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Região Norte do ES ainda não chegou ao pico de casos da Covid-19

Região Norte do ES ainda não chegou ao pico de casos da Covid-19

Segundo especialista, isso deve ocorrer em até duas semanas. Veja também a evolução da taxa de transmissão por microrregiões desde o início da pandemia

Publicado em 15 de agosto de 2020 às 18:51

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Hospital Roberto Arnizaut Silvares é referência no Norte do Espírito Santo
Hospital Roberto Arnizaut Silvares é referência no Norte do Espírito Santo. (Reprodução | TV Gazeta Norte)

Região Norte do Espírito Santo ainda não chegou ao pico de casos da Covid-19, mas deve atingi-lo em até duas semanas. De acordo com pesquisadores, enquanto a taxa de transmissão (Rt) for maior que 1, a doença continuará a se expandir. Um estudo realizado por professores do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) mostra que, no Estado, apenas três microrregiões continuavam com esse indicador elevado na última semana do mês de julho: Noroeste, Nordeste e Litoral Sul. (Veja o infográfico no final da matéria)

"A Região Norte, como um todo, ainda não chegou na fase mais aguda da doença e é ela que mais nos preocupa no momento. Ainda não temos a estimativa de quando vai chegar, mas não deve demorar mais que duas semanas, eu acredito", afirma o professor da Ufes e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que auxilia o governo do Estado, o matemático Etereldes Gonçalves.

Região Norte do ES ainda não chegou ao pico de casos da Covid-19

Na microrregião Noroeste – que contempla os municípios de Ecoporanga, Vila Pavão, Água Doce do Norte, Nova Venécia, Águia Branca, Mantenópolis e Barra de São Francisco –, por exemplo, a taxa de transmissibilidade vem se mantendo acima de 1 desde o início da pandemia. Na última semana de julho, a taxa foi de 1,19, a mesma que a das microrregiões Nordeste e Litoral Sul.

De acordo com o professor da Ufes, em apenas três ocasiões os indicadores do Nordeste e Noroeste capixabas foram inferiores a 1, mas isso não pela Rt ter reduzido, mas por mudanças nas bases de cálculo.

"Quando olhamos, como um todo, o interior do Estado, a Região Metropolitana da Grande Vitória e o Espírito Santo estão com taxas menores que 1. Começamos a analisar pelas microrregiões para ter mais detalhamento da situação dos municípios. Sabemos que a disseminação de doença vai dos hubs de transporte para o interior. Ela começa por onde tem aeroportos e rodovias movimentadas. É por meio desses locais que o vírus chega de fora do Estado e vai se disseminando para o interior", explica. 

O matemático aponta que há duas hipóteses mais prováveis para o que está ocorrendo. A primeira tem relação com o fato do Noroeste do ES estar mais próximo de Minas Gerais, que ainda não passou pelo estado mais agudo da doença. Além disso, é importante lembrar que no Estado mineiro a Covid-19 também está se interiorizando.

Aspas de citação

A segunda hipótese leva em conta o fator regional. Os municípios do Norte estão na ponta do Estado e é natural que passem por essa fase mais aguda por último. O fato da população ser menor e viver mais espaçada também contribui para que ocorra essa diferença de evolução no número de casos em relação aos centros mais urbanos

Etereldes Gonçalves
professor do Departamento de Matemática da Ufes e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos 
Aspas de citação

No Litoral Sul do Estado, desde a semana do dia 5 de junho, apenas três semanas tiveram taxas superiores a 1, entre elas a do dia 17 a 31 de julho (1,19). De acordo com Etereldes, o comportamento da última semana de julho fugiu do padrão.

"É estranho, porque teve uma variação muito grande. Ela ficou abaixo de 1 por um longo período e subiu. Acredito que deva ficar abaixo de 1, novamente, já no próximo período analisado [a primeira semana de agosto]. Por ser uma região pequena, ela tem muita variação, o que pode ser decorrente de um surto em um município ou devido a uma grande testagem. São apenas oscilações", afirma.

SOBRE O ESTUDO

O estudo realizado pelos pesquisadores da Ufes usou dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde no Painel Covid-19. A metodologia é similar à dos estudos divulgados pelo Imperial College London, uma instituição britânica de pesquisa que tem analisado dados sobre o novo coronavírus em todo o mundo.

A pesquisa ajuda o governo do Estado a tomar decisões com relação ao enfrentamento do novo coronavírus no Estado.

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