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Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 19:07
- Atualizado há 5 anos
A investigação oficial sobre o que causou a queda do helicóptero na manhã desta quarta-feira (6) em uma área de mata no bairro Riviera da Barra, em Vila Velha, ainda será realizada, mas em entrevista à Rádio CBN Vitória, o gerente de segurança operacional do Aeroclube do Espírito Santo, Marcus Nascif, disse que, após analisar as imagens, ele e pilotos profissionais acreditam que a aeronave apresentou algum problema técnico. Duas pessoas morreram no acidente.>
"Pela análise das imagens gravadas pelas câmeras do aeroclube — eu mostrei essa imagem para três pilotos de helicóptero, a conclusão que eles chegaram, ainda não é nada oficial, é de que ele sofreu algum problema técnico, uma pane que ainda não conseguimos definir o que foi", revelou Nascif, que era amigo pessoal do piloto Octavio Schneider Queiroz, de 68 anos, que não resistiu à queda. A passageira Lucimara Poleto, de 52 anos, também morreu no local. Veja o vídeo:>
Ainda sobre as imagens, Marcus pontua que a aeronave parecia estar alinhada com a pista e que, antes de tocar o chão, percebe-se uma guinada do helicóptero para a esquerda. "Ele desvia para a área de mata. Aparentemente os controles estavam funcionando, porque ele fez uma manobra antes de atingir o solo que é chamada de 'flare'. Ele levantou o nariz da aeronave para amortecer a queda, mas não sabemos definir exatamente o que aconteceu — mas que houve um problema técnico, isso é inquestionável", completou.>
Nascif ainda explica que, quando um helicóptero para de funcionar, há um sistema de autorrotação que faz com que a aeronave pouse, mesmo com o motor parado, mas com a hélice girando. "Não sabemos se ele aplicou a autorrotação, se o motor parou. Não sabemos a causa mecânica. Além das imagens, temos uma testemunha ocular, um mecânico do aeroclube que viu a aeronave se aproximando e ouviu um barulho, o que é mais um indicativo de problema técnico", disse o gerente.>
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Por fim, Nascif reforçou que todas as hipóteses levantadas são especulações e que equipes do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) estão a caminho de Vila Velha para realizar perícia no helicóptero. "A finalidade dessa investigação não é apontar culpado e nem responsabilizar ninguém, e sim tentar levantar os fatores que contribuíram para ocorrência e serem tomadas medidas preventivas para que outros acidentes não aconteçam", concluiu. >
No que diz respeito a Octavio, Nascif diz que tinha um relacionamento de amizade com ele há mais de 10 anos e que o piloto vivia diariamente no Aeroclube de Vila Velha, onde cuidava até mesmo da vegetação no entorno. >
"Ele era um apaixonado pela aviação. Quando um aeronauta falece, vai um pedaço de todos nós. É um sentimento profundo, de perda, choque para todos nós. Era uma pessoa bastante querida. O cuidado que ele tinha com a área do aeroclube era constante, plantou várias palmeiras exóticas, bananeiras, fruteiras. Vivia no aeroclube diariamente", finalizou Nascif.>
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