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Dois últimos grandes acidentes aéreos no ES ainda estão sem conclusão

Dois últimos grandes acidentes aéreos no ES ainda estão sem conclusão

Um dos acidentes aconteceu há mais de dois anos com o helicóptero que transportava o então governador Paulo Hartung; o outro ocorreu há um ano e envolveu um monomotor que caiu em Guarapari

Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 21:06- Atualizado há 3 anos

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 Helicóptero em que estava Paulo Hartung caiu na região de Pedra Azul
Helicóptero em que estava Paulo Hartung caiu em um campo de futebol, em Domingos Martins. (Marcelo Prest - 10/08/2018)

Os dois últimos graves acidentes envolvendo aeronaves no Espírito Santo, que ocorreram nos anos de 2018 e  2020, ainda aguardam a conclusão das investigações. O trabalho vem sendo realizado  pelo Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), localizado no Rio de Janeiro (RJ). 

No dia 10 de agosto de 2018, o então governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, seguia para um festival de cinema em Domingos Martins quando o helicóptero da Polícia Militar que o transportava atingiu uma trave e caiu em um campo de futebol durante o procedimento de pouso.

O acidente teve repercussão nacional e dois anos e meio após os fatos, a investigação ainda não foi concluída. As informações constantes no Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) - ferramenta de visualização de dados do Cenipa - nesta quarta-feira (06), apontam que as investigações estão “em andamento”.

O documento relata que a aeronave decolou do heliponto privado na Residência Ofical do Governo, na Praia da Costa, em Vila Velha, com dois pilotos e dois passageiros. Seguia com destino a um campo de futebol localizado na fazenda do Incaper, em Domingos Martins. “Durante a aproximação para pouso, na parte central do campo, a aeronave colidiu contra uma trave de futebol. Todos os ocupantes saíram ilesos da aeronave, que teve danos substanciais”, diz o texto da ocorrência do Cenipa.

No momento do acidente, o ex-governador estava acompanhado de sua esposa, Cristina Gomes, e de dois pilotos. Nenhum dos tripulantes sofreu ferimentos graves. Apenas Cristina sofreu uma luxação no pé.

Já o helicóptero (um Harpia 05, modelo Helibrás AS-350B2) teve perda total e não pôde mais ser utilizado. Foi substituído, segundo a Casa Militar, por uma versão mais nova da mesma fabricante, adquirido pelo valor de R$ 14,17 milhões.

A Casa Militar também informou que a capitã Maria Elizabeth Bergamin, que pilotava o helicóptero, e o capitão Vargas, que era seu copiloto, cumpriram todas as exigências e receberam seus Certificados Médicos Aeronáuticos (CMA), que permitiram o retorno ao trabalho.

QUEDA DE AERONAVE EM GUARAPARI

O outro acidente ocorreu no dia 19 de fevereiro de 2020 e envolve um avião monomotor que decolou do aeroporto de Guarapari. A aeronave, que seguia para Vitória,  caiu sobre o escritório da loja de material de construção Dismágua e destruiu parte do telhado do depósito do estabelecimento, localizado em Guarapari. As vítimas foram o piloto Luciano Ferreira de Souza e o copiloto Fabiano Luiz Gonçalves.

Área em que avião de pequeno porte caiu em Guarapari nesta quarta-feira (19)
Área em que avião de pequeno porte caiu em Guarapari ). (Ascom | CBES)

E segundo as informações do Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), as investigações também estão “em andamento”.

O documento relata que a aeronave decolou do aeródromo de Guarapari com destino ao Aeroporto Eurico Salles, em Vitória, em um voo privado com dois tripulantes. “Durante a decolagem, a aeronave entrou em emergência e o piloto realizou uma curva acentuada à direita, com intenções de retornar ao aeródromo de origem. A aeronave perdeu altitude e colidiu contra dois galpões. A aeronave ficou destruída e os dois tripulantes sofreram lesões fatais”, informa o Cenipa.

Por nota, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica confirmou que as investigações ainda não foram concluídas. “Estão em andamento as investigações dos acidentes envolvendo a aeronave de matrícula PP-MES ocorrido no dia 10 de agosto de 2018, em Domingos Martins (ES), e da aeronave de matrícula PT-AOT, que aconteceu em 19 de fevereiro de 2000, em Guarapari-ES”, assinala a nota.

Ainda segundo a Aeronáutica, o objetivo das investigações realizadas pelo Cenipa é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. “A necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes, bem como a complexidade de cada ocorrência, garante a liberdade de tempo para a investigação”, destaca a nota.

Fotos da fuselagem do helicóptero que caiu em Riviera da Barra, Vila Velha
Fotos da fuselagem do helicóptero que caiu em Riviera da Barra, Vila Velha. (Fernando Madeira)

ACIDENTE FATAL EM VILA VELHA 

Na manhã desta quarta-feira (06), o Estado registrou mais um grave acidente com vítimas fatais. Um helicóptero com duas pessoas a bordo caiu em Vila Velha. O piloto, Octavio Schneider Queiroz, 68 anos, e a empresária Lucimara Poleto, 52 anos, morreram ainda no local, após sofrerem paradas cardiorrespiratórias. Segundo o irmão de uma das vítimas, os dois namoravam e voltavam de uma viagem feita a Guarapari.

O casal decolou em Guarapari, por volta de 10h20, em direção ao aeroclube de Vila Velha. O trajeto tem uma distância aproximada de 40 km. O acidente aconteceu sete minutos depois. A aeronave caiu numa área particular no bairro Riviera da Barra, em Vila Velha, próximo ao aeroclube do município.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os ocupantes chegaram a ser socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiram. A causa do acidente não foi esclarecida ainda. "Só a perícia da aeronáutica vai poder dizer o que causou o acidente", explicou o capitão Pedroni.

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