Repórter / [email protected]
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 12:07
Na primeira visita oficial ao Espírito Santo, uma comitiva de diplomatas chineses participou, na quinta-feira (27), da Feira Internacional do Café Conilon (Ficc) em Jaguaré, no Norte do Estado.>
Com a crescente demanda chinesa por bebidas à base de café, a comitiva veio ao Estado para conhecer as potencialidades e ampliar a cooperação entre os países, visando levar o café conilon capixaba para o país mais populoso do mundo.>
O cônsul geral adjunto da China no Rio de Janeiro, Wang Haitao, falou sobre o potencial econômico do Espírito Santo, enfatizando o rápido desenvolvimento da cadeia produtiva do café conilon, que agora é capaz de produzir da lavoura ao supermercado.>
Na visita a Jaguaré, Haitao estava acompanhado pelo cônsul comercial, Jorge Zhou You, e pela vice-cônsul, Inês Wabg Zhiyi. Antes da visita à feira, eles tiveram uma reunião com o prefeito de Jaguaré, Marcos Guerra. A articulação do encontro contou com o apoio do presidente da Câmara do Comércio Brasil-China no Espírito Santo, Carlos Eiras.>
>
“Conhecemos a situação da indústria de café conilon na cidade e o seu desenvolvimento nos últimos quatro anos. Agora, a indústria do café já tem toda a cadeia industrial, podendo produzir da terra para o supermercado. Portanto, já podemos comprar o café conilon daqui e levar para os supermercados. E até mesmo os pequenos produtores daqui podem ganhar mais dinheiro. Assim os produtores familiares podem ter uma vida melhor”, avalia Haitao. >
O prefeito de Jaguaré, Marcos Guerra, se encontrou com a comitiva na manhã de quinta-feira (27) e, na abertura do evento, destacou que a cidade é grande produtora de conilon e a China, grande consumidora do mundo, podendo ser a maior.>
Na reunião com o prefeito, o cônsul também sugeriu que a prefeitura estimule os pequenos produtores a promoverem seus cafés na internet, facilitando negociações diretas com compradores chineses.>
Durante a reunião, o prefeito destacou as potencialidades do município no cultivo do conilon. “Jaguaré produz, atualmente, 1 milhão de sacas por ano. Esse número é significativo e nos coloca em segundo lugar no Espírito Santo. Mas o que mais nos orgulha é a origem: 90% dos produtores pertencem à agricultura familiar”, afirmou.>
Esse dado chamou a atenção do consulado, que vê em Jaguaré diversas possibilidades de cooperação futura — entre elas, a construção conjunta de um projeto de intercâmbio entre o município capixaba e a China.>
A relação entre os países já é aquecida: em agosto de 2025 a China habilitou 183 empresas brasileiras para exportar café ao país, uma abertura significativa do mercado chinês ao café do Brasil. Segundo dados do sistema Agrostat, em 2024 a China importou 55,940 mil toneladas de café brasileiro, gerando uma receita de aproximadamente US$ 216,3 milhões.
>
O cônsul adjunto da China afirma que, além do café, a cooperação poderá se estender a setores como rochas ornamentais e frutas. >
“Acreditamos que podemos ter uma cooperação cada vez maior no futuro, não só no café, mas também de outros produtos do Espírito Santo”, diz Haitao.>
Após o encontro, segundo ele, o primeiro passo será divulgar informações detalhadas sobre o Estado aos empresários chineses para estimular futuros investimentos. >
“No futuro, podemos trazer mais empresários chineses aqui ao Estado para explorar mais possibilidades de cooperação”, aponta.>
O cônsul enfatizou que as relações bilaterais entre Brasil e China estão, atualmente, em seu maior momento da história. Isso permite que as parcerias em todas as áreas e níveis sejam desenvolvidas de maneira mais saudável.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta