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Capixaba contaminado por cerveja abre os olhos e sai do coma, diz mãe

Capixaba contaminado por cerveja abre os olhos e sai do coma, diz mãe

Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37, está internado em Belo Horizonte desde o dia 28 de dezembro. Ele é um dos 30 casos investigados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 17:43

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Laura Telles e o filho Luiz Felippe em Belo Horizonte. O capixaba está internado desde o fim de dezembro na capital mineira. (Reprodução/Facebook)

Após mais de um mês internado em Belo Horizonte, Minas Gerais, por contaminação de dietilenoglicol, o engenheiro capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37 anos,  saiu do coma.  Ele deu as primeiras respostas ao tratamento médico e já consegue interagir por meio dos olhos e da cabeça, segundo a família. 

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Ele saiu do coma e está interagindo bem com o olho e com a cabeça. Ele entende tudo o que a gente fala e balança a cabeça para responder. Já faz quatro dias que ele não faz hemodiálise. Isso é uma vitória

Laura Teles
Mãe de Luiz Felippe
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Felippe foi o primeiro dos 30 casos atualmente investigados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol. A substância, que foi encontrada na água usada pela cervejaria Backer na fabricação de cerveja, teria contaminado os pacientes após ingestão da bebida.  Seis óbitos foram notificados até o momento.

Luiz Felippe é um dos 30 casos investigados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais por suspeita de contaminação após ingerir rótulos da cervejaria Backer. (Reprodução )

A reação positiva de Felippe ao tratamento médico trouxe força para a mãe do capixaba, a supervisora pedagógica Laura Teles, 62 anos. Ela, que é de Marataízes, está temporariamente morando em Belo Horizonte para acompanhar o tratamento do filho. Repleta de fé, ela acredita que as respostas do filho, ainda que bem pequenas, são bençãos divinas.

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Ele está tendo uma melhora muito grande, graças a Deus. Estamos muito felizes com a força dele para a vida e do empenho dos médicos. Cada reação dele, por menor que seja, é uma benção, uma vitória. É tamanha fé e alegria que eu não sei descrever

Laura Teles
Mãe de Luiz Felippe
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De acordo com Laura, a síndrome nefroneural (que compromete os rins e o sistema nervoso), da qual Felippe foi vítima por causa da presença de dietilenoglicol no organismo, não atingiu o sistema nervoso central, o que torna a situação menos complicada. Apesar disso, o tratamento é lento e sem previsão para a saída do capixaba do hospital.

"O restabelecimento é muito lento, precisamos ter paciência. Mas esses passos, mesmo que de formiguinha, fazem a gente confiar que vai dar tudo certo. Eu tenho muita fé nisso", finalizou.

RELEMBRE O CASO 

Luiz Felippe é natural de Marataízes, mas mora em Belo Horizonte com a esposa. Na véspera de Natal, ele e o sogro, o bancário Paschoal Demartini, 55, ingeriram a cerveja Belorizontina, da Backer. Dias depois, os dois começaram a passar mal, com dores abdominais, febre e náuseas.

Cerveja Belorizontina da cervejaria Backer é um dos rótulos com lote contaminado. (Reprodução/Backer)

No dia 28 de dezembro, o engenheiro foi internado em um hospital particular de Belo Horizonte. O sogro dele, que morava em Ubá, foi hospitalizado no dia seguinte em Juiz de Fora. Segundo a família, ele apresentava um quadro grave de insuficiência renal. Paschoal morreu uma semana depois.

O capixaba e o sogro foram os primeiros casos notificados de uma doença que ainda era misteriosa para a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Porém, com o aumento do número de internações, e a descoberta que todas as vítimas haviam consumido a cerveja Belorizontina, a Polícia Civil de Minas Gerais iniciou uma investigação.

Polícia instaura inquérito contra a empresa Backer, que produz a cerveja BelorizontinaFoto: Uarlen Valério/O Tempo/Folhapress). (Uarlen Valério/ O Tempo/ Folhapress))

Durante análises laboratoriais em amostras da bebida, a polícia encontrou dietilenoglicol, substância altamente tóxica usada na refrigeração de cerveja. O mesmo composto foi encontrado no sangue de Luiz Felippe, o sogro dele e outras duas vítimas.

A Polícia Civil investiga o caso para saber o que ocasionou a contaminação. Há hipóteses de vazamento de substância e sabotagem de um ex-funcionário. Parte da fábrica foi interditada e todos os produtos da Backer retirados do mercado. Até o momento, foram registradas 30 internações, sendo que 6 evoluíram para óbito. Todos os casos em Minas Gerais.

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