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Toyota Corolla Cross mira no conforto e economia na cidade

Toyota Corolla Cross mira no conforto e economia na cidade

Versão topo de linha do SUV do carro mais vendido do mundo não decepciona público-alvo e traz extensa lista de equipamentos de segurança

Publicado em 12 de agosto de 2021 às 09:50

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Toyota Corolla Cross
Motor testou a versão topo de linha XRX do Toyota Corolla Cross. (Toyota/Divulgação )

Lançado em março deste ano, o Corolla Cross chegou para disputar a liderança do segmento que mais cresce no país. Na versão topo de linha, o SUV traz duas opções de motorização: flex e híbrida. O veículo tem uma grande responsabilidade de agradar o público, principalmente quando comparado ao Corolla sedã, que é o carro mais vendido do mundo (47,5 milhões de unidades desde o lançamento, em 1996) e o mais vendido da sua categoria, no Brasil, há seis anos consecutivos.

Para entender o que traz de novo - ou manteve do sedã -, a reportagem de Motor testou a versão topo de linha XRX. O que foi mantido agrada bastante aos fãs do Corolla sedã, que é o conforto em todos os aspectos do carro, além da segurança: são sete airbags de fábrica, em todas as versões, assim como o sedã.

Ele também incorpora o motor híbrido 1.8L VVT-i 16V de ciclo Atkinson flex já consagrado no Corolla e se torna o primeiro dessa categoria nos SUVs. Este é exclusivo das versões XRV e XRX, que ocupam o topo de gama do utilitário e possui 101 cv de potência a 5.200 giros quando abastecido com etanol, e 98 cv também a 5.200 rpm, quando abastecido com gasolina, e 14,5 kgfm de torque a 3.600 rpm. Ele funciona em conjunto com dois motores elétricos de 72 cv de potência e 16,6 kgfm de torque, que são recarregados pelo sistema de frenagem.

Já as versões de entrada XR e XRE possuem motor a combustão flex, 2.0L Dynamic Force com 177 cv de potência a 6.600 rpm, quando abastecido com etanol, e 169 cv, a 6.600 giros, com gasolina. O torque máximo abastecido com etanol ou gasolina é 21,4 kgf.m a 4.400 rpm.

TESTE DRIVE

A versão testada foi a topo de linha XRX híbrida e logo de início já é possível perceber a diferença: já que não há o típico barulho de ronco do motor ao ligar e arrancar o carro e sim o silêncio do funcionamento de motores de carros elétricos.

No caso do motor híbrido do Corolla Cross, não existe a necessidade de recarregar em uma tomada, pois está equipado com um engenhoso sistema de freios regenerativos que acumulam a energia cinética gerada pelas frenagens, transformando-a em energia elétrica, alimentando a bateria híbrida.

Essa tecnologia garante maior autonomia e também mais economia ao modelo, transformando-se em uma opção bastante interessante para utilitários, que são conhecidos por “beberem” demais. Só para ter uma ideia, segundo o Inmetro, a versão híbrida faz 13,9 km/l na estrada e 17 km/l na cidade quando abastecido com gasolina e com etanol, 9,6 km/l na estrada e 11,8 km/l na cidade.

Isso inverte completamente o que é o padrão e o esperado em termos de consumo, já que o Corolla Cross tem um desempenho melhor na cidade do que na estrada, uma vez que no perímetro urbano há mais frenagens, ou seja, mais energia para os motores elétricos, utilizando menos o motor a combustão.

Ou seja, o Corolla Cross se torna uma opção bastante atraente de SUV, já que o litro de combustível anda bastante alto e ainda há toda a questão de responsabilidade ambiental. Por ser flex, o carro pode ser abastecido com etanol, um combustível menos poluente e que tem sido fonte de pesquisa de outras empresas de automóveis, como a Volkswagen, para produção de motores menos poluentes.

Em uma pesquisa recente, realizada pela montadora alemã, foi apontado que um carro abastecido com etanol produz 37 gramas de CO2 por quilômetro rodado, enquanto um veículo elétrico na Europa emite até 54 gCO2/km, usando a matriz energética atual da região. Se o híbrido flex for abastecido com etanol, essa emissão cai para 29 gCO2/km.

NOVO POR FORA

Não dá para começar a falar das diferenças para o sedã sem começar por fora. Apesar do Corolla Cross usar a mesma plataforma, o design é totalmente diferente, para quem esperava uma versão SUV do sedã. É um carro novo, com um visual robusto, típico de um utilitário urbano, com grades inferiores em plástico preto, que caracterizam o estilo off-road, deixando-o com um visual mais encorpado.

Com linhas harmoniosas, porém marcantes, o conjunto funciona muito bem, fazendo virar algumas cabeças quando o veículo passa no trânsito. Um dos destaques do visual fica por conta da grade superior da frente: pintada em cinza escuro e em formato de colmeia, o que lembra muito os veículos da Lexus, marca de luxo da Toyota.

