Repórter / [email protected]
Publicado em 26 de agosto de 2022 às 17:23
- Atualizado há 3 anos
O candidato ao governo do Espírito Santo pelo PSTU, Capitão Vinícius Sousa, foi entrevistado pelo G1ES na tarde desta sexta-feira (26). Na conversa, que durou 15 minutos, ele, que é policial militar, defendeu que a corporação seja desmilitarizada. Além disso, argumentou em favor da descriminalização das drogas e sugeriu que empresas públicas que foram privatizadas no passado sejam devolvidas ao poder público. >
Capitão Sousa foi ouvido no mesmo dia que outros dois candidatos ao governo do Estado: Aridelmo Teixeira (Novo) e Cláudio Paiva (PRTB). Todos tiveram 15 minutos de entrevista porque obtiveram menos de 5% das intenções de voto na última pesquisa Ipec/Rede Gazeta. >
Os outros candidatos ao governo foram ouvidos ao longo da semana. Na segunda-feira (22), o entrevistado foi Carlos Manato (PL), na terça-feira (23) foi ouvido o candidato da Rede, Audifax Barcelos, na quarta-feira o atual governador Renato Casagrande (PSB) e na quinta foi a vez do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) falar sobre suas propostas para reeleição.>
Capitão Sousa, que exerce atualmente função administrativa na PM em Cachoeiro de Itapemirim, afirmou na entrevista ao G1 que defende a desmilitarização da corporação e de outras forças de segurança. Segundo ele, isso permitiria que os policiais tivessem mais acesso à direitos trabalhistas, o que melhoraria a qualidade de vida deles e, consequentemente, o serviço prestado à população. >
>
“[O policial] não tem reconhecido o direito à jornada de trabalho, não tem hora extra. Dessa forma, sem ter seus direitos reconhecidos, é difícil exigir que ele respeite e reconheça os direitos de outros cidadãos. Se o trabalhador não tem condições de trabalho, nem tem condições de dar atenção a sua família, não vai prestar um bom trabalho. Além disso, beneficia a população porque encerra o discurso de guerra que temos hoje. A guerra às drogas, por exemplo. Isso é uma retórica de uma hipocrisia muito grande.”>
Ele ainda defendeu a descriminalização de todas as drogas como estratégia para a redução da violência e também para o combate ao vício em substâncias que, ele aponta, é uma questão de saúde pública. >
“É necessário descriminalizar e regulamentar, não só a maconha mas todas as drogas. Primeiramente tirando (a questão das drogas) da área de segurança pública. Quando a gente fala que é crime, o recado é que é um problema de polícia, o policial resolve. O problema passa a ser da saúde pública. O único capaz e preparado para tratar com a drogadição é o profissional de saúde. A dependência química não pode ser tratada por um soldado da polícia. Há diversas terapias conhecidas e que são aplicadas em vários locais do mundo por profissionais da saúde. A guerra não resolve (o problema das drogas). Ela mata mais que as drogas. Precisamos enfrentar a partir da saúde pública.” >
O candidato foi questionado a respeito de um dos pontos de seu plano de governo que aponta a intenção dele, se eleito, de reduzir a quantidade de cidades do Espírito Santo de 78 para dez. >
“O número dez é apresentado por nós por um dados técnico. São as divisões de regiões que levam em conta a realidade econômica e social das regiões, mas a decisão de unir os municípios será de cada uma dessas comunidades. É mais importante termos escolas do que câmaras municipais. Elas replicam legislações de outras cidades vizinhas, há casos em que copiam e colam [o texto]. Essas câmaras, na maior parte dos casos, são desnecessárias. Com menos cidades podemos ter guardas municipais completas, serviço de saúde robusto a altura dos municípios. Se os cidadãos entenderem que é o caso, podem fundir esses municípios em municípios maiores que serão capazes de fornecer esses serviços.” >
Outra bandeira de Capitão Sousa e do PSTU é a reestatização de empresas que já foram públicas. Na entrevista ao G1ES ele rechaçou qualquer possibilidade de privatizar empresas como o Banestes e a Cesan, além de defender o retorno de empresas já privatizadas ao poder público. >
“A retomada das riquezas do povo será essencial. O Estado teve um superávit de cerca de um terço do que foi arrecadado. Hoje as riquezas estão sendo entregues. Por exemplo, a ES Gás é uma empresa altamente rentável, não tem um real de dívida, mas está sendo entregue. Podemos dar exemplo também do Banestes e da Cesan, que estão na bandeja para serem entregues. Vimos em âmbito nacional o que aconteceu. Aqui, a Vale foi vendida por R$ 3 bilhões. Ela lucra no ano R$ 121 bilhões. O povo não pode continuar abrindo mão das suas riquezas porque dependeremos desse recurso para assegurar educação de qualidade para os nossos filhos, para assegurar que o problema das drogas seja tratado pela área competente da saúde pública.” >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta