Publicado em 13 de maio de 2020 às 16:25
A eleição para escolher o novo 1º secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Espírito Santo pode ficar para quando voltarem a ser realizadas sessões presenciais na Casa. Em meio à pandemia do novo coronavírus, o plenário trabalha virtualmente. O cargo está vago desde o dia 6 de maio, quando o deputado Luciano Machado (PV) renunciou à cadeira durante sessão virtual marcada por discussões e ataques relacionados ao projeto de lei, proposto por ele, que prevê corte de 30% no salário dos deputados. >
Pelo regimento interno da Assembleia, a eleição deveria ocorrer em um prazo de até cinco sessões após a vacância do cargo, mas o presidente da Casa, Erick Musso (Republicanos), propôs nesta quarta (13) que o processo seja feito após o retorno das sessões presenciais.>
Até lá, pela proposta do parlamentar, a 3ª secretária da Mesa, Raquel Lessa (PROS), substituiria Machado. É muito difícil fazer uma eleição sem contato pessoal. Se voltarmos daqui 15 ou 30 dias esperamos para fazer o processo assim que as sessões voltarem a ser presenciais, disse Erick. A resolução será apresentada pelo presidente na próxima segunda-feira (18).>
Em entrevista, o deputado Luciano Machado afirmou que já pensava em renunciar por não estar satisfeito com o cargo desde as alterações feitas pela resolução do presidente da Casa, em fevereiro do ano passado, que esvaziaram o poder do 1º e 2º secretários. Desde então, os atos oficiais da Mesa Diretora têm validade apenas com a assinatura do presidente da Assembleia, sendo desnecessária a chancela dos demais.>
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"O cargo perdeu o significado, perdeu a razão de ser. Enquanto estiver valendo essa nova norma o cargo não faz sentido", afirmou. Apesar de o anúncio ter sido feito em meio à discussão sobre o projeto da redução de salários e ao vazamento de mensagens do grupo de WhatsApp dos parlamentares, Machado alega que apenas aproveitou o momento, mas que os ataques não tiveram relação com a decisão.>
O projeto teve o pedido de urgência negado e continua tramitando na Casa sem previsão de quando será votado.>
A resolução citada pelo parlamentar esvaziou as atribuições dos secretários da Mesa, conferindo superpoderes ao presidente e ao diretor-geral da Assembleia. Pela norma, o presidente pode concentrar nas próprias mãos as atribuições da Mesa, ou seja, pode tomar qualquer medida interna, de nomeação a fechamento de contratos, sem precisar da assinatura dos de nenhum dos secretários. Antes, era necessário o aval de pelo menos um deles. Assim, os secretários continuam atuando no plenário, ajudando na condução dos trabalhos, mas sem poder prático.>
Entre as atribuições do 1º secretário da Mesa, previstas pelo regimento interno, estão receber e assinar atas das sessões e os atos da Mesa; decidir, em primeira instância, recursos contra atos da direção geral da secretaria; superintender o serviço da secretaria; fiscalizar as despesas; fazer cumprir o regulamento e prestar contas anualmente à Mesa e assinar a folha de frequência dos parlamentares. >
Durante a sessão virtual desta quarta-feira, Erick Musso também falou sobre como serão feitas as reuniões das comissões da Casa nas próximas semanas. Elas deverão ser realizadas virtualmente e transmitidas pelos canais de comunicação da Assembçeia. O cronograma das reuniões está sendo elaborado. >
Nos últimos dias, o presidente chegou a anunciar uma volta gradual às atividades presenciais na Assembleia para a próxima semana, mas após conversas com os parlamentares, com o sindicato dos servidores e com autoridades sanitárias, recuou e optou pela manutenção das atividades remotas. A possibilidade de voltar ao expediente presencial será analisada a cada semana.>
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