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Montagem questiona Arnaldinho Borgo sobre denúncia, mas processo foi arquivado

Montagem questiona Arnaldinho Borgo sobre denúncia, mas processo foi arquivado

Imagem enganosa que circula no WhatsApp tira de contexto processo que de fato existiu contra o candidato a prefeito de Vila Velha, mas que foi encerrado pela Justiça Eleitoral por falta de provas

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 17:46

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Montagem usa denúncia verdadeira que acabou sendo arquivada em tom de condenação contra Arnaldinho Borgo (Podemos)
Montagem usa denúncia verdadeira, mas que acabou sendo arquivada por falta de provas em tom de condenação contra Arnaldinho Borgo (Podemos). (Arte/Reprodução)

É enganosa montagem que circula no WhatsApp resgatando uma denúncia contra o candidato a prefeito de Vila Velha Arnaldinho Borgo (Podemos) sobre "proposta de melhorias e obras em troca de voto". Na imagem, a data do processo foi omitida. A denúncia em questão, recebida de forma anônima pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) em 2016, foi arquivada pela Justiça Eleitoral em janeiro de 2017 por falta de provas.

Detectada em monitoramento de redes sociais pelo Passando a Limpo, serviço de checagem de A Gazeta, a montagem que foi espalhada em grupos de WhatsApp usa uma captura de tela (print) da página de acompanhamento de procedimentos do MPES, destacando o nome dos denunciados, os candidatos Arnaldo Borgo Filho (que, na ocasião, concorria a um novo mandato de vereador em 2016 pelo PMDB) e Rodney Miranda (que buscava a reeleição como prefeito pelo DEM). Mas a data da denúncia foi omitida.

O print aponta que o caso era investigado pela Promotoria de Justiça da 32ª Zona Eleitoral de Vila Velha. A montagem mostra a descrição da denúncia: "Fazendo reuniões para apresentar proposta de melhorias e obras em troca de voto", questiona em letras grandes: "Arnaldinho honesto?" e conclui com a frase: "Quem conhece, não vota". Em nenhum momento, porém, é explicado que o processo foi arquivado e não existe mais.

O Passando a Limpo verificou o sistema do MPES e consultou o órgão, além do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), comprovando que a denúncia de fato existiu e era referente a uma reunião realizada pelos dois então pré-candidatos nas eleições de 2016 em Vila Velha. Porém, o caso foi arquivado pela Justiça poucos meses depois por falta de testemunhas e provas.

Dessa forma, a imagem foi classificada como enganosa. Para o Passando a Limpo, é enganoso todo o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro com o propósito de mudar o seu significado; que induz a uma interpretação diferente; e que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

CAMPANHA DE 2016

O Ministério Público do Espírito Santo explicou que o juízo da 32ª Zona Eleitoral arquivou o caso em questão diante da ausência de provas de irregularidades e conforme recomendação da própria Promotoria da 32ª Zona Eleitoral nesse sentido, informação que foi confirmada pelo TRE-ES.

A "notícia de fato" foi feita de forma anônima pelo sistema pardal e registrada no sistema do MPES em 22 de julho de 2016, período de pré-campanha para as eleições daquele ano. A suposta infração era de que Arnaldinho e Rodney teriam promovido uma reunião no dia 19/07/2016 na Praça de Guaranhuns apresentando propostas de melhorias e obras em troca de voto.

Em manifestação de 19 de dezembro de 2016, o promotor eleitoral da 32ª Zona requereu ao juiz eleitoral o arquivamento do caso após terem sido ouvidos os denunciados, que afirmaram que não houve prática de irregularidades, e por não existirem provas que demonstrem conduta ilegal ou mesmo propaganda antecipada.

A Justiça Eleitoral, então, decidiu pelo arquivamento do procedimento em 10 de janeiro de 2017 diante do parecer do MPES, sendo encerrado o caso.

O TRE destacou que o pedido de registro de candidatura de Arnaldinho ao cargo de prefeito de Vila Velha foi deferido em 16 de outubro deste ano, uma vez que "as condições de elegibilidade foram preenchidas, não havendo notícia de causa de inelegibilidade, conforme informação cartorária presente nos autos", como diz a decisão, e que se, se houvesse algum impedimento, a candidatura não teria sido deferida.

POR QUE CHECAMOS

A imagem foi encontrada em diferentes grupos de WhatsApp sendo compartilhada por várias pessoas ao longo da última semana. Dentro do aplicativo, ela foi identificada com uma seta dupla, que é um indicador de mensagens encaminhadas e viralizadas no WhatsApp. Não é possível identificar a origem do conteúdo.

O Passando a Limpo monitora e verifica publicações que viralizam nas redes sociais com conteúdos duvidosos relacionados às eleições no Espírito Santo, com destaque para as disputas nas maiores cidades do Estado, como Vitória, Serra, Vila Velha e Cariacica.

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Quem receber ou se deparar com algum conteúdo que considerar duvidoso na internet sobre as eleições municipais no Espírito Santo poderá encaminhá-lo para as redes sociais ou para o WhatsApp de A Gazeta como sugestão de verificação ao longo de toda a eleição. O número é: (27) 3321-8699 (Basta adicionar como contato no seu celular e chamar no WhatsApp). Ou então acesse aqui para enviar sua sugestão de checagem com apenas um clique.

Passando a Limpo | Eleições 2020

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