Publicado em 29 de outubro de 2019 às 20:27
Embora vez ou outra submetido a um processo de fritura por parte de aliados de Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deu provas, durante agendas no Espírito Santo, nesta terça-feira (29), de ser um "soldado" que dedica elevadíssima fidelidade ao presidente da República.>
Durante entrevista coletiva no Palácio Anchieta, ele buscou dividir com Bolsonaro os elogios que recebeu de populares capixabas e até relativizou o equívoco cometido pelo presidente quando ameaçou retirar a Força Nacional de Cariacica por causa de um canal que teria sido criado para expor os militares. O sistema existia desde 2017 e, nesta terça, foi aprovado pelo ministro.>
"O presidente também teve suas razões de efetuar aquela reclamação. Pareceu, à primeira vista, que havia um programa de disque-denúncia orientado especificamente contra a Força Nacional, como se houvesse alguma suspeição na atuação da Força Nacional, quando não existe. Mas, como eu disse, foi um mal entendido", afirmou.>
O ministro também evitou constrangimentos a Bolsonaro ao esquivar-se da polêmica sobre o vídeo publicado pelo presidente por meio do qual fez comparação entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e hienas. Ele evitou responder a respeito sinalizando que estava aberto apenas a questionamentos voltados ao projeto "Em frente, Brasil", lançado pelo ministério. O programa é piloto e funciona em cinco cidades do país. Cariacica é uma delas.>
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Um pequeno grupo de simpatizantes foi até o Palácio Anchieta manifestar a admiração pelo ex-juiz federal da Operação Lava Jato. Eles pediram para que o ministro concorra à presidência da República - pretensão que, embora o comportamento sugira o contrário, ele garante não ter. À tarde, na agenda na Prefeitura de Cariacica, ele também receberia palavras de incentivo de apoiadores. Sergio Moro foi requisitado para muitas selfies.>
Questionado, ainda pela manhã, sobre como encarava os pedidos para que seja presidente, também saiu-se mencionando o político que deu a ele o cargo de ministro.>
"O carinho da população reflete, a meu ver, o apreço que existe também ao presidente Jair Bolsonaro e aos resultados que temos obtido no âmbito da segurança pública. Esse tipo de manifestação é um apoio ao governo em geral", comentou.>
Chamado por Bolsonaro para atuar com "carta branca", o trabalho do ex-juiz na administração sofreu esvaziamentos e interferências. A situação ficou pior quando o presidente trocou o comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro sem dar ciência à cúpula da instituição, ligada à pasta de Moro. "Quem manda sou eu", alfinetou o presidente.>
Na visita ao Estado, Moro não detalhou prazos de permanência da Força Nacional. Disse que ela pode ser prorrogada, caso o ministério avalie necessário. Ele também não detalhou como e quando será a segunda frase do "Em Frente, Brasil" em Cariacica. Há a previsão de que a nova etapa renda R$ 200 milhões em investimentos. Tudo ainda está sob análise do governo. Também comentou o julgamento no STF sobre prisão para condenados em segunda instância, e se disse a favor.>
Sergio Moro passou cerca de oito horas no Estado, com agendas em Vitória, onde almoçou iguarias capixabas, e Cariacica. Veio acompanhado pelo senador Marcos do Val (Podemos) em voo da Força Aérea Brasileira (FAB). O coordenador da bancada federal, deputado federal Josias da Vitória (Cidadania), a vice-governadora Jaqueline Moraes (PSB), o governador Renato Casagrande (PSB) e o prefeito de Cariacica, Juninho (Cidadania), foram ao aeroporto receber a comitiva do ministro.>
O ministro não quis comentar se tem pretensões políticas. Ao deixar o salão São Tiago, no Palácio Anchieta, apenas brincou dizendo que seria candidato ao governo do Espírito Santo. >
O comentário, em tom de brincadeira, foi feito para desmobilizar jornalistas que o cercavam em busca de mais declarações após a coletiva de imprensa, enquanto as autoridades caminhavam para área reservada.>
O governador Renato Casagrande entrou na brincadeira dizendo que daria apoio a Sergio Moro.>
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