Publicado em 4 de agosto de 2020 às 21:05
A área onde ficam os galpões do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em Jardim da Penha, Vitória, pode valer até R$ 50 milhões e atrair fundos de investimento interessados em fazer grandes empreendimentos imobiliários no local. >
O imóvel, que tem 33 mil m², pertence à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e vai ser vendido pelo governo federal por um lance mínimo de R$ 35 milhões. O edital está previsto para o mês de novembro. >
De acordo como especialista em mercado imobiliário José Luiz Kfuri, é possível que isso ocorra como foi o caso da área que pertencia ao Banco do Brasil, na Enseada do Suá, que foi comprada pelo fundo carioca Opportunity, por meio de um leilão em junho de 2018, por R$ 37,7 milhões.>
Essa é uma região que deve atrair vários grupos interessados e, com certeza, os de fundo de investimentos está entre eles. Acredito que o terreno deve ser vendido pelo valor de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões. Quem comprar vai pagar um preço que a conta feche. O que pode acontecer também é a formação de um consórcio de empresas locais para desenvolverem algo em conjunto. Qualquer projeto que se desenvolva no IBC vai estar em sintonia com a comunidade, destaca Kfuri. >
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O head de Real State da Apex Partners, Marcelo Murad, destaca que o mercado imobiliário enfrenta um grande desafio em Vitória, que é conseguir terrenos para a construção de novo empreendimentos. >
A Apex atua com investimentos e soluções financeiras, entre eles o de investimentos imobiliários. A atividade é feita desde 2016. Em 2019, a empresa fechou o ano com R$ 150 milhões em negócios, e a expectativa deste ano é de que sejam investidos R$ 200 milhões. >
Segundo Murad, Vitória é uma cidade pequena, com poucas opções de terrenos e um elevado número de áreas localizadas em terreno de marinha. Além disso, a região dos galpões do IBC ainda tem restrições previstas no Plano Diretor Urbano (PDU). >
O IBC é um terreno grande e gera um conjunto de complexidades, não só em definir o que será feito, mas também o recurso necessário para tocar o empreendimento. Se o terreno for vendido por R$ 50 milhões, por exemplo, no final das contas ele pode chegar até R$ 400 milhões, se somar outros recursos para a construção do empreendimento. Por isso, uma parceria é uma ferramenta importante para o desenvolvimento do projeto, ressalta Murad. >
Ele lembra que o mercado de imóveis está propício neste momento, por conta da taxa de juros baixa. Isso pode reduzir o custo de financiamento para o consumidor final, sendo atrativo para o investidor. Trinta por cento do valor do empreendimento é custeado pelo investidor e 70% pelo consumidor final. >
Isso faz com que o negócio fique atrativo para quem for investir, seja fundos de investimentos, seja consórcio entre empresas. O investimento no local será bem alto e a obtenção de recurso será fundamental para o processo, avalia.>
Murad também sugere um consórcio de empresas para desenvolvimento de projetos em grandes áreas, como ocorre em outros Estados como Rio de Janeiro e São Paulo. >
O planejador financeiro CFP da Alphamar Investimentos, Renan Lima, ressalta que os galpões do IBC podem alavancar investimentos comerciais ou residenciais. >
Os fundos de investimentos têm um leque de oportunidades que podem ser avaliadas, para saber qual a melhor opção de desenvolvimento de projetos. O grupo Opportunity, que comprou o terreno do Banco do Brasil, pode ser um caso provável desses interessados, uma vez que já conhece a região de Vitória. Nada impede que eles possam avaliar o IBC também, avalia Lima.>
Segundo ele, tudo vai depender da proposta de desenvolvimento na região. >
Uma das discussões dos moradores de Jardim da Penha é que a área do IBC seja destinada para a criação de um espaço de lazer. De acordo com o especialista em mercado imobiliário José Luiz Kfuri, as praças do bairro, conhecido por esta característica, têm, em média, 4 metros quadrados. >
Quem comprar o IBC pode deixar um espaço para equipamento público. Qualquer um que adquirir o local terá que desenvolver um projeto em conformidade com a prefeitura e a comunidade. Isso acontece com a abertura de rua, por exemplo. Com um terreno de 33 mil m², é possível destinar em torno de 10 mil m² para a comunidade, que é maior do que duas praças do bairro, explica. >
Kfuri aponta que unir uma área residencial com a de interesse público é totalmente viável para quem comprar o imóvel. >
Muitas coisas podem ser feitas ali como área de vivência, área verde, centro de artesanato, entre outros. A venda do imóvel vai oxigenar e trazer ainda mais valorização para o bairro. É importante lembrar que, até pouco tempo, não havia cinemas em Jardim da Penha porque o PDU não previa, mas com a ajuda da comunidade ele foi modificado e agora são duas salas, aponta.>
O especialista ressalta que, prioritariamente, o local deve abrigar um projeto residencial, mas contará com outros projetos como um pequeno centro comercial, além de serviços de restaurante, cinema, fast food, entre outras iniciativas. >
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