Covid: 4ª dose precisa empolgar as pessoas como se fosse a primeira vez

Chegou a hora de a população adulta receber mais um reforço da vacina contra a Covid, em um momento no qual a adesão ao imunizante tem caído substancialmente em todo o país

Publicado em 21/06/2022 às 02h00
Vacina
Cena da vacinação contra a Covid-19 em 2021: luta contra o coronavírus continua. Crédito: Prefeitura de Linhares

Não faz tanto tempo assim: em 2021, o anúncio de novas faixas etárias aptas à vacinação contra a Covid-19 era motivo de expectativa e preparação de toda a família. Os agendamentos na Grande Vitória mobilizavam pais, mães, irmãos e amigos, chegando até a reunir voluntários para auxiliar quem não tinha acesso ou familiaridade com a internet.

É certo que, justamente em função desse engajamento, os números de mortes e casos graves despencaram a ponto de permitir o convívio social mesmo com o aumento expressivo de notificações que tem sido registrado nas últimas semanas.

As medidas preventivas, como a recomendação de máscaras em ambientes fechados, seguem sendo necessárias para conter a disseminação do vírus, mas não é exagero algum creditar à vacina um controle menos dramático da pandemia.

Mas, passada a empolgação das primeiras doses, a vacinação no país foi perdendo tração. O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (20) que mais de 111,8 milhões de doses já poderiam estar no braço de pessoas aptas a recebê-las em todo o país. Os dados da pasta informam que estão em atraso 22 milhões de segundas doses, 62,7 milhões de terceiras (o primeiro reforço) e 27,1 milhões de quartas (o segundo reforço). Somente 17,6% do público acima de 60 anos receberam até o momento a vacina nessa última etapa, um percentual quase irrisório das pessoas mais vulneráveis aos casos mais graves da doença no país. No Espírito Santo, há duas semanas, o percentual desse público com  a quarta dose no braço era maior, 46%, mas ainda assim muito abaixo dos percentuais das primeiras doses.

Na semana passada, foi noticiado que 28 milhões de doses de vacinas contra a Covid no país estão perto da data de vencimento, de acordo com um levantamento do Tribunal de Contas da União. Os imunizantes custaram R$ 1,21 bilhão aos cofres públicos e podem perder a validade nos meses de julho e agosto. É obviamente obrigatório que se investigue possíveis falhas de gestão da Saúde na esfera federal, mas a estagnação da vacinação no país também pode ser uma justificativa para o estoque em vias de vencimento.

Nesse sentido, o início da aplicação da quarta dose no público adulto, acima dos 30 anos, já liberada no Espírito Santo pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), é uma forma evitar o desperdício. Mas, independentemente disso, ocorre em momento oportuno, seis meses após a disponibilização da terceira dose para esse público, que inclui a maior parte da população economicamente ativa do país.

Os estudos mostram que a imunidade gerada pelas vacinas se reduz ao longo do tempo e, sobretudo em um momento de alta de casos, ampliar a proteção é uma estratégia de saúde importante. Enquanto isso, cientistas em todo o mundo trabalham pelo aprimoramento dos imunizantes.

Serra, Vila Velha e Cariacica já informaram que não haverá agendamento, com a vacinação sendo realizada por livre demanda, o que pode indicar que não há expectativa de uma procura alta nos locais de vacinação. Vitória ainda vai anunciar os procedimentos para a vacinação desse público. A bola, como se vê, está do lado da população: é ela que pode decidir o jogo. É importante que cada um mobilize familiares e amigos para a necessidade de continuar se vacinando, sempre que houver o chamado oficial. O ato de se vacinar precisa continuar empolgando o brasileiro, como se fosse a primeira vez.

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