Publicado em 14 de agosto de 2020 às 07:32
O setor agroexportador do Espírito Santo não deve ser impactado pela suspeita de frango congelado contaminado com coronavírus. O caso positivo do vírus em um alimento ocorreu quando a China testou milhares de embalagens que foram importadas. Segundo o país, asas de frango vindas de Santa Catarina, no Sul do Brasil, estariam contaminadas.>
De acordo com o setor, os protocolos restritos de segurança alimentar para a manipulação da proteína animal impostos pelo país atestam a credibilidade do produto nacional.>
Atualmente, duas empresas capixabas estão licenciadas a exportarem proteína animal, a Uniaves e a Frisa. A Uniaves, por exemplo, comercializa aves abatidas a países como China (Hong Kong), África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Bielorrússia, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Japão, Ilhas Maurício, entre outros. Já a Frisa, atualmente, exporta carne bovina e possui clientes em mais de 60 países ao redor do mundo.>
O secretário administrativo das associações de Avicultores e Suinocultores do Espírito Santo (Aves e Ases), Nélio Hand, explica que o caso não deve prejudicar a relação Brasil-China. >
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"O próprio Ministério da Agricultura está investigando o caso para constatar onde o problema surgiu, se foi no frigorífico ou no caminho e na própria China, o que é mais provável. Nesse momento, o Brasil está mostrando que toma todas as medidas necessárias na produção dos produtos", afirma. >
O diretor-presidente da Uniaves, Claudemir Alessi, também afirma que o Estado e o país não terão impacto nas exportações. "O Brasil segue protocolos internacionais de higiene e segurança, por esse motivo não seremos impactados", explica.>
A Embaixada da China no Brasil afirmou, na tarde de quinta-feira (13), que, por enquanto, não há novas restrições para a importação brasileira após identificar o novo coronavírus em uma carga de carne de frango. >
"O lado chinês está trabalhando com lado brasileiro para melhor identificar onde e como ocorreu a contaminação. Por enquanto, não há novas restrições para a importação brasileira. Recentemente, o Mapa tem mantido comunicações frequentes e produtivas com a GACC (alfândega chinesa) para trocar informações e criar mecanismos com vistas a minimizar os riscos de contaminação por vírus no comércio agro-pecuário sino-brasileiro. Através de colaboração e entendimento mútuo, os eventuais impactos sobre o comércio bilateral serão gerenciados e controlados de forma objetiva e científica, disse a embaixada chinesa em nota.>
Tanto o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), quanto a cooperativa Aurora, frigorífico que enviou o suposto lote contaminado, disseram que ainda não foram notificados pelo governo chinês. >
No país, alguns frigoríficos chegam a testar a carne para mandar o laudo para os compradores. Essa é uma medida a mais que pode garantir ao consumidor que os produtos estão livres de qualquer contaminação por parte da empesa. Mas, é importante lembrar que a legislação brasileira é bem restritiva com relação às práticas de sanidade animal.>
Indústrias com produção de origem animal (aves, bois ou porcos, entre outros animais) precisam ser certificadas para vender seus produtos. Isso ocorre para evitar contaminações e padronizar a segurança alimentar. Para conseguir essas certificações, é preciso passar por uma série de testes e pré-requisitos. Atualmente, existem seis certificados que variam do nível municipal ao federal: SIM, SIE, SIF, Sisb/POA, Susaf e Arte. >
Além disso, os serviços de inspeção fiscalizam constantemente as medidas de segurança sanitária que as plantas de abate precisam adotar. E, caso encontrem algo fora dos padrões, podem interditar a fábrica. >
A Frisa, por exemplo, além de ter o SIF (autorização para comercializar nacionalmente), também tem uma certificação internacional para a norma de segurança de alimentos. Em uma auditoria de recertificação pelo BRC, as fábricas de Colatina (ES) e de Nanuque (MG) receberam conceito AA, nota máxima. >
Para poder exportar, o Ministério da Agricultura e Pecuária exige que a empresa apresente uma série de documentos e certificações. São eles:
E, para conseguir atender a esses requisitos, os frigoríficos precisam seguir uma série de orientações do Mapa. Entre elas estão:
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