatia poderão dar o tom dos novos rumos da sociedade

Não há dúvida de que a pandemia está trazendo impactos para os mais diversos setores da sociedade e da economia. Trata-se de uma crise da Saúde sem precedentes que tem reflexos humanitários, sociais, econômicos e políticos. O otimismo do começo do ano acabou ficando para trás diante da disseminação do novo coronavírus.

Vale ressaltar que nosso país vem de uma recessão forte e ainda estava em recuperação quando o vírus desconhecido tornou-se realidade por aqui. Desde 2017, o Brasil crescia na casa de 1%, após duas seguidas quedas importantes de mais de 3%. Os especialistas já afirmam que a crise da Covid-19 deve marcar toda uma geração e ser lembrada por anos. Há estudos que apontam que serão de dois a três anos para uma recuperação real nos mais variados segmentos. A verdade é que cada choque econômico deixa um rastro de desafios e feridas mas, sobretudo, de aprendizados e oportunidades.

Por isso, o mais importante a destacar em relação ao que chamamos de novo normal e à economia pós-pandemia é que eles fomentam dois motores importantes, que serão essenciais para a superação das dificuldades: o da inovação e o da solidariedade.

Este ano, o mercado, de modo geral, já precisou se reinventar e acelerar processos como o da digitalização. A Saúde, por exemplo, teve que dar saltos exponenciais em relação ao uso da tecnologia em suas atividades de rotina, com a implementação rápida e efetiva da teleconsulta, telemonitoramento, entre outros recursos e plataformas que facilitaram o atendimento neste momento em que precisamos reforçar os protocolos de segurança. E a cooperação passou a ser requisito para que a economia se restabeleça, com maior interação e colaboração entre os inúmeros setores sociais e econômicos. 

 Em relação ao sistema de Saúde, mais do que nunca, precisaremos pensar na eficiência, sustentabilidade, na atenção primária e na prevenção. Telemedicina, monitoramento remoto do paciente, entre outras ações, já são realidade e chegaram para ficar. 

Por enquanto, ainda estamos no presente da pandemia. O futuro da economia de modo geral ainda é um enigma, mas o que sabemos é que será necessário austeridade, foco, flexibilidade, inovação e trabalho árduo. A crise trazida pelo coronavírus e pelo tempo de distanciamento, certamente, nos fará pensar mais profundamente sobre os caminhos que deveremos seguir. As novas tecnologias, o relacionamento humano e a empatia entre as pessoas poderão dar o tom dos rumos que a sociedade tomará daqui pra frente. É tempo de inovar, renovar e recomeçar.

Análise

Fernando Ronchi

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