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Publicado em 23 de abril de 2022 às 12:49
Em meio a muita comoção, foram enterradas, na tarde deste sábado (23), as três vítimas do desabamento de um prédio no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha. O sepultamento de Eduardo Cardoso, 68 anos, a filha dele, Camila Morassuti, 36 anos, e a neta Sabrina Morassuti, 15 anos (filha de Camila), aconteceu no cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, e reuniu dezenas de amigos e familiares. Sobrevivente da tragédia, Larissa Morassuti, de 37 anos, que é filha de Eduardo e irmã de Camila, acompanhou o sepultamento por videochamada, do hospital onde está internada.>
O velório começou por volta das 10h. Apesar de ainda abalados com a tragédia, vizinhos da família fretaram um ônibus para prestar solidariedade no local. >
"A gente perdeu uma família, né? Ainda mais morando no mesmo bairro. Quando as filhas delas nasceram, da Camila e Larissa, eu fiquei um tempo na casa delas ajudando. Para mim, é como se eu tivesse perdido filhos", afirmou Gessi Reis, vizinha das vítimas, em entrevista para a repórter Gabriela Ribeti, da TV Gazeta.>
A única sobrevivente do desabamento, Larissa Morassuti, 37 anos, ainda está internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória. Ela foi a primeira vítima a ser resgatada dos escombros. Familiares contaram que Larrisa acompanhou o enterro do pai, da irmã e da sobrinha por uma videochamada.>
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A tragédia aconteceu na última quinta-feira (21), por volta das 7h. Antes da queda do prédio houve uma explosão, que foi flagrada por uma câmera de monitoramento da rua. Confira:>
A causa do desabamento está sendo investigada. Uma das hipóteses é vazamento de gás. No local, a perícia encontrou materiais eletrônicos, vestígios de gases combustíveis usados em solda e livros sobre soldagem.>
A família morava em um prédio de três andares no bairro Cristóvão Colombo. O primeiro andar era ocupado por Eduardo e pela filha e a neta dele, Camila e Sabrina, respectivamente. Já no segundo andar morava Larissa. No terceiro andar havia quitinetes que estavam vazias.>
Veja o antes e o depois do prédio:>
O resgate das vítimas foi complexo e durou cerca de 20 horas. Mais de 60 profissionais do Corpo de Bombeiros, SAMU e Defesa Civil estiveram envolvidos no trabalho para retirar dos escombros a família soterrada. >
Trinta bombeiros militares atuaram de forma voluntária no resgate, feito de forma manual e com revezamento, já que não era possível utilizar maquinário para não machucar as vítimas.>
Larissa foi a primeira vítima - e única com vida- a ser resgatada. O resgate dela aconteceu às 12h15. A doceira foi encaminhada, consciente, para um hospital da Grande Vitória, onde permanece internada. >
Menos de duas horas depois foi resgatada Camila, já sem vida. Às 15h45, um dos cães do Corpo de Bombeiros conseguiu encontrar o local exato onde a adolescente Sabrina estava soterrada. Os militares se comunicaram com a menina, que relatava sentir dor. No entanto, no início da noite, a vítima parou de conversar. >
Uma médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi colocada dentro dos escombros, por um buraco de 45 centímetros de diâmetro, para levar oxigênio e medicamentos para a adolescente. Apesar dos esforços, Sabrina foi retirada do local, já sem vida, por volta das 20h40.>
Eduardo foi o último a ser resgatado pelos bombeiros. A retirada do corpo dele aconteceu durante a madrugada. >
A Defesa Civil interditou um edifício vizinho ao prédio que desabou. O imóvel fica de frente para o que colapsou. Segundo informações da Defesa Civil, não havia pessoas morando no prédio interditado porque passava por reformas, e teve a estrutura abalada pelo desabamento.>
A respeito do prédio que desabou, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) afirmou, após especialistas terem realizado vistoria fiscal do local, que a construção era irregular. "Foi executado de maneira irregular, sem projetos, sem anotações de responsabilidade técnica, sem acompanhamento de um profissional de Engenharia e sem cumprir as Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBRs).”, disse o Crea-ES, por meio de nota.>
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