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Madureira, Durão e Freitas voltam à Assembleia do Espírito Santo

Madureira, Durão e Freitas voltam à Assembleia do Espírito Santo

Os três, que já foram deputados na Casa no passado, herdaram cadeiras de parlamentares que foram eleitos prefeitos em 2020. Veja o passado de cada um

Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 15:17- Atualizado há 3 anos

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Luiz Durão (PDT), Freitas (PSB) e Madureira (Patriota) assinam termo de posse
Luiz Durão (PDT), Freitas (PSB) e Madureira (Patriota) assinam termo de posse como deputados estaduais. Eles usam máscaras como medida para evitar a propagação do novo coronavírus em meio à pandemia de Covid-19. (Leonardo Duarte/Ales)

Velhos conhecidos no cenário político capixaba, três deputados estaduais tomaram posse na Assembleia Legislativa do Espírito Santo nesta segunda-feira (04). Suplentes de parlamentares que foram eleitos prefeitos nas eleições municipais de 2020, Marcos Madureira (Patriota), Freitas (PSB) e Luiz Durão (PDT) retomam cadeiras no Legislativo estadual, as mesmas que ocuparam no passado.

Madureira assume no lugar de Lorenzo Pazolini (Republicanos), novo prefeito de Vitória; José  Eustáquio de Freitas (PSB) no lugar de Euclério Sampaio (DEM), prefeito de Cariacica; e Luiz Durão (PDT), substitui Enivaldo dos Anjos (PSD), eleito em Barra de Sâo Francisco.

Os suplentes são aqueles candidatos que concorreram à eleição, foram bem votados, mas não eleitos. Em 2018, os partidos ainda podiam concorrer em blocos, ou seja, em coligações. O mais votado da coligação fica como 1º suplente para assumir caso o eleito deixe a vaga.

A cerimônia foi breve, realizada no plenário da Assembleia com a presença de oito dos 27 deputados estaduais que já exercem mandato na Casa. Fechada para o público e para a imprensa, a posse foi transmitida virtualmente. Além dos parlamentares e familiares dos que tomaram posse, apenas o chefe da Casa Civil, Davi Diniz, esteve presente.

MADUREIRA RETORNA APÓS 20 ANOS

Madureira foi deputado estadual por três mandatos – eleito em 1990, 1994 e 1998 – deixando a Casa no ano 2000 para assumir uma vaga como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCES). Durante a cerimônia, foi o único dos três empossados que declinou da oportunidade de discursar e se limitou a ler o termo de compromisso de posse. 

Após deixar a tribuna, ganhou um elogio do presidente da Casa, Erick Musso (Republicanos), que conduzia a cerimônia. "Desejamos ao nosso deputado Madureira que seja bem-vindo, bom retorno à Casa, vossa excelência que tem um legado deixado, como marca positiva, na Assembleia Legislativa", disse.

Durante os anos 90, quando esteve na Assembleia, Madureira era ligado ao grupo político de José Carlos Gratz, ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, e Valci Ferreira, ex-presidente do TCES, ambos condenados por corrupção. 

Foi com apoio de Gratz que Madureira foi para o TCES em 2000. Seu período na Corte de Contas foi marcado por denúncias de corrupção. Ele foi afastado do cargo em 2012, após a Justiça determinar a anulação de sua nomeação. No ano seguinte, se aposentou.

Madureira, no entanto, não deixou de ter influência e se movimentar no cenário político. Em abril de 2019, os bastidores da Câmara da Serra apontavam influência do agora parlamentar na eleição de Rodrigo Caldeira (PRTB) como presidente da Casa. Caldeira, na época, negou o envolvimento de Madureira, mas elogiou o parlamentar e admitiu que o apoiou durante as eleições de 2018. Aliado de Sergio Vidigal (PDT), Caldeira foi reeleito, no dia 1º, para presidir o Legislativo municipal serrano pelos próximos dois anos.

Em junho de 2019, o nome de Madureira aos holofotes após o ex-vereador da Serra Geraldinho Feu Rosa (sem partido) aparecer em uma gravação afirmando ter recebido dinheiro para fazer campanha para o então candidato a deputado estadual, em 2018.

Na última disputa para Assembleia, Madureira concorreu pelo PRP, teve 13.222 votos e não se elegeu. Na época, Pazolini era da mesma sigla. A legenda se fundiu ao Patriota, partido atual de Madureira. Durante o mandato, Pazolini foi para o Republicanos.

