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Relembre casos recentes de latrocínio que chocaram o Espírito Santo

Relembre casos recentes de latrocínio que chocaram o Espírito Santo

O caso do empresário e morador de Itarana, Gildomar Perin, de 60 anos, morto e que teve o corpo carbonizado, na última semana, chocou o ES pela crueldade e frieza dos criminosos. Reveja outras histórias semelhantes

Publicado em 27 de fevereiro de 2023 às 15:48

Ícone - Tempo de Leitura 7min de leitura
Gildomar Perin
O empresário Gildomar Perin foi cruelmente executado durante o carnaval em Vitória. (Redes Sociais)

Na última semana, o caso de Gildomar Perin, de 60 anos, encontrado morto após desaparecer em Jardim Camburi, em Vitória, chamou a atenção e causou indignação pelas características do crime. O empresário foi assassinado em um roubo que envolveu três suspeitos, sendo um deles um adolescente de 16 anos.

Após agredirem o homem com golpes de madeira, os criminosos queimaram o corpo e foram "curtir" o carnaval com o cartão da vítima. 

Registrado como latrocínio (roubo seguido de morte), esse tipo de crime costuma gerar choque e indignação por conta do desprezo de criminosos pela vida de suas vítimas. 

Desde 2020, o Espírito Santo registrou 110 casos de latrocínios, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Em 2022, 27 pessoas perderam a vida, enquanto em 2021 foram 43. Já em 2020, ocorreram 39 casos.

Em janeiro deste ano, apenas um caso de latrocínio foi registrado. A Sesp ainda não contabilizou os dados do mês de fevereiro. 

A maior parte das vítimas são homens (102) e arma de fogo foi o meio mais utilizado (63). Relembre os casos;

Policial morto em roubo a bar

Sargento Marco Romania
O sargento Marco Romania foi brutalmente executado em fevereiro do ano passado em Vitória. (Reprodução rede social)

O sargento da Polícia Militar, Marco Romania, foi assassinado a tiros em um bar no bairro Joana D'Arc, em Vitória, no dia 16 de fevereiro de 2022. Três envolvidos no crime, que a corporação tratou como latrocínio, já foram detidos.  Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, o militar foi atingido por três disparos: um no pescoço, um na cabeça e outro na nuca.

Na época, o delegado Brenno Andrade, da divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), informou que os relatos de detidos no crime confirmam que tratava-se de um roubo. 

"Desde o primeiro momento, eles alegam que seria um roubo e o fato não teria acontecido com relação ao exercício da função do policial militar. O caso concreto hoje é de que se trata de um latrocínio, não uma execução", disse, em coletiva de imprensa no dia 21 de fevereiro.

Morto com tiro na cabeça

Josias dos Passos Lírio, foi morto em outubro de 2020, em um assalto a distribuidora de bebidas no bairro Jardim Bela Vista, na Serra. O crime, na época, causou indignação pela frieza com a qual o criminoso aponta a arma para a cabeça da vítima e atira, mesmo com o homem já rendido. 

Os vídeos divulgados na época mostram que a vítima , em um primeiro momento, chega a reagir e lutar com um dos assaltantes. Ele desiste de lutar e se rende, no entanto, no momento da fuga dos bandidos, um dos criminosos atirou na cabeça de Josias, que foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Empresário assassinado durante assalto

De acordo com testemunhas, o empresário conseguiu se soltar e foi para cima de um dos criminosos, que atirou duas vezes, matando o homem na hora.  Em seguida, os suspeitos fugiram em um veículo.

Tiro no pescoço ao reagir a assalto

Cleber Bergamine foi morto depois de reagir a um assalto em Cariacica
Cleber Bergamine foi morto depois de reagir a um assalto em Cariacica. (Arquivo Pessoal)

No dia 2 de fevereiro de 2022, Cléber Bergamine foi morto depois de reagir a um assalto no bairro Maracanã, em Cariacica. Ele estava em uma caminhonete que foi abordada por dois criminosos armados e, depois de ser abordado, foi baleado no pescoço.

A vítima esteve no local procurando a placa do carro, que havia perdido durante as chaves que acometeram o município na noite anterior ao crime.

Contador cruelmente assassinado

Poucos dias depois do latrocínio de Cléber Bergamine, no dia 6 de fevereiro, o contador Rodrigo da Vitória, de 44 anos, foi cruelmente assassinado a tiros no bairro Bela Aurora, em Cariacica. 

Dois criminosos renderam a vítima e pediram a chave do carro. Rodrigo inicialmente ergueu as mãos, e um dos suspeitos pegou a chave do carro dele. De acordo com a apuração da TV Gazeta na época, o bandido não conseguiu ligar o carro e, por isso, saiu do automóvel logo em seguida. Nessa hora, o contador reagiu e partiu para cima do assaltante.