Toyota Corolla Cross
O interior tem revestimento soft touch, dando um acabamento mais elitizado ao modelo. (Toyota/Divulgação)

Aqui fica um porém, que é a altura do veículo com relação ao solo: ele tem apenas 16,1 cm (o Corolla sedã tem 14,8 cm) e quando comparado aos concorrentes - Jeep Compass tem 20,9 cm e Volkswagen Taos tem 18,5 cm - fica em uma posição de desvantagem, principalmente em locais mais cheios de buracos, onde dá pra sentir mais solavancos, bem próximo do que aconteceria com um sedã.

No centro, o logotipo da montadora está em azul, que é a cor utilizada para identificar veículos que possuem sistema híbrido de motorização. Aliás, os detalhes em azul acompanham todo o design externo, inclusive no final da coluna lateral e dos faróis dianteiros, que diga-se de passagem, forma um belo conjunto óptico.

Na versão de entrada, os faróis são de halogêneo, enquanto nas demais versões, de led, inclusive na XRX. Toda a linha também possui luzes diurnas, o Daytime Running Lights (DRL), que são em led na XRX, assim como os faróis de neblina que vêm de série na versão testada.

As lanternas traseiras, também em led, formam outro conjunto harmonioso, começando no porta-malas e finalizando nas laterais, envolvendo o carro. Detalhe para o spoiler traseiro e a antena em formato de barbatana, que dão um ar mais esportivo ao modelo. Equipado com rodas de liga leve de 18 polegadas, a versão XRX traz acabamento na cor preta e diamantada. Para as versões de entrada, os pneus são de 17 polegadas e o acabamento na cor cinza escuro e diamantada.

CONFORTO INTERNO

Todo o interior tem revestimento soft touch, com exceção do topo do painel dianteiro, que é em plástico duro, uma diferença para o sedã. Nas portas há iluminação para os comandos de trava elétrica, e dos retrovisores rebatíveis que também possuem ajuste elétrico.

O volante possui revestimento em couro, com costura aparente, típico de veículos esportivos e possui ajuste de altura e profundidade, dando mais conforto ao motorista na direção. Aliás, conforto é a palavra de ordem, o que consagrou a marca no mundo inteiro. O banco do motorista na versão XRX tem ajustes elétricos e o motorista fica mais alto, ou seja, mais confortável para enxergar o trânsito.

Na versão testada, os bancos são em couro, num tom bege, a mesma cor do restante do interior do carro, dando um aspecto mais nobre ao veículo. Mas é bom ficar atento ou gastar um pouco a mais para impermeabilizar, pois os tons claros tendem a sujar e manchar com mais facilidade.

A versão XRX, topo de linha, já vem com teto solar como item de série(Toyota/Divulgação)

O painel de instrumentos é totalmente digital, com 7 polegadas e permite ter todo o controle do veículo. Além de visualizar consumo, nível do combustível, baterias, o painel de instrumentos permite que o motorista o configure da maneira que for mais interessante no momento, podendo visualizar o painel multimídia e controlá-lo pelos botões laterais do volante e também visualizar as demais funções.

Diferente das versões com motor a combustão, que possuem transmissão Direct Shift de 10 marchas e injeção direta, o sistema híbrido da versão XRX possui câmbio CVT com primeira marcha fixa e sem botões de troca de marchas no volante. A versão ainda tem um teto solar, dando mais charme ao veículo.

O ar-condicionado é digital e dual-zone e a versão possui uma tela multimídia de 10 polegadas com controles touch screen e também botões analógicos. Além do comando de todo o entretenimento do veículo, que é compatível com Android Auto e Apple CarPlay, o motorista ainda acompanha em tempo real o desempenho e carregamento dos motores elétricos. Há um esquema de gráficos que ajuda a verificar o consumo tanto imediato quanto uma média geral.

Nos bancos traseiros, o conforto e a comodidade também estão presentes: com uma saída de ar-condicionado para os ocupantes, além de duas entradas USB para carregar celulares. Há porta-copos e porta-trecos nas portas e no console central, que pode ser baixado quando não há um terceiro passageiro.

Aliás, uma pessoa alta pode tranquilamente viajar nos bancos traseiros, já que há um bom espaçamento para as pernas, mesmo com os bancos da frente alinhados com a coluna central do carro. Além disso, a altura do teto também deixa um passageiro de maior estatura confortável, sem necessidade de se contorcer. E o passageiro que fica no banco do meio também esbanja um relativo conforto para as pernas, já que a coluna que passa sob os pés possui uma altura menos elevada.

Toyota Corolla Cross
Toyota Corolla Cross possui visual robusto, típico de um utilitário urbano. (Toyota/Divulgação )

Por outro lado, o porta-malas do veículo é até menor em comparação com o sedã, que tem 470 litros diante dos 440 litros do Corolla Cross, que só ganha mesmo do Jeep Compass (410 l nas versões básicas) e perde de longe para o Volkswagen Taos (498 l), que tem o maior porta-malas da sua categoria.

Com os bancos rebatíveis, esse volume aumenta. Aliás, a cobertura do porta-malas parece ser feita de um material frágil, não indicada para se apoiar nada pesado sobre ela, servindo, basicamente, para esconder o que está dentro do porta-malas. Já o estepe é daqueles mais finos do que a roda do veículo, o que pode trazer uma certa estranheza, sendo indicado apenas para rodar com o veículo até a borracharia mais próxima.

SEGURANÇA E DIREÇÃO

A versão XRX vem equipada de fábrica com chave de presença e partida com botão. Aliás, o motor é silencioso, nem parece que estamos dentro de um carro com as dimensões do Corolla Cross (ele mede 4,46 m de comprimento por 1,82 m de largura e tem 1,62 m de altura).

Um porém que precisa ser destacado fica para o freio de mão, que diferente dos carros convencionais, fica no piso, ao lado do freio. O que pode causar estranheza para alguns, já que remete a modelos antigos de picapes, mas por outro lado, pode ser considerado uma praticidade na hora de acioná-lo.

No entanto, causa estranheza, já que modelos topo de linha de SUV médios e até mesmo compactos, como o Jeep Renegade, já possuem freio de mão eletrônico.

Outro aspecto desvantajoso foi o fato de a Toyota ter optado em não utilizar a suspensão traseira multilink, apesar de ter mantido toda a boa mecânica que consagrou o sedã como o mais vendido no mundo. No lugar da multilink é utilizado o eixo de torção, comum a qualquer carro popular.

Toyota Corolla Cross
O porta-malas do Corolla Cross tem capacidade de 440 litros. (Toyota/Divulgação)

Mas apesar disso, nas curvas, inclusive mais acentuadas, ele é um carro bastante estável. Dá toda a segurança já consagrada no sedã. Aliás, o carro vem com câmera de ré, controle eletrônico de estabilidade (VSC), controle eletrônico de tração (TRC), sistema de assistência ao arranque em subida (HAC) e sensor de estacionamento traseiro e dianteiro, na XRX.

A versão topo de linha híbrida ainda conta com limpador do para-brisa com sensor de chuva, sensor de estacionamento dianteiro, alerta de ponto cego nos retrovisores, o alerta de Tráfego Traseiro (RCTA), para sair de uma vaga com segurança, além do pacote Toyota Safety Sense.

Nele, estão sensores que impedem colisão frontal, ativando avisos sonoros e visuais para o motorista, além de ativar a frenagem do veículo para começar a reduzir a velocidade. Também está presente o sensor de faixa, emitindo sinal sonoro e também “puxando” o volante para voltar para dentro da faixa e o controle de cruzeiro adaptativo.

A direção é relativamente silenciosa, principalmente quando o motor elétrico está funcionando. O nível de ruído na cabine é bem baixo, mas ainda assim é possível escutar o barulho dos pneus e quando o motor a combustão é ativado.

Na estrada, ele é valente, bom em ultrapassagens, mas não espere o desempenho de um veículo esportivo, mas é um carro apropriado para viagens, tanto pelo quesito conforto quanto pela segurança. Mas a vocação do Corolla Cross é mesmo o perímetro urbano.

Além de ser mais econômico na cidade, o motor híbrido deu um jeito de fazer com que as constantes paradas no trânsito revertessem em vantagem para o motorista, alimentando as baterias elétricas. Dessa forma, o conforto, a visibilidade e a praticidade na direção fazem com que o Corolla Cross brilhe no ambiente urbano, fazendo-o um concorrente de peso dos SUVs da sua categoria.

FICHA TÉCNICA

Toyota Corolla Cross
Modelo possui motor híbrido 1.8 flex, 4 cilindros, 16V, duplo comando com variador na admissão e 2 motores elétricos. (Toyota/Divulgação )

COROLLA CROSS XRX

  • Dimensões: 4,46 m (comprimento); 1,82 m (largura) e 1,62 m (altura)
  • Motor: 1.8 flex, 4 cilindros, 16V, duplo comando com variador na admissão e 2 motores elétricos 
  • Potência: 101 cv a 5.200 rpm (flex) e 72 cv e 16,6 kgfm (elétricos), com potência combinada de 122 cv 
  • Torque: 14,5 kgfm a 3.600 rpm 
  • Câmbio: Automático CVT com primeira marcha fixa 
  • Tração: dianteira 
  • Direção: eletroassistida progressiva (EPS)
  • Suspensão: independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira 
  • Pneus: 225/50 R18 de liga-leve 
  • Freios: discos sólidos na dianteira e sólidos na traseira com ABS e EBD 
  • Peso: 1.450 kg em ordem de marcha 
  • Vão livre do chão: 16,1 cm 
  • Entre-eixos: 2,64 m  
  • Tanque: 36 litros 
  • Porta-malas: 440 litros 
  • Preço: R$ 179.990

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