> >
Comerciantes criticam atrasos na abertura de lojas do Mercado da Capixaba

Comerciantes criticam atrasos na abertura de lojas do Mercado da Capixaba

Previsão inicial era de entregar espaços em outubro de 2024, prazo que foi adiado para janeiro deste ano e, novamente, não foi cumprido

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 11:27

Vista externa do Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória
Vista externa do Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória Crédito: Jansen Lube/PMV

Apresentado à comunidade em julho de 2024 após vinte anos de portas fechadas, sendo dois deles para reformas em decorrência de um incêndio e deterioração do local, o Mercado da Capixaba agora passa por problemas para a abertura das lojas. Já são, pelo menos, dois atrasos em relação às datas divulgadas, inicialmente, para a inauguração, o que causa a insatisfação de comerciantes que vão ocupar os espaços e de pessoas que circulam pelo Centro de Vitória.

Desde que foi apresentado, a promessa para abertura dos estabelecimentos comerciais era outubro de 2024, o que não aconteceu. Depois disso, o prazo passou para a segunda quinzena de janeiro, o que também não foi cumprido. E tudo indica que a liberação das lojas vai ganhar mais um capítulo. 

Isso porque, de um lado, a Prefeitura de Vitória, responsável pela reforma do mercado, afirma que precisou realizar “pequenos ajustes após as fortes chuvas de janeiro”, mas não confirma nova data para a inauguração. Do outro, o Instituto Brasileiro de Gestão e Pesquisa (IBGP), concessionária que venceu a licitação para gerir o mercado pelos próximos cinco anos, sinaliza a abertura no final de março.

Lojistas protestam

O empurra-empurra de datas tem gerado, entre outras situações, insatisfação de quem já deveria estar trabalhando no local, gerando emprego e renda em uma das regiões que mais tem registrado queda de movimentação de público na Capital nos últimos anos.

“A empresa que gerência o mercado pediu um novo prazo de espera. Já a prefeitura disse que tinha concedido [o prazo] e que deveríamos buscar apenas pela empresa responsável. Os lojistas, os moradores e os transeuntes do Centro estão descontentes com isso”, diz Rodolfo Rodrigues, diretor da Associação dos Comerciantes do Centro de Vitória.

Segundo Rodolfo, o interesse dos empresários tem diminuído diante das restrições e também dos custos pedidos nos contratos para operação no mercado.

“Pode até ter algum interessado de fora [do Centro], mas estamos vendo apenas um estabelecimento em obras para ocupar o espaço locado. Em relação aos preços, eles são variados [...] mas a empresa repassa um valor fora do praticado na região para quem quer alugar”, destaca o diretor, esclarecendo o desânimo dos comerciantes com a retomada de um espaço que pulsava o Centro desde os anos 1920.

O que diz a gestão?

Mercado da Capixaba, Centro de Vitória
Vista áerea do Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória Crédito: Ricardo Medeiros

Em entrevista ao Boa Noite Espírito Santo, da TV Gazeta, em 7 de fevereiro, Isabella Capdeville, representante da concessionária, declarou que a etapa de reparos por conta das chuvas de janeiro já foi concluída.

“Houve um contratempo nos prazos e tivemos algumas dificuldades. A prefeitura prontamente trabalhou com a gente nisso e estamos encerrando os acertos. Agora, começa a projeção das lojas que já foram locadas”, disse Isabella, destacando que a previsão para abertura agora é o final de março.

Segundo ela, oito dos 16 módulos comerciais já estão alugadas no Mercado da Capixaba, que ainda prevê dois módulos administrativos, como divulgado pela prefeitura da Capital.

O Executivo municipal explicou, através de nota enviada à reportagem de A Gazeta na terça-feira (11), que o prédio completa 100 anos em 2026 e demanda “intervenções técnicas especializadas”.

“A Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória acrescenta que segue trabalhando em conjunto com a concessionária para colocar o Mercado em pleno funcionamento o mais breve possível”, diz a nota da prefeitura, sem esclarecer a data ou comentar sobre a insatisfação dos comerciantes e frequentadores do Centro.

Mudança de datas não é de hoje

Desde o incêndio em 2002, o Mercado da Capixaba passou por uma série de promessas para a reabertura de suas portas. Em janeiro de 2020, o Executivo municipal prometeu que a obra de revitalização ficaria pronta até o fim do primeiro semestre daquele ano, o que não aconteceu por conta da pandemia de Covid-19.

No ano seguinte, 2021, a prefeitura divulgou uma nova previsão para o início da reforma: primeiro semestre de 2022. Na época, o então secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), Marcelo de Oliveira, alegou que o projeto que se tinha até aquele momento era muito conceitual para que fosse contratada uma empresa para as obras.

As intervenções começaram efetivamente no segundo semestre de 2022. Já no início de 2023, a promessa dada foi de que a obra ficaria pronta até o final do primeiro semestre de 2024, quando o espaço foi apresentado ao público, ainda sem as lojas definidas.

Atualmente, o espaço situado entre as avenidas Jerônimo Monteiro e Princesa Isabel tem recebido atrações culturais, como a “Tarde de Chorinho”, e também programações para o público infantil.

Quando abrir as portas para o comércio, o mercado deve ter espaços de artesanato, livrarias, cafeterias, lanchonetes e produtos que remetem à cultura e à gastronomia do Espírito Santo. Além disso, o pátio interno pode receber eventos, como exposições e shows, semelhantes aos que já são realizados. De acordo com estimativa da Prefeitura de Vitória, a expectativa é de que o local seja capaz de gerar cerca de 200 empregos diretos e indiretos quando estiver em pleno funcionamento.

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais