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Cessão do Teatro Carmélia ao Estado só deve ocorrer após eleições

Cessão do Teatro Carmélia ao Estado só deve ocorrer após eleições

De acordo com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU-ES)  o governo estadual já solicitou a cessão do prédio, mas ela está temporariamente impedida de ser feita em decorrência do período eleitoral

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 16:07

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Teatro Carmélia vai ser usado para armazenamento de sacos de café.
Centro Cultural  Carmélia será cedido pela União ao Estado. (Vitor Jubini)

cessão integral do Centro Cultural Carmélia Maria de Souza – incluindo o teatro – para o governo do Estado só deverá ocorrer após o período eleitoral, segundo informações da Secretaria de Patrimônio da União (SPU-ES).

De acordo com o superintendente da SPU-ES, Márcio Furtado, o pedido para a formalização da cessão já foi apresentado pelo Estado, mas encontra um impasse temporário. “As cessões de imóveis da União não podem ocorrer durante a fase eleitoral. Logo depois poderemos viabilizar”, explica.

Carmélia foi alvo de uma polêmica após a União anunciar que utilizaria o espaço para o armazenamento de grãos da Conab. Medida que seria adotada com o anúncio da venda do atual local de armazenamento, os Galpões do IBC, em Jardim da Penha, Vitória.

Após manifestações, o superintendente Nacional do Patrimônio da União, Fernando Anton Bispo, informou, no último mês de agosto, que iria transferir a área para o Estado. “Estamos organizando a cessão não onerosa para o Espírito Santo do imóvel, devolvendo para a população a possibilidade de ter ali um desenvolvimento cultural e um equipamento em operação. Hoje o imóvel está depredado, desvalorizando o seu entorno. Seguindo o rito público, já estamos preparando, o mais rápido possível, esta cessão”, disse durante reunião realizada com a senadora Rose de Freitas.

A estimativa, segundo Bispo, é de que de cessão seja por um prazo entre 10 a 20 anos. “Vamos ter que analisar as questões legais, mas as providências estão sendo tomadas para devolver ao Espírito Santo a possibilidade de ter o desenvolvimento cultural e tirar o imóvel do estado de abandono, com subutilização, desvalorizando o patrimônio que é de todos os brasileiros”, destacou.

A área ocupada pelo Centro Cultural pertence à Conab e, no passado, abrigou o Instituto Brasileiro do Café (IBC). A parte do teatro estava cedida à Prefeitura de Vitória, mas há sete anos não é utilizada. A outra parte está em posse do governo estadual, e abriga a TV Educativa (TVE), que buscava outro espaço com o anúncio da retomada do imóvel. Tanto Estado quanto a Prefeitura de Vitória chegaram a ser notificados pela União a deixarem o imóvel.

Cadeiras entregues à ação do tempo no Teatro Carmélia M. de Souza(Fernando Madeira)

Em visita ao local, reportagem de A Gazeta revelou que o espaço está em completo abandono. Equipamentos como cadeiras do teatro, refletores, ar-condicionado, tudo abandonado e sendo deteriorado pela ação do tempo. Há infiltrações, muita umidade, cheiro de mofo, poeira, e parte da estrutura lateral desabou.

Pelos corredores, restos de antigas exposições ficaram abandonadas no local. Há ainda muito material sendo armazenado, que acabou sendo transformado em um depósito.

GALPÕES DO IBC

Em relação aos Galpões do IBC, ainda não há uma definição sobre o destino da área. Em julho a União anunciou a venda do espaço por um lance mínimo de R$ 35 milhões. “A avaliação ainda não foi concluída” informou Márcio Furtado.

Em reunião realizada em agosto, Bispo relatou que seria realizado um estudo para avaliar a cessão de parte dos galpões do IBC, localizado em Jardim da Penha, Vitória, para que seja instalada uma unidade do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Mas a proposta apresentada pelo reitor do Ifes, Jadir Pela, aponta para a utilização de todo o espaço.

Os Galpões do IBC (Instituto Brasileiro do Café), hoje em posse da Conab, ficam em uma área de 33 mil m². Ainda não há informações para onde o armazenamento de grãos seria levado com a venda do imóvel.

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