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Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 11:27
Apresentado à comunidade em julho de 2024 após vinte anos de portas fechadas, sendo dois deles para reformas em decorrência de um incêndio e deterioração do local, o Mercado da Capixaba agora passa por problemas para a abertura das lojas. Já são, pelo menos, dois atrasos em relação às datas divulgadas, inicialmente, para a inauguração, o que causa a insatisfação de comerciantes que vão ocupar os espaços e de pessoas que circulam pelo Centro de Vitória. >
Desde que foi apresentado, a promessa para abertura dos estabelecimentos comerciais era outubro de 2024, o que não aconteceu. Depois disso, o prazo passou para a segunda quinzena de janeiro, o que também não foi cumprido. E tudo indica que a liberação das lojas vai ganhar mais um capítulo. >
Isso porque, de um lado, a Prefeitura de Vitória, responsável pela reforma do mercado, afirma que precisou realizar “pequenos ajustes após as fortes chuvas de janeiro”, mas não confirma nova data para a inauguração. Do outro, o Instituto Brasileiro de Gestão e Pesquisa (IBGP), concessionária que venceu a licitação para gerir o mercado pelos próximos cinco anos, sinaliza a abertura no final de março.>
O empurra-empurra de datas tem gerado, entre outras situações, insatisfação de quem já deveria estar trabalhando no local, gerando emprego e renda em uma das regiões que mais tem registrado queda de movimentação de público na Capital nos últimos anos. >
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“A empresa que gerência o mercado pediu um novo prazo de espera. Já a prefeitura disse que tinha concedido [o prazo] e que deveríamos buscar apenas pela empresa responsável. Os lojistas, os moradores e os transeuntes do Centro estão descontentes com isso”, diz Rodolfo Rodrigues, diretor da Associação dos Comerciantes do Centro de Vitória.>
Segundo Rodolfo, o interesse dos empresários tem diminuído diante das restrições e também dos custos pedidos nos contratos para operação no mercado.>
“Pode até ter algum interessado de fora [do Centro], mas estamos vendo apenas um estabelecimento em obras para ocupar o espaço locado. Em relação aos preços, eles são variados [...] mas a empresa repassa um valor fora do praticado na região para quem quer alugar”, destaca o diretor, esclarecendo o desânimo dos comerciantes com a retomada de um espaço que pulsava o Centro desde os anos 1920.>
Em entrevista ao Boa Noite Espírito Santo, da TV Gazeta, em 7 de fevereiro, Isabella Capdeville, representante da concessionária, declarou que a etapa de reparos por conta das chuvas de janeiro já foi concluída. >
“Houve um contratempo nos prazos e tivemos algumas dificuldades. A prefeitura prontamente trabalhou com a gente nisso e estamos encerrando os acertos. Agora, começa a projeção das lojas que já foram locadas”, disse Isabella, destacando que a previsão para abertura agora é o final de março.>
Segundo ela, oito dos 16 módulos comerciais já estão alugadas no Mercado da Capixaba, que ainda prevê dois módulos administrativos, como divulgado pela prefeitura da Capital.>
O Executivo municipal explicou, através de nota enviada à reportagem de A Gazeta na terça-feira (11), que o prédio completa 100 anos em 2026 e demanda “intervenções técnicas especializadas”.>
“A Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória acrescenta que segue trabalhando em conjunto com a concessionária para colocar o Mercado em pleno funcionamento o mais breve possível”, diz a nota da prefeitura, sem esclarecer a data ou comentar sobre a insatisfação dos comerciantes e frequentadores do Centro.>
Desde o incêndio em 2002, o Mercado da Capixaba passou por uma série de promessas para a reabertura de suas portas. Em janeiro de 2020, o Executivo municipal prometeu que a obra de revitalização ficaria pronta até o fim do primeiro semestre daquele ano, o que não aconteceu por conta da pandemia de Covid-19. >
No ano seguinte, 2021, a prefeitura divulgou uma nova previsão para o início da reforma: primeiro semestre de 2022. Na época, o então secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), Marcelo de Oliveira, alegou que o projeto que se tinha até aquele momento era muito conceitual para que fosse contratada uma empresa para as obras.>
As intervenções começaram efetivamente no segundo semestre de 2022. Já no início de 2023, a promessa dada foi de que a obra ficaria pronta até o final do primeiro semestre de 2024, quando o espaço foi apresentado ao público, ainda sem as lojas definidas.>
Antes dessa entrega, porém, o espaço chegou até a última semana de inscrições para o edital de concessão sem nenhuma proposta e houve até a desclassificação da empresa vencedora por não atender aos critérios de qualificação técnica exigidos no certame. Depois disso, a IBGP foi a habilitada para a concessão, com um pagamento mensal de R$ 55 mil à prefeitura.>
Atualmente, o espaço situado entre as avenidas Jerônimo Monteiro e Princesa Isabel tem recebido atrações culturais, como a “Tarde de Chorinho”, e também programações para o público infantil.>
Quando abrir as portas para o comércio, o mercado deve ter espaços de artesanato, livrarias, cafeterias, lanchonetes e produtos que remetem à cultura e à gastronomia do Espírito Santo. Além disso, o pátio interno pode receber eventos, como exposições e shows, semelhantes aos que já são realizados. De acordo com estimativa da Prefeitura de Vitória, a expectativa é de que o local seja capaz de gerar cerca de 200 empregos diretos e indiretos quando estiver em pleno funcionamento.>
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