2020, que ano! Embora o que mais tenha marcado o passar dos meses tenham sido os reflexos da pandemia do novo coronavírus, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 11 de março, outros fatos importantes foram registrados pelos repórteres fotográficos de A Gazeta, no Espírito Santo.
Um deles ocorreu ainda em janeiro, quando uma chuva forte desalojou várias famílias e levou destruição a várias cidades capixabas, principalmente as da Região Sul. Uma das mais impactadas foi Iconha. Boa parte desses municípios voltaram a sofrer com novos impactos de enchentes ao longo do ano.
Em fevereiro, dois fatos marcantes: as ruas foram tomadas por manifestações de policiais civis e militares reivindicando melhorias salariais. Dias antes ocorreram ataques nas vias de Vitória promovidos por facções criminosas após a morte de um jovem em uma operação policial realizada em um dos bairros altos da cidade.
Logo após o Carnaval, surgiram as primeiras informações sobre a Covid-19 ao Espírito Santo, com o registro de um paciente. Tratava-se de uma mulher recém-chegada da Itália, país que, naquele momento, havia se tornado o novo epicentro da doença. Com o aumento do número de casos, o governo estadual decidiu suspender as aulas presenciais. As medidas restritivas atingiram ainda as atividades econômicas não essenciais, houve proibição de eventos festivos e redução de voos. Nos tradicionais horários de congestionamento, as ruas ficaram vazias, deixando os trabalhadores informais sem renda. Enquanto isso, longas filas se formaram nos bancos para garantir o auxílio emergencial do governo federal.
Nas vias públicas ficaram apenas os moradores de rua e as vítimas de uma outra epidemia: os usuários de drogas. Por todos os lados, avisos não nos deixavam esquecer de que o isolamento e o distanciamento social eram armas para vencer o inimigo praticamente invisível.
Mas, na hora do aperto, também houve mão amiga que ajudasse as pessoas em dificuldade. Um grupo de voluntários distribuiu refeições para pessoas em situação de rua em Vila Velha. E, em cada marmita solidária, a frase: "você é especial".
Nos hospitais, profissionais da saúde enfrentavam a doença desconhecida em uma feroz luta contra a morte frequente, na mesma velocidade em que aumentavam o número de enterros quase solitários, com caixões lacrados. Mais de 5 mil morreram vítimas do coronavírus. Em junho, o Espírito Santo registrou o maior número de óbitos: 1.046.
Muitas vidas também foram perdidas para a violência urbana. O número de assassinatos, que apresentou queda em 2019, fechando o ano com 987 homicídios, voltou a crescer. Até o último dia 27 já haviam sido registrados 1.089 casos. Com o isolamento social, também aumentou a violência contra a mulher, com várias sendo mortas por seus companheiros.
O home office, trabalho em casa, entrou para a rotina da maioria dos trabalhadores. Mas, com a crise econômica, o dia a dia dos artistas de circo e de tantos outros profissionais, ficou ainda mais difícil.
O meio ambiente também "pediu socorro" em 2020. Uma reportagem sobre o manguezal revelou todo o potencial desse ecossistema, mas também os efeitos das agressões ao berçários de muitas espécies. Incêndios também foram registrados em matas, apartamentos e supermercados durante o ano.
Outros fatos históricos marcaram o ano, como o anúncio da venda de imóveis pela União, como os Galpões do IBC, o Campo do Santa Cruz e o Centro Cultural Carmélia. Contrários à medida, artista se organizaram e foram para as ruas e alguns deles acabaram sendo tombados pelo patrimônio municipal e estadual. A pandemia também provocou o adiamento das eleições, mas em novembro foram eleitos os novos prefeitos e vereadores.
Mas este ano foi também o período de valorizar as belezas do dia a dia, como o nascer e o por do sol, a lua brilhante, e as tradições capixabas, como a puxada de rede.
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