Publicado em 28 de julho de 2020 às 20:35
Com a estabilização da taxa de ocupação dos leitos de uso exclusivo por infectados com a Covid-19, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) inicia o processo de reversão do perfil hospitalar da rede própria, direcionando vagas para o atendimento a pacientes com outras doenças. A semana começou com a liberação de 14 leitos de UTI e o volume será ampliado já nos próximos dias.>
As primeiras unidades foram liberadas no Hospital Dório Silva, na Serra, que ainda mantém outros 16 leitos de terapia intensiva exclusivamente para pessoas com coronavírus. Até a sexta-feira (31), a Sesa estima reverter vagas também do Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, mas ainda não fez a projeção da quantidade. O Estado tem hoje 1.465 leitos exclusivos para a Covid-19, somando UTI e enfermaria, inclusive a oferta da rede particular e filantrópica pelo Serviço Único de Saúde (SUS). >
Para conseguir redirecionar os leitos a outras demandas que não sejam relacionadas à Covid-19, a Sesa está se orientando pela taxa de ocupação. Se o indicador não chegar à marca de 80%, é possível liberar novas vagas. Nesta terça-feira (28), tanto enfermaria (58,53%) quanto UTI (73,08%) oferecem condições para a reversão do perfil hospitalar. >
"Estamos iniciando a migração de forma cautelosa, prudente, mas muito robusta de leitos antes destinados para Covid para atender outras doenças. Essa migração terá de 70 a 80% como margem de segurança e, à medida que essa ocupação for caindo, vamos migrar os leitos. Começamos pelo Dório Silva, iremos fazer no Bezerra de Faria e, gradualmente, faremos em outras unidades hospitalares também", destacou o secretário da Saúde, Nésio Fernandes, em vídeo. >
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A migração, afirma Nésio Fernandes, está começando pelos leitos não habilitados pelo Ministério da Saúde, ou seja, aqueles que não receberam recursos federais para sua manutenção. "De maneira que a gente consiga, ainda enfrentando a pandemia que não acabou, também atender pacientes atingidos por outras doenças.">
Questionado sobre o hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, que foi definido como referência na rede pública para os casos de Covid-19, Nésio Fernandes explicou, também em vídeo, que os 250 leitos de UTI da unidade estão habilitados pelo Ministério da Saúde. Além de ser contemplado com o recurso federal, o secretário observa que o hospital vivencia uma curva de aprendizagem importante no manejo de pacientes com coronavírus e, por essas condições, será preservado como referência até o final da pandemia. >
A Sesa acrescenta que a rede hospitalar vai ser ajustada conforme o comportamento da Covid-19 no Estado. Com a migração de leitos para outros perfis clínicos, a taxa de ocupação acabará subindo. Mas, enquanto o indicador estiver dentro da margem de segurança de até 80%, novas vagas poderão ser liberadas. "Somente uma nova onda de casos que possa elevar a pressão por serviços hospitalares será capaz de nos fazer rever novamente o perfil das unidades", aponta o secretário, por meio da assessoria.>
Na ponta do lápis, explica Nésio Fernandes, a conta é a seguinte: se o indicador chegar a 80%, a Sesa amplia os leitos para Covid-19, se estiver mais perto de 70%, a expansão será de leitos não-Covid. A meta, segundo ele, é ficar em torno de 75% para atender bem as demandas dos dois lados.>
A alteração no perfil de hospitais públicos foi feita no início de abril para ampliar a capacidade do Estado em atender pacientes com a Covid-19, num momento em que o número de casos e mortes ainda crescia em ritmo lento. O Dório Silva, por exemplo, que passou a dar suporte ao Jayme Santos Neves no atendimento da doença, deixou de receber vítimas de grandes traumas - serviço que ficou concentrado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) - antigo São Lucas, em Vitória. >
Em relação à oferta de vagas exclusivas para a Covid-19, nas parcerias firmadas pelo governo do Estado, a assessoria da Sesa informa que a contratação dos hospitais privados poderá ser prorrogada por 30 dias e, com os filantrópicos, não terá alteração.>
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