Segundo testemunhas, o criminoso atirou e baleou Rodrigo cinco vezes. O contador chegou a correr em direção a uma casa, já baleado. Sem suportar os ferimentos, acabou caindo na calçada. O contador era caso e tinha três filhos.

Funcionário de lanchonete morto em assalto

Gleison Lúcio Moreira, de 26 anos, trabalhava como cozinheiro em uma lanchonete no bairro Residencial Jacaraípe, há menos de um mês, quando foi morto em um assalto no estabelecimento em agosto de 2022.

Três criminosos tentaram assaltar, mas foram surpreendidos pelo marido da proprietária do estabelecimento, um soldado da Polícia Militar que estava no balcão. Houve uma troca de tiros entre o policial, e um dos suspeitos e o funcionário morreram baleados.

Gleison chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castelândia, mas não resistiu. Segundo a família, ele deixou três filhos (duas meninas e um menino), além da namorada, que na época estava grávida.

Economista morto dentro de casa

Economista Raul Bussolotti, de 41 anos, foi morto na madrugada deste domingo (23)
O economista Raul Bussolotti, de 41 anos, foi morto na madrugada do dia 23 de janeiro do ano passado. (Acervo familiar)

Um crime que chocou não só pela crueldade, mas pela frieza dos acusados: um economista morto com golpes de tesoura no pescoço dentro da própria casa em Santa Paula II, em Vila Velha. A vítima era Raul Bussolotti, um economista de 41 anos.

Na madrugada de 23 de janeiro do ano passado, a Polícia Militar foi acionada para atender uma reclamação de som alto em um condomínio e, ao chegarem, a equipe encontrou dois suspeitos saindo de um apartamento. Eles disseram que a situação estava resolvida e o proprietário dormindo. No entanto, a síndica do prédio relatou ter ouvido gritos de “socorro”, vindos de dentro da residência.

Ao entrar no imóvel, havia vários objetos espalhados e sangue no chão da sala. No quarto estava o economista, nu, com o rosto e ventre cobertos com lençóis. Quando tirados, foi possível ver várias lesões no pescoço da vítima e uma tesoura ao lado.

Dentro do carro de aplicativo que os suspeitos chamaram, foram encontradas duas televisões, um videogame, dois celulares e objetos pessoais da vítima. Os dois jovens, de 18 e 21 anos, foram autuados em flagrante por latrocínio.

Torturado até a morte

Amarildo Amaro Freire, de 57 anos, trabalhava com corridas de aplicativo em Guarapari, quando desapareceu durante o trabalho no dia 22 de março de 2021. Um dia depois, seu corpo foi encontrado em uma propriedade rural na região de Alto São Miguel.

O motorista de aplicativo Amarildo Amaro Freire, de 57 anos, foi torturado e assassinado em Guarapari
O motorista de aplicativo Amarildo Amaro Freire, de 57 anos, foi torturado e assassinado em Guarapari. (Reprodução/TV Gazeta)

Dois suspeitos foram presos e um menor, na época com 16 anos, apreendido.

"Eles narraram que durante a execução do roubo eles pretendiam fazer com que a vítima realizasse transferências bancárias em favor deles, mas durante a negociação, o Amarildo teria esboçado uma reação, sendo alvejado por um disparo de arma de fogo contra o rosto e espancado na sequência com pauladas, facadas e ainda foi estrangulado", detalhou o delegado Guilherme Eugênio, na época.

Não satisfeitos em assaltar, sequestrar e torturar o motorista, os criminosos filmaram toda a ação do assalto, a execução do motorista de aplicativo, do tiro ao espancamento. Com Amarildo ainda vivo, os criminosos falaram que enviariam a gravação à ex-esposa da vítima.

Inspetor penitenciário morto no Morro do Moreno

Inspetor penitenciário foi baleado no Morro do Moreno
Rodrigo Figueiredo da Rosa foi baleado no dia 10 de janeiro de 2021 no Morro do Moreno. (Arquivo pessoal)

Um inspetor penitenciário foi baleado e teve sua arma roubada em uma tentativa de assalto no topo do Morro do Moreno, em Vila Velha, no dia 10 de janeiro de 2021. Rodrigo Figueiredo Rosa, morreu de dias depois após sofrer uma parada cardíaca. Antes, ele já tinha ficado paraplégico devido às lesões, considerando que a bala atingiu uma vértebra.

A vítima foi baleada depois que os criminosos perceberam que o inspetor estava armado. Outras pessoas também foram assaltadas no local. Dois suspeitos de participarem do assalto foram presos por policiais do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).

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