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Solidariedade na pandemia: SC ajudou pacientes de Manaus em janeiro

Solidariedade na pandemia: SC ajudou pacientes de Manaus em janeiro

Santa Catarina recebeu 11 amazonenses quando tinha 58% das UTIs ocupadas. Agora em colapso, Estado conta com o amparo do Espírito Santo

Publicado em 5 de março de 2021 às 13:29- Atualizado há 3 anos

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Aeronave do Corpo de Bombeiros transfere primeiro paciente de Covid-19 de Santa Catarina para o Espírito Santo
Pacientes de Santa Catarina são transferidos um a um em UTIs aéreas; todos estão em estado grave. (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC))

Se colocar no lugar do outro é uma máxima ainda mais válida hoje em dia. No entanto, há quem tenha medo que a acolhida de pacientes de outros Estados possa fazer com que o Espírito Santo fique sem leito, em um futuro de possível agravamento da pandemia. Há até quem critique a ajuda. Mas e se fosse o contrário?

Solidariedade na pandemia - SC ajudou pacientes de Manaus em janeiro

No sul do País, Santa Catarina vive, agora, o segundo lado dessa história. No final de janeiro, o governo catarinense recebeu 11 pacientes de Manaus, transferidos por causa do colapso na oferta de oxigênio na capital do Amazonas. Naquela época, menos de 60% das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estavam ocupadas.

170 leitos de UTI
foram abertos em SC entre o final de janeiro e o início de março

Ao longo das últimas cinco semanas, essas pessoas apresentaram melhoras, conseguiram vencer a batalha contra a Covid-19 e voltaram para a casa, no Amazonas. Atualmente, apenas uma paciente permanece em Florianópolis, sem previsão de alta.

Porém, nesse mesmo período, Santa Catarina viveu uma verdadeira reviravolta: a taxa de transmissão do coronavírus aumentou e o Oeste do Estado começou a ter todas as UTIs ocupadas. Em pouco tempo, a situação se estendeu para o restante do território. No final da semana passada, todos os leitos ficaram lotados.

Nesta quarta-feira (3), o primeiro paciente catarinense chegou ao Espírito SantoO segundo chegou nesta quinta-feira (4). Ao todo, devem ser 15 transferências, todas para o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. O mesmo local da acolhida dos transferidos de Manaus (AM) e de Rondônia.

Superintendente de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde de Santa Catarina, Diogo Losso acompanhou de perto os dois momentos vividos pelo Estado e é enfático ao ressaltar que "houve o momento de ofertar ajuda" a pacientes do Norte do País, sem comprometer a assistência à própria população.

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Dentro do espírito de que somos todos brasileiros, nós ajudamos como e quando pudemos, e agora precisamos da ajuda

Diogo Losso
Superintendente de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde de Santa Catarina
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De acordo com ele, a mão estendida pelo governo capixaba é essencial. "A disponibilização de até 15 leitos de UTI pode parecer pouca coisa, mas para essas 15 pessoas, para essas 15 famílias, é algo muito importante", garante, informando que todo o processo de transferência dura em torno de cinco horas.

No outro lado da ajuda, o secretário Nésio Fernandes voltou a reforçar que esse ato de solidariedade não vai gerar prejuízos aos capixabas. "Eu tenho 250 leitos livres no Estado, que era o que tínhamos quando Manaus pediu ajuda", declarou o gestor, em entrevista ao  Papo de Colunista, esclarecendo que se a ocupação chegar a 80%, a ajuda a outros Estados será interrompida.

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Eu não tenho condições éticas, espirituais e humanas para não ajudar um enfermo, sendo possível. Vamos negar acesso para pessoas que iam morrer?

Nésio Fernandes
Secretário de Saúde do Espírito Santo
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Na entrevista cedida nesta quinta-feira (4), ele também ressaltou que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem como missão constitucional garantir a vida e o acesso à saúde. "O que devemos estar preocupados e incomodados é com o atraso na chegada das vacinas. Nós vamos vencer essa guerra com atenção primária", afirmou.

Nesse sentido, os representantes de ambos os Estados estão de acordo: é preciso um esforço da sociedade como um todo para seguir, mais do que nunca, as etiquetas respiratórias e as medidas de distanciamento social. A pandemia continua e o Brasil tem perdido centenas de pessoas por dia.

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