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Guarapari vai bloquear por 30 dias agendamento de "sommelier de vacina"

Guarapari vai bloquear por 30 dias agendamento de "sommelier de vacina"

Prefeitura é a primeira a anunciar medida contra o público que se recusa a tomar o imunizante que está disponível; casos têm sido registrados em várias cidades

Publicado em 12 de julho de 2021 às 20:39

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Vacina Covid-19
Todas as vacinas utilizadas no país foram submetidas a testes de segurança e eficácia. (Carlos Alberto Silva)

Para tentar evitar casos de recusa de imunização contra a Covid-19 devido ao fabricante - prática conhecida como "sommelier" de vacina - a Prefeitura de Guarapari decidiu ser mais rigorosa e vai barrar, por 30 dias, esse público. A medida é mais uma estratégia para desestimular as pessoas que ainda não compreenderam que o mais importante é se  proteger contra o Sars-Cov-2 (coronavírus), independentemente da farmacêutica que produziu a vacina. 

Em Guarapari, segundo informações da assessoria de imprensa, quando se recusa a tomar a vacina, a pessoa precisa assinar um termo e fica bloqueada no sistema de agendamento por 30 dias. 

No município, os moradores só tomam conhecimento da vacina que vão receber no momento da aplicação. Essa é uma medida que já vinha sendo adotada - não divulgar o fabricante no agendamento - mas foi necessária uma ação complementar.

Na Região Metropolitana, outras cidades também não divulgam a vacina que será aplicada, na expectativa que o público, ao chegar no local de vacinação, não rejeite o imunizante. 

Segundo a secretária de Saúde de Vitória, Thais Cohen, a Capital registrou cerca de 20 pessoas que tentaram escolher a marca da vacina ou se recusaram a receber o imunizante. Apesar disso, esse número não impactou no avanço da vacinação no município.

“A quantidade de pessoas que recusaram se vacinar por causa do imunizante que seria aplicado, ou de pessoas que tentaram escolher a vacina, é pequena. Como estratégia, temos investido na comunicação ao esclarecer que as vacinas foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são seguras. Além disso, não divulgamos a marca da vacina antes da aplicação, e operamos várias delas em um mesmo local”, explica.

Na Serra, também não é divulgado o nome do imunizante. "A Secretaria da Saúde informa que uma das estratégias usadas pelo município para evitar a escolha do laboratório da vacina contra a Covid-19 é não abrir os agendamentos especificando o mesmo, mas, sim, a quantidade de doses e o público. No entanto, ainda há casos de pessoas que cancelam o agendamento ou não comparecem no dia da vacinação", diz, em nota. Embora não tenha um levantamento específico sobre recusas, a cidade já identificou alguns casos e alertou para os riscos. 

Em Cariacica e Vila Velha, segundo as administrações municipais, não há registros oficiais de vacinas sendo rejeitadas. Ainda assim, seguem a linha dos municípios vizinhos e não divulgam o nome do imunizante no momento do agendamento. Dessa forma, a população só sabe o imunizante no dia, hora e local da vacinação.  Cariacica acrescenta que investe em campanhas sobre a importância da imunização, independentemente do fabricante da vacina, para combater os efeitos da pandemia.

Pelo país, algumas cidades também têm buscado alternativas para evitar os casos de "sommelier" de vacina, como o município paulista de São Bernardo do Campo que está colocando os que escolhem o imunizante no final da fila de vacinação. 

POSIÇÃO DA SESA

Em coletiva nesta segunda-feira (12), o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, também tratou do assunto, ressaltando que a população deve se conscientizar sobre a importância da vacinação, em vez de se basear em conteúdos enganosos de redes sociais. "Qualquer uma das vacinas que está no calendário é segura, eficaz e capaz de derrotar a pandemia ainda neste ano."

Sobre punições, Nésio Fernandes disse que, no serviço público, já há previsão de sanção. Além disso, ele falou que a iniciativa privada é estimulada a adotar medidas que tornem a vacinação de seus colaboradores compulsória. 

FALTOSOS

Apesar do registro de pessoas que se recusam a tomar a vacina ser baixo em Vitória, Thais Cohen observa que o número de faltosos não é.

“O índice de faltosos é de 05%. Dentro deste número, são pessoas que, muitas vezes, agendam em mais de um lugar, mas não cancelam. Queremos reforçar a importância de, nessas situações, realizar o cancelamento em um dos locais agendados para não comprometer a imunização”, pontua Thais Cohen.

Quando a pessoa não comparece à vacinação, segundo a secretária, a dose é remanejada. “Existindo a possibilidades, colocamos aquela vaga em um novo agendamento. Caso não seja possível, é feita a vacinação no território, como nos acamados, por exemplo'”, acrescenta a secretária.

Em Cariacica, segundo a prefeitura, o índice de ausências nos locais de vacinação é de cerca de 10%. Para diminuir esse indicador, a Secretaria de Saúde do município realiza busca ativa pelas pessoas que estão com a segunda dose em atraso por telefone e e-mail.

Já no município da Serra, segundo um levantamento realizado pela equipe de TI da prefeitura, foram registrados uma média de 30% de cancelamentos de vagas em um período de três dias. Essas vagas voltam a compor o quantitativo de doses no próximo agendamento e, quanto às pessoas que não compareceram, elas têm que fazer um novo agendamento.

O município de Vila Velha não informou o índice de ausência até o fechamento da matéria. Se houver resposta, o texto será atualizado.

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