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'O que eles fazem nas comunidades é covardia', diz secretário do ES sobre bandidos

"O que eles fazem nas comunidades é covardia", diz secretário do ES sobre bandidos

"Temos que literalmente partir pra cima deles, incomodar o traficante, o homicida. Não pode ficar ostentando armas e bailes", afirmou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho

Publicado em 2 de junho de 2020 às 09:46

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Data: 24/04/2018 - ES - Vitória - Alexandre Ramalho, coronel da PM, comandante-geral da Polícia Militar do ES - Editora: Polícia - Foto: Carlos Alberto Silva - NA
O coronel Alexadre Ramalho assumiu a Sesp em abril deste ano. (Carlos Alberto Silva)

Quando assumiu o comando da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), no dia 7 de abril deste ano, o coronel Alexandre Ramalho prometeu "partir para cima da criminalidade". Dois meses depois, dados da Sesp confirmam que o Espírito Santo teve o mês de maio com o menor número de homicídios dos últimos 24 anos. As frequentes operações realizadas desde que o secretário assumiu tiveram resultado positivo, com 850 pessoas presas, 85 armas de fogo apreendidas e 19 foragidos localizados, além de 35 mandados de prisão cumpridos.

Em entrevista à reportagem de A Gazeta, o secretário Alexandre Ramalho reafirmou o compromisso das forças de segurança do Estado de diminuir a atuação de homicidas e traficantes em todo o Espírito Santo. Para ele, é preciso que os criminosos não tenham sossego.

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Temos que literalmente partir para cima deles, incomodar o traficante, o homicida. Não podem ficar ostentando armas e bailes, temos que incomodar o camarada o tempo todo

Coronel Alexandre Ramalho
Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do ES
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De acordo com a Sesp, foram registrados 76 assassinatos em maio deste ano, quatro a menos que os 80 homicídios no mesmo mês de 2019. O Espírito Santo chegou a 514 homicídios em cinco meses, o que representa o quarto melhor resultado de toda a série histórica, segundo dados da secretaria.

Na Região Metropolitana, Vitória apresenta redução de 3,2% no acumulado do ano, com 44 homicídios contra 47 de 2019. No mês de maio, o destaque foi Vila Velha. O município chegou a ter 24 assassinatos apenas em março, mas nos últimos 30 dias registrou seis.

Confira, na íntegra, a entrevista do secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho.

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    Acredito muito nessa questão das operações. Pelo menos uma vez por semana colocamos a Operação Caim em vigor. Tivemos 850 pessoas conduzidas, contando com as operações Páscoa, Tiradentes e Trabalhador, que são operações da Polícia Militar. É um trabalho feito desde lá de trás, para que fosse colhido lá na frente. Somente nessas três operações, que se estenderam até maio, foram 850 pessoas presas, 85 armas de fogo apreendidas e 19 foragidos localizados, além de 35 mandados de prisão cumpridos. É um resultado bastante expressivo, foram prisões e apreensões bem consideráveis. Esse trabalho que permitiu que hoje fosse possível colher esse resultado de 74 homicídios.

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    Demos um foco na inteligência. Tivemos a operação preventiva, a Operação Visibilidade. A operação preventiva não nos interessa o resultado. Queremos estar visíveis aos olhos de quem paga os impostos, próximos das comunidades onde tem acontecido homicídios. O infrator, ao ver a polícia atuando, deixa de cometer a infração. E temos as operações repressivas, como a Operação Caim. Conseguimos ir atrás de homicidas e traficantes. No mês de abril conseguimos prender 157 homicidas. Esse camarada sendo preso em abril traz um reflexo positivo para o mês de maio. Mostramos que estamos atrás deles. Reunimos as informações das comunidades, do disque-denúncia. Temos que nos dividir nesse trabalho entre a operação preventiva e a repressiva. Temos que literalmente partir para cima deles, incomodar o traficante, o homicida. Não podem ficar ostentando armas e bailes, temos que incomodar o camarada o tempo todo. O que eles fazem nas comunidades é uma covardia. Isso permitiu que nós quebrássemos a curva de crescimento de homicídios no Estado. Tivemos 94 em janeiro, 110 em fevereiro e 140 em março. Em abril, já caiu para 94 e, em maio, foram 76.

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Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho.
Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, antes de operação da Polícia Civil. (Polícia Civil)
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    A estratégia continua. Precisamos nos aproximar ainda mais do Ministério Público para que consigamos fazer mais operações. Precisamos saber de onde vêm essas drogas, essas armas e quem controla o tráfico no Espírito Santo. Precisamos saber se já há uma facção que controla isso aqui. Precisamos fazer operações mais qualificativas, para poder qualificar mais as prisões. É uma guerra muito setorizada. Temos que retirar essa garotada das drogas, são muitos jovens nessa vida. Não é apenas o trabalho policial que consegue mudar isso. As forças de segurança têm feito seu trabalho. Precisamos de políticas públicas em todas as esferas do governo para alcançar esses jovens.

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    A Polícia Civil tem trabalhado muito com bancos de dados que se relacionam diretamente com a comunidades. O que buscamos com essas operações é ter foco no tráfico de drogas e nos homicídios. O tráfico puxa o homicídio. O ponto de vendas mais rentável vai trazer brigas e mortes. O tráfico de entorpecentes gera o homicídio. Buscamos trabalhar de forma que a inteligência, com os dados do disque-denúncia e das comunidades, possa colher essas informações para poder buscar os indivíduos que estão matando e traficando nas comunidades. Desarticular e apreender as drogas deles. Toda essa desarticulação fomenta bons números. E temos que trabalhar também na linha social com os jovens, porque o ciclo do tráfico se renova.

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    Fomentar a integração. Trouxemos as Guardas Municipais para o processo, além da inteligência. Buscamos informações que de fato são dados concretos para localizar esses homicidas e traficantes em todo o Espírito Santo.

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    Trabalhamos muito próximos ao Ministério Público Estadual, por vezes informando da periculosidade de alguns dos presidiários. Mas esta é uma decisão do próprio sistema judiciário. Queremos que haja o entendimento da periculosidade de alguns. Os homicidas e traficantes têm ficado presos e isso já nos ajuda muito.

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