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Publicado em 16 de abril de 2021 às 02:00
- Atualizado há 5 anos
De saída da Rede e, oficialmente, ainda sem rumo, o senador Fabiano Contarato (Rede) admitiu que pode ser candidato ao governo do Espírito Santo em 2022. Em negociação com partidos de esquerda, o parlamentar disse em entrevista para A Gazeta que, caso seja "necessário" que ele concorra para que os capixabas tenham uma "opção progressista", vai se candidatar. Contarato já recebeu convites de PT, PDT e PSB, mas as conversas têm sido feitas em âmbito nacional e, nos bastidores, a ida para o PT é dada como certa.>
A informação é de que o senador já teria confirmado para dois colegas petistas que está decidido a se juntar à sigla e estaria aguardando apenas um encontro com o ex-presidente Lula, que ainda vai tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, para oficializar a decisão. O senador também foi procurado por PDT e PSB, que aguardam uma resposta. Tanto o parlamentar quanto os líderes partidários, no entanto, dizem não ter pressa.>
"Temos que discutir em nível estadual e nacional um projeto de país e de Estado. Se for necessário fazer essa disputa, e o partido que eu vier a integrar achar que eu seja uma opção para a população capixaba, para ter uma possibilidade de escolha na linha progressista, eu, como bom soldado, não vou me furtar de concorrer", disse o parlamentar. >
Sobre a troca de legendas, só existem duas certezas, de acordo com Contarato. A primeira, é a saída da Rede, que "está decidida", e a segunda é a ida para um partido de esquerda. "Ainda não defini o partido para o qual eu vou, a única certeza é que não vou para um partido que não tem identidade. Vou para um partido que seja progressista". >
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Ainda está cedo nas negociações para que os partidos comecem a falar oficialmente sobre seus planos para o próximo pleito. Mas, pelo cenário que está colocado no momento, Contarato não teria espaço para concorrer ao governo nem no PSB e nem no PDT, que caminham juntos no Estado pela reeleição de Renato Casagrande (PSB).>
"Nosso líder estadual Sergio Vidigal anunciou, já no ano passado, que o nosso candidato é Casagrande e esse é o direcionamento que nós temos. No que tange à eleição para o Anchieta, a sigla já se posicionou e vai continuar como aliança", aponta Weverson Meireles. >
No PSB, que trabalha para reeleger Casagrande e "não abre espaço para outras conversas", o senador é elogiado pelo presidente estadual da legenda, Alberto Gavini. "A forma de ele pensar politicamente tem a ver com o PSB. Nossos militantes têm um carinho com ele, pela postura que ele tem de oposição ao Bolsonaro. A decisão está com ele, ele que vai escolher", assinala.>
A volta do ex-presidente Lula (PT) ao cenário do político fez o partido ganhar fôlego para as próximas eleições e, com isso, buscar atrair lideranças estratégicas, o que motivou o convite ao parlamentar. Desde que foi eleito, Contarato se posiciona de forma mais progressista nas votações e atua fortemente como oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), posturas também adotadas pelos petistas.>
O direcionamento dado pelo chefe petista aos diretórios estaduais é o de não lançar candidaturas de governo em todos os Estados, mas antes alinhar estratégias e buscar um diálogo para tentar unir forças. A prioridade seriam candidaturas com maior chance de vitória, mas com a possibilidade de unir lideranças antagônicas em um mesmo palanque em um movimento para "salvarem-se todos".>
"O que Lula orientou é o exercício de entender que esse momento é diferente de todos aqueles que a gente viveu. Temos um governo federal que, na nossa visão política, sabota governadores, prefeitos, e sabotou o combate à pandemia. Aqui vai ser: o que nós, lideranças políticas, vamos fazer para vencer esse momento que está sendo difícil para todo mundo? A preocupação do diretório nacional é nessa linha. Por isso, quando fizemos o convite ao Contarato, não é uma condicionante o disputar um cargo, mas a gente fala de uma liderança estratégica", pontua a presidente do PT no Espírito Santo, Jackeline Rocha. >
A candidatura própria do partido, portanto, vai depender de como vai se desenhar o tabuleiro eleitoral nos próximos meses, até o momento mais quente de negociações, por enquanto a prioridade é viabilizar a candidatura de Lula ao Planalto e atrair o senador para ser uma das lideranças estratégicas e "agregadoras" do partido.>
Casagrande, que é secretário-geral do PSB, participou de uma reunião entre a liderança nacional da legenda e o ex-presidente Lula. Em âmbito nacional os partidos caminham para uma reaproximação, e a possibilidade de aliança para 2022 não foi descartada. >
No Estado, no entanto, embora os dois partidos tenham uma relação amigável, não dividem palanque desde 2010, quando faziam parte de um grande bloco que envolvia PT, PDT, PSB, MDB, que se dividiu após o rompimento entre Paulo Hartung e Renato Casagrande.>
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