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Covid-19: Brasil tem quase 112 milhões de pessoas com doses em atraso

Covid-19: Brasil tem quase 112 milhões de pessoas com doses em atraso

Segundo o Vacinômetro do governo federal, ainda há 22 milhões que não tomaram nem mesmo a segunda dose, enquanto o país já está na quarta aplicação do imunizante

Publicado em 20 de junho de 2022 às 17:38

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Servidores públicos estaduais que se recusam a ser vacinados podem ser punidos
Servidores públicos estaduais que se recusam a ser vacinados podem ser punidos. (Thânia Rego/Agência Brasil)

Mais de 111,8 milhões de doses contra covid-19 já poderiam ter sido aplicadas em indivíduos aptos, mas que ainda não buscaram postos de saúde para atualizar a imunização, segundo divulgou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (20). São 22 milhões de segundas doses e 62,7 milhões de terceiras (primeiro reforço), em atraso, além de 27,1 milhões de quartas doses (segundo reforço) em pessoas com 50 anos ou mais.

Conforme o Vacinômetro do governo federal, no total, o país já administrou 444,7 milhões de vacinas. A pasta também anunciou expansão da quarta dose para o público com 40 ou mais. No Espírito Santo, a disponibilidade é para quem tem 30 anos ou mais.

Somente 17,6% do público 60+ e 2,5% pessoas de 50 a 59 anos já tomaram a quarta dose no país. A primeira dose de reforço (3ª dose) só foi administrada para 5,6% dos adolescentes de 12 a 17 anos, e a 33,4% dos jovens de 18 a 29. Quanto às vacinas pediátricas, apenas 37,% das crianças de 5 a 11 anos completaram o esquema vacinal primário.

A aplicação de doses de reforço frente a estudos que demonstram que, ao longo do tempo, os níveis de anticorpos neutralizantes caem. "Temos verificado que se faz necessário depois de aproximadamente quatro meses, ter uma dose de reforço para garantirmos a menor circulação do vírus e impedirmos cada vez mais a que o paciente venha a ter o quadro mais grave da doença", explicou Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde da pasta.

"Vacina boa é aquela aplicada no braço", frisou Medeiros. Ele destacou que o avanço da imunização de reforço reflete na qualidade de vida da população e também no avanço da economia.

Cássia de Fátima Rangel Fernandes, diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do ministério, mostrou que durante a primeira onda da Ômicron o risco de quadro grave de covid foi "muito superior" em não vacinados em qualquer faixa etária. "Pessoas não vacinadas tiveram risco de ter covid-19 grave ou ir a óbito de 6 a 9 vezes maior do que pessoas vacinadas durante os primeiros meses de 2022", adicionou.

Mesmo com mais de 111 milhões de doses em atraso, Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, destacou que o Brasil tem "um histórico de vitórias nos assuntos de vacinação". "Ainda que outros países tenham mais vacinas. Não tem o grau (de cobertura vacinal) que o Brasil tem "

Socorro incentivou que a população busque as doses nos postos. Isso porque, explica, o fim da pandemia em nível mundial só se dará com o "mundo vacinado".

Quando questionado sobre a adição do imunizante anticovid no calendário vacinal "permanente", o Programa Nacional de Imunizações (PNI), Medeiros destacou que o assunto é uma "preocupação" e está sendo discutido, porém frisou que não há prazo para isso. "Por não termos uma clareza com relação à posologia e aos grupos prioritários."

Ao ser perguntado sobre o impacto da desinformação no avanço da imunização de reforço, Medeiros desviou do assunto. "O nosso papel enquanto ministério é garantirmos que a população brasileira tenha acesso às vacinas", respondeu.

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