Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 20:43
Na primeira reunião do ano com os deputados estaduais, o governador Renato Casagrande (PSB) pediu, nesta terça-feira (4), apoio para a aprovação de mudanças na contribuição da Previdência dos policiais e bombeiros militares. No encontro, realizado a portas fechadas no Palácio Anchieta, Casagrande também agradeceu a convocação de sessões extraordinárias durante o recesso parlamentar, para a aprovação de projetos de emergência para ajudar as vítimas das chuvas no Espírito Santo. >
Depois de um fim de ano conturbado em 2019, com eleição surpresa da Mesa Diretora da Casa, troca de líder de governo na Assembleia e briga judicial para a anulação do pleito antecipado, o tom do início do ano legislativo de 2020 foi de harmonia. "Ontem (segunda-feira, dia 3) eu estava em Brasília e não pude participar da cerimônia de abertura do ano legislativo. Coloquei os deputados a par das nossas ações em relação aos efeitos das chuvas e do que foi discutido com o ministro Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) e os agradeci por terem se reunido no recesso para aprovar projetos do governo", disse o governador, após o encontro.>
O tom de paz foi selado pelo presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), que pregou a unidade, mas marcou posição ao ressaltar que o Executivo não deve deixar de ouvir os deputados. >
"É importante mantermos a unidade e a estabilidade neste ano. Que a gente possa continuar trabalhando em benefício da população capixaba. Que mantenhamos a harmonia da Casa. Que possamos debater, mas avançarmos nas matérias importantes e que o governo continue ouvindo os parlamentares", afirmou.>
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Com o segundo semestre tomado pelas eleições municipais e, consequentemente, com a previsão de plenário vazio, o governador já definiu os principais projetos para serem aprovados nos seis primeiros meses de 2020. O mais urgente é a nova Previdência dos militares, que deverá mudar as alíquotas de contribuição de seguridade social.>
Uma lei federal sancionada no fim de 2019 impõe um novo percentual de desconto. Militares da ativa, que atualmente pagam 11% para o sistema previdenciário, passariam a pagar 9,5%, retroativos a janeiro. Enquanto os inativos que recebem menos que o teto do INSS, de R$ 5.839,45, que antes não pagavam a alíquota, agora também passaram a contribuir com 9,5% aos cofres públicos. Em 2021, essa cota deverá passar para 10,5%.>
"O prejuízo é grande para os inativos, porque só contribuem hoje os que ganham acima do teto, mas é uma decisão do presidente, que encaminhou o projeto e o Congresso Nacional aprovou. Tenho que devolver aos militares da ativa o percentual que deveria ter reduzido em janeiro e tenho até março para aplicar a nova alíquota dos inativos. O projeto deve ser enviado nos próximos dias para a Assembleia", afirmou.>
Outro projeto já anunciado pelo governador, que deve ser enviado em breve para a Assembleia, é o aumento da fatia do ICMS para os municípios que apresentarem bons índices educacionais ou melhora significativa nos resultados de seus alunos. A medida visa incentivar os prefeitos a selecionarem melhor secretários, gestores e diretores escolares a fim de trazer maior qualidade para a rede de ensino. >
O projeto está sendo construído em conjunto com a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes).>
"Quero usar a metade do que eu tenho direito de distribuir do ICMS aos municípios, ou seja, 12,5%, para partilhar seguindo o critério do desempenho da educação. Estamos acabando de construir com a Amunes esse projeto e deve ser enviado aos deputados em breve, antecipou. A medida já vem sendo comentada pelo governador desde dezembro, após revelar a proposta durante um episódio do podcast Papo de Colunista.>
Dos 30 deputados estaduais, seis não compareceram à reunião. Entre os oposicionistas declarados, não estiveram presentes Capitão Assumção (PSL) e Lorenzo Pazolini (sem partido), além de Enivaldo dos Anjos (PSD), que, após ter sido retirado da liderança do governo, disse que ficaria independente do Palácio Anchieta. >
Chamou a atenção, também, a ausência de Fabrício Gandini (Cidadania), aliado de primeira hora do governador na Assembleia. Na semana passada, a aliança entre o partido do deputado e o de Casagrande ficou estremecida, após o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania), exonerar o vice, Sérgio Sá (PSB), da secretaria de Obras e Habitação da Capital.>
Também não estiveram na reunião Iriny Lopes (PT) e Theodorico Ferraço (DEM). >
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