Publicado em 31 de agosto de 2020 às 20:45
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Ministério da Cidadania e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) assinaram, nesta segunda-feira (31), um acordo de cooperação técnica. Esse termo vai agilizar processos na Justiça de pelo menos 2,7 mil pessoas que tentam receber o auxílio emergencial de R$ 600 no Espírito Santo. Em todo o país, são pelo menos 66 mil casos na Justiça Federal.>
A judicialização acabou se tornando a única alternativa para milhares de pessoas que têm direito ao benefício, mas que tiveram seu pedido negado pelo governo. Bases de dados desatualizadas e erros no processamento são alguns dos motivos que vêm deixando essas pessoas sem renda. >
De acordo com a Justiça Federal, 2.724 ações judiciais requerendo o auxílio emergencial estão em tramitação no Espírito Santo. Desde o início da pandemia, somente a Defensoria Pública da União no Estado já abriu mais de 3,8 mil ações. Uma parte desses processos já foi analisada pelo Judiciário.>
Atualmente, segundo monitoramento do Comitê de Crise do Observatório Nacional sobre Questões Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta Complexidade e Grande Impacto e Repercussão, a busca pelo auxílio emergencial é o assunto mais demandado na Justiça brasileira. >
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Com esse acerto, a Dataprev disponibilizará aos juízes acesso ao sistema de consulta detalhada dos pedidos dos solicitantes. Já o CNJ fornecerá ao órgão da Previdência as informações dos autores das ações judiciais. A partir desse compartilhamento de informações, serão feitos cruzamentos com as bases de dados de concessão do auxílio. >
Em nota, o CNJ explica que a parceria trará benefícios para o fluxo de trabalho interno do Poder Judiciário e ainda ajudará a Defensoria Pública da União e a Procuradoria da União, que não mais necessitarão fazer consulta individual nos sistemas atrelados ao auxílio emergencial para cada processo. Porém, não foram dados prazos para a revisão desses benefícios, com isso será preciso aguardar um pouco mais.>
"Por tratar-se de demanda de massa, a medida busca imprimir celeridade às ações judiciais que, por buscarem acesso ao auxílio emergencial, precisam ter tramitação e julgamento rápidos", diz.>
O benefício pago pelo governo federal foi instituído pela Lei nº 13.982/2020, em razão da emergência da saúde pública decorrente da pandemia do novo coronavírus. Enquanto milhares de pessoas precisaram entrar na Justiça para tentar receber o auxílio, milhões receberam o benefício irregularmente. >
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), realizada em agosto, estimou que R$ 42,1 bilhões foram pagos indevidamente. Sendo que, desse total, R$ 23,7 bilhões foram para 6,4 milhões de pessoas que estariam recebendo sem ter direito. >
Já os outros R$ 18,4 bilhões foram pagos a mães que foram indevidamente cadastradas como chefes de família o que garante o recebimento dobrado, passando de R$ 600 para R$ 1,2 mil. >
É importante lembrar ainda que parte desses casos também podem ser alvo de ações judiciais, caso o governo queira cobrar os valores recebidos indevidamente. >
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