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Biden evita declarar vitória, mas fala como presidente e pede união

Biden evita declarar vitória, mas fala como presidente e pede união

Candidato democrata pediu que o país baixe a tensão política: "Competi como democrata, mas vou governar como um presidente americano"

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 19:39

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O candidato presidencial democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, acompanhado por sua esposa Jill Biden, fala aos seus apoiadores
O candidato presidencial democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, acompanhado por sua esposa Jill Biden, fala aos seus apoiadores. (ANDREW HARNIK/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Com vitórias projetadas em Estados decisivos, como Wisconsin e Michigan, que abrem caminho para sua chegada à Casa Branca, o candidato democrata, Joe Biden, fez nesta quarta (4) um discurso em que falou como presidente, prometendo unir o povo americano, embora ainda não tenha se declarado vitorioso.

Diante de apoiadores em Delaware, Estado onde vive, Biden disse que está confiante que, no fim da apuração, sairá como vencedor.

"Eu não estou aqui para declarar que nós vencemos, mas estou aqui para dizer que, quando a contagem terminar, acreditamos que seremos os vencedores", afirmou. "Após uma longa noite de apuração, está claro que estamos ganhando em Estados suficientes para alcançar os 270 votos necessários para conquistar a Presidência."

A estratégia de Biden é tentar controlar a narrativa da disputa acirrada que trava com Donald Trump, já que o presidente se declarou vencedor na madrugada de quarta, antes de haver um resultado final divulgado, e prometeu levar a eleição para a Justiça.

O republicano pediu recontagem de votos em Estados decisivos do Meio-Oeste americano, onde venceu em 2016 mas, desta vez, o jogo virou para o democrata com margem apertada, como projetado nesta quarta.

Enquanto Biden discursava, a projeção da CNN indicava que o ex-vice de Barack Obama havia levado Michigan, fazendo-o chegar mais perto dos 270 votos que precisa para vencer a disputa. Mais cedo, ele havia ganhado Wisconsin.

Em tom de estadista, Biden disse que era preciso para de tratar os oponentes como inimigos e unir o povo americano, deixando para trás a retórica eleitoral agressiva em tempos de tanta polarização.

"Competi como democrata, mas vou governar como um presidente americano. É hora de deixar a campanha para trás, ouvir uns aos outros. Isso não será fácil. Não sou ingênuo. Sei como são profundas as discordâncias. Mas para termos progresso, temos de parar de tratar oponentes como inimigos. O que nos une como americanos é mais forte do que o que nos separa", disse.

Sem citar as manobras de Trump, que trava uma cruzada contra o voto por correio, de maioria democrata, Biden disse que ninguém vai tirar a democracia do povo americano.

"Nós, o povo, não seremos silenciados, não iremos nos render. Estou confiante de que vamos sair vitoriosos, mas não será minha vitória sozinho, vai ser a vitória do povo americano."

Biden lembrou ainda que tem liderado a apuração também no voto popular, com margem de mais de 3 milhões de votos –ele se tornou o candidato mais votado da história dos EUA, com mais de 70 milhões de votos, o que superou o recorde de Obama.

O sistema eleitoral americano é o de Colégio Eleitoral e o voto popular não é determinante para escolher o presidente, mas sim alcançar os 270 dos 538 votos do colégio.

O democrata comparou a margem de vantagem que teve nos estados de Wisconsin e Michigan com a do próprio Trump em 2016. Há quatro anos, o republicano ganhou de Hillary Clinton no Meio-Oeste por vantagem, muitas vezes, de menos de 1%.

Essa foi uma forma que Biden encontrou para vacinar a tentativa de Trump de contestar o resultado na Justiça. O presidente entrou nesta quarta com ações para pedir a recontagem de votos em Wisconsin, onde Biden venceu por 20 mil votos, e para parar a apuração na Pensilvânia e em Michigan.

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