Publicado em 4 de agosto de 2020 às 18:39
Faltando três meses para as eleições municipais de 2020, adiadas devido à pandemia do novo coronavírus, 59 prefeitos de municípios capixabas devem buscar a reeleição para continuar à frente dos Executivos por mais quatro anos. Os nomes dos pré-candidatos no pleito de novembro foram fornecidos pelas executivas estaduais dos partidos e publicados na última sexta-feira (31) em A Gazeta. >
O número representa 10% dos mais de 500 nomes apresentados até agora pelas legendas. Entre os partidos, o PSB é a sigla com mais chefes de administrações municipais pré-candidatos, com dez postulantes ao cargo. O partido do governador Renato Casagrande também lidera o ranking do total de pré-candidatos. >
O Republicanos aparece em seguida, com sete prefeitos que tentarão se manter na gestão das cidades. Depois, figuram na lista MDB e Cidadania, com seis pré-candidatos à reeleição cada um. (Veja a lista completa no final deste texto)>
Na Grande Vitória, apenas Max Filho (PSDB) poderá concorrer à reeleição em Vila Velha. Os outros atuais gestores já estão no segundo mandato consecutivo e, por isso, não podem disputar. Isso não quer dizer, no entanto, que não influenciem a corrida eleitoral: candidatos buscam o apoio dos atuais prefeitos, já que muitos preparam o caminho e fazem campanha para emplacar um sucessor.>
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Dos 59 nomes que estão autorizados a concorrer e pretendem continuar no cargo, quatro são prefeitos interinos: Thiago Peçanha (Republicanos), em Itapemirim; Mateusinho (PTB), em Conceição da Barra, Dorlei Fontão (PSB), em Presidente Kennedy, e Martha Scherrer (Patriota), em Piúma. Eles assumiram após o afastamento, determinado pela Justiça, dos titulares eleitos em 2016. >
Em Conceição da Barra houve a cassação da chapa (prefeito e vice), mas a eleição suplementar foi inviabilizada pela pandemia de Covid-19. Mateusinho, até então presidente da Câmara, comanda o Executivo municipal.>
Já Domingos Fracaroli (PSDB), de Castelo; Pretinho (PDT), de Fundão; Edmilson Meireles (MDB), em Irupi, e Renato Prúcoli (PTB), de Muqui, que estão na lista de pré-candidatos, foram eleitos em pleitos fora de época, após os prefeitos e vice-prefeitos, eleitos em 2016, perderem os cargos por problemas com a Justiça Eleitoral.>
A pandemia de Covid-19 também mudou o cenário no município de Água Doce do Norte, onde Jacy Donato (PV), então vice prefeito, assumiu a prefeitura após a morte do ex-prefeito, Paulo Márcio Leite Ribeiro (PSB), vítima da doença. Mesmo tendo passado quase metade do mandato de vice morando nos EUA, Jacy pretende disputar a prefeitura.>
Os prefeitos de Barra de São Francisco, Governador Lindenberg, João Neiva, Mimoso do Sul e Ponto Belo, que poderiam concorrer à reeleição, pois não estão no segundo mandato consecutivo, não estão citados nas listas de pré-candidaturas enviadas pelos partidos à reportagem de A Gazeta. >
Os prefeitos afastados de Itapemirim, Luciano de Paiva Alves, e de Presidente Kennedy, Amanda Quinta, não estão filiados a partidos políticos e não são pré-candidatos nestas eleições. O prefeito afastado de Piúma, José Ricardo Costa (PDT), o Professor Ricardo, não integra a relação de pré-candidatos do PDT. >
Estar à frente da prefeitura numa corrida eleitoral pode beneficiar ou prejudicar um candidato, a depender de como está a aprovação da gestão no município. Diante de um cenário de crise sanitária e econômica, a atuação dos gestores nos últimos meses se torna ainda mais decisiva. É o que ressalta o consultor em marketing político Darlan Campos. Ele acredita que no dia 15 de novembro os eleitores irão "julgar a atuação de seus prefeitos diante da pandemia".>
O consultor aponta que a pandemia tomou proporções grandes o suficiente para que seu enfrentamento possa decidir uma possível reeleição. "Vai ser o elemento chave. O tamanho do impacto da pandemia pode apagar, até mesmo, três primeiros anos ruins de gestão e vice-versa", afirma. O ambiente de apreensão, diz o especialista, também fez com que os eleitores prestassem mais atenção nas ações dos mandatários e até "os canais de comunicação das prefeituras tiveram grande aumento de audiência.">
Campos ressalta, ainda, que um bom enfrentamento significa liderança. Para ele, muito mais do que abrir ou fechar comércio e defender ou não o uso de medicamentos, a população avalia positivamente líderes que assumem a posição e passam confiança. "A questão é a população olhar para o líder e sentir que é ele quem está conduzindo o processo", assinala.>
De acordo com o consultor, alguns prefeitos se esconderam diante da crise e, outros aproveitaram para agir de forma a se aproximar do eleitorado, por exemplo, "criando auxílios emergenciais e distribuindo cestas básicas". >
O diretor do Instituto Futura José Luiz Orrico concorda que o enfrentamento à crise será a questão central de todos os debates e discussões. "Temos feito algumas pesquisas e visto que alguns prefeitos estão bem avaliados nesse período, por isso devem se beneficiar do cenário, mas há também aqueles que estão perdendo aprovação", assinala.>
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