Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 19:14
O governador Renato Casagrande (PSB) sinalizou, nesta terça-feira (04), que quem perder as prévias do PSB de Vitória poderá sair do partido e disputar a prefeitura da Capital por outra sigla. O vice-prefeito Sérgio Sá e o deputado estadual Sergio Majeski foram os únicos a se inscrever na corrida que decidirá será o candidato da legenda. >
Não há janela para troca de partido para deputados estaduais este ano (vale somente para vereadores). Majeski já foi sondado por outras agremiações, mas se saísse do PSB sem o aval dos dirigentes socialistas poderia perder o mandato.>
O quadro que se descortina agora, no entanto, é diferente. >
"É uma responsabilidade da direção municipal do partido (a realização das prévias), mas considero acertada, até porque é um prazo que quem se inscrever como candidato, caso não seja escolhido, também pode buscar outra alternativa partidária", afirmou Casagrande.>
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"É um mecanismo democrático, mesmo que não esteja prevista no estatuto do partido a realização de prévias, é um acordo tácito. Pode ser considerado, se os filiados participarem, votando, escolhendo uma pré-candidatura, