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Publicado em 12 de julho de 2025 às 17:32
- Atualizado há 5 meses
Quatro suspeitos presos, caso em sigilo absoluto, motivação relacionada a descoberta de desvio de dinheiro... entenda, nesta reportagem, tudo o que se sabe até agora sobre o assassinato do empresário Wallace Borges Lovato, de 42 anos, morto com um tiro na cabeça no bairro Praia da Costa, em Vila Velha, após sair do trabalho no dia 9 de junho deste ano. >
Os presos, até o momento, são: Arthur Laudevino Candeas Luppi, identificado como motorista do carro que deu fuga; Arthur Neves de Barros, apontado como atirador; Eferson Ferreira Alves, o intermediário; e Bruno Valadares de Almeida, diretor financeiro da empresa da vítima e investigado por ser mandante do crime. Confira, abaixo, a cronologia do caso:>
No dia 9 de junho, suspeitos chegaram em um Fiat Pulse, estacionaram e aguardaram Wallace por cerca de duas horas em frente à empresa dele, a Globalsys, na Praia da Costa, em Vila Velha. Às 16h45, a vítima saiu do trabalho e foi na direção de sua BMW. Neste momento, os suspeitos parearam o veículo e dispararam uma vez, atingindo a nuca do empresário. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A cena foi flagrada por uma câmera de segurança (veja acima). >
No dia seguinte, o Fiat Pulse usado no crime foi localizado perto da Terceira Ponte. Na ocasião, a Polícia Civil confirmou que o veículo estava com placa clonada.>
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No dia 11 de junho, a Polícia Civil confirmou que o crime foi premeditado. Na ocasião, as equipes estavam em diligências para esclarecer o crime, com apoio de ferramentas de inteligência e análise de imagens, visando identificar a autoria e a motivação.>
No dia 13 de junho, o secretário Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, confirmou que o crime teve um mandante e que o veículo usado veio de outro Estado. "A gente já sabe de onde esse carro veio, onde ele foi originalmente roubado e que depois foi clonado e utilizado aqui no Espírito Santo. O que a gente pode dizer é que foi uma execução, obviamente foi um crime planejado. Temos um mandante com toda certeza, declarou ele, na ocasião. >
Arthur Laudevino Candeas Luppi, apontado como motorista do carro usado no crime, foi o primeiro a ser preso. Ele foi capturado em Minas Gerais, no dia 17 de junho. >
Dois dias depois, mais uma prisão: Arthur Neves de Barros, de 35 anos, suspeito de ser o atirador, foi capturado em Sumé, na Paraíba. Ele usava o mesmo boné do dia do crime, o que facilitou a identificação. >
No dia 23 de junho, Eferson Ferreira Alves, apontado como intermediário, foi até a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, acompanhado de um advogado, e se entregou. >
Em 25 de junho, a Justiça decretou sigilo absoluto no caso, ou seja, nenhuma informação do processo poderia ser divulgada publicamente — nem mesmo os advogados que não estejam diretamente envolvidos têm acesso. Os níveis de sigilo são:>
No dia 12 de julho, o diretor financeiro da Globalsys, fundada por Wallace, foi preso. Bruno Valadares de Almeida, de 39 anos, estava em casa, no bairro Jardim Colorado, em Vila Velha. No local foram apreendidos notebook, celular, joias, dinheiro e duas armas.>
A principal linha de investigação, de acordo com apuração do g1 ES, aponta que Lovato descobriu um desvio de dinheiro praticado por Bruno dentro da empresa. A suspeita é de que, temendo as consequências da descoberta, o diretor financeiro teria planejado o crime.>
A defesa de Bruno, representada pela assessoria jurídica Pires & Pinho, declarou por meio de nota enviada na segunda-feira (14), que o cliente é inocente de todas as acusações. "Já foi solicitada a habilitação nos autos do processo a fim de assegurar o pleno direito de defesa e contribuir para o esclarecimento da verdade dos fatos. Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça", informou. >
Em nota enviada à imprensa após a prisão de Bruno, a família de Wallace Lovato disse estar impactada com a notícia: "O trabalho sempre foi um dos principais motores da vida de Wallace. É muito triste para nós saber que um filho, marido e pai de duas crianças se foi e que a suspeita recai nos interesses comerciais e financeiros. Seguimos acompanhando as investigações com fé, confiança e respeito pelo trabalho da polícia. Agradecemos o empenho de todos que estão direta ou indiretamente envolvidos na apuração. Esperamos que toda verdade seja esclarecida. A dor não vai passar, mas a justiça precisa ser feita". >
Também no sábado (12), depois da prisão do diretor financeiro, o CEO da Globalsys, Thiago Molino, informou que tomou imediatamente "todas as providências para rescindir qualquer relação do prestador de serviço investigado com a empresa. Seguimos confiando nas investigações e acreditando que a justiça será feita". >
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, conversou ao vivo com a repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, após a prisão de Bruno. Ele declarou que há uma ligação entre o diretor financeiro da empresa da vítima e o intermediário do crime.>
"É mais um passo nessa investigação, porque identificamos o motorista, o pistoleiro, o intermediário, e agora a gente identifica uma outra pessoa que teve um vínculo com o intermediário. [...] Estamos falando de uma ligação. Pode ser transferência bancária... Deixa a polícia investigar, mas tem claramente um vínculo, uma ligação entre o diretor e o intermediário", pontuou Casagrande. >
Como o caso está em sigilo, a Polícia Civil não pôde dar detalhes, mas informou que ele segue sob investigação da DHPP de Vila Velha. O governador reiterou que a prisão de Bruno não significava a conclusão do inquérito. "Fatos novos poderão acontecer decorrentes da oitiva desse diretor da empresa. Então, a partir de todas essas quatro pessoas envolvidas é que o crime de fato vai sendo elucidado", ressaltou Casagrande. >
Defesa de Bruno | Na íntegra
A assessoria jurídica Pires & Pinho informa que representa o Sr. Bruno Valadares de Almeida e declara, de forma veemente, a sua inocência em relação a todos os fatos que lhe estão sendo imputados. Por respeito ao devido processo legal e ao trâmite do procedimento no âmbito do Poder Judiciário, não serão prestados esclarecimentos adicionais neste momento sobre os fatos que originaram a investigação criminal. A Assessoria também comunica que já foi solicitada a habilitação nos autos do processo, a fim de assegurar o pleno direito de defesa e contribuir para o esclarecimento da verdade dos fatos. Demais informações serão oportunamente divulgadas, conforme o regular andamento do processo e as decisões que forem sendo proferidas pela Justiça.
A reportagem tenta localizar a defesa dos outros presos durante a investigação. O espaço segue aberto para manifestações.>
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