Da esq: Luiz Durão (PDT), Davi Diniz, Erick Musso (Republicanos), Freitas (PSB) e Madureira (Patriota)
O deputado estadual Luiz Durão (PDT); o secretário de Estado da Casa Civil, Davi Diniz; o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos); e os deputados estaduais Freitas (PSB) e Madureira (Patriota). (Leonardo Duarte/Ales)

LUIZ DURÃO ASSUME COMO SUPLENTE PELA TERCEIRA VEZ

Forte liderança política no Norte do Espírito Santo, Luiz Durão já foi prefeito de Linhares, eleito em 1973 e 1989, e deputado federal por dois mandatos.

Durão inicia agora o terceiro mandato como deputado estadual. Foi eleito pela primeira vez em 2010 e assumiu como suplente em 2016, quando Rodrigo Coelho foi para o Executivo estadual como secretário de Assistência Social. Depois, em agosto de 2018, assumiu novamente a vaga de Coelho, que foi escolhido pelos deputados ocupar uma vaga como conselheiro do TCES.

No ano seguinte, em 2019, Durão foi preso acusado de estupro, após ser flagrado saindo de um motel, na Serra, com uma adolescente. O parlamentar foi absolvido em 1ª e 2ª instâncias pela Justiça.

Em 2018, o pedetista teve 17.820 votos e não se elegeu. Ele assume no lugar de Enivaldo, do PSD. Os dois partidos eram da mesma coligação na última disputa pelo Legislativo.

Durante discurso de posse, Durão agradeceu a Deus por retornar à Casa e aos colegas, afirmando que "sempre gosta de estar em um ambiente como se fosse da família".

"Hoje estou assumindo meu nono mandato e graças a Deus sempre fiz com muita responsabilidade e trabalhando, fazendo leis e protegendo aqueles que mais precisam e lutando pelo desenvolvimento do nosso Estado. Tenho certeza que meu trabalho como deputado será igual ou melhor do que dos outros oito mandatos", apontou.

FREITAS VOLTA APÓS MENOS DE UM ANO

Um dos deputados que tomou posse como suplente nesta segunda, José Eustáquio Freitas já foi deputado estadual por três mandatos (eleito em 2006, 2010 e 2014) e passou pouco tempo fora da Casa.

Aliado do governo Casagrande, o socialista esteve na Assembleia do início de 2019 até abril do ano passado, ocupando a vaga de Bruno Lamas (PSB) que, após ser eleito em 2018, foi para o Executivo estadual como secretário de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento estadual. Na eleição, Freitas teve 15.320 votos.

Bruno deixou a secretaria e voltou para Assembleia em abril, para cumprir prazo de desincompatibilização exigido pela Justiça Eleitoral aos que pretendem disputar eleições. Lamas teve 5% dos votos e não se elegeu. Agora, será colega de Freitas no Legislativo até o final do mandato, em janeiro de 2023.

Ainda em abril, após a volta de Bruno para a Casa Legislativa, Freitas assumiu uma vaga como assessor especial na Casa Civil, com um salário de R$ 9,9 mil. 

Durante discurso na cerimônia de posse, o parlamentar não poupou elogios ao governador Renato Casagrande (PSB) e ao ex-deputado Euclério Sampaio, reafirmou seu compromisso com a "governabilidade."

"Estamos retornando à Casa nessa oportunidade em que o deputado Euclério Sampaio, extraordinária figura política do Estado, que muito contribuiu a partir dos mandatos que teve como deputado, assumiu como prefeito de Cariacica. Nessa ocasião eu retorno para assumir o quarto mandato. Estou feliz, estimulado, reafirmando meu compromisso com o Espírito Santo, com a governabilidade e a continuação da estruturação dessa Casa", afirmou.

PARCERIA ENTRE LEGISLATIVO E EXECUTIVO

Única autoridade presente do Executivo estadual, o chefe da Casa Civil, Davi Diniz, fez um discurso breve de agradecimento aos parlamentares que deixaram a Assembleia para assumir prefeituras, destacando que Euclério e Enivaldo foram aliados do governo na Assembleia, defendendo as pautas do Palácio Anchieta.

Em mais um aceno de "parceria" entre os Poderes, o presidente Erick Musso encerrou a cerimônia afirmando que Casagrande pode "continuar contando com os projetos de lei enviados à Casa" e com o "trabalho e liderança política" que cada parlamentar exerce em todo o Estado, principalmente no enfrentamento dos efeitos causados pela pandemia.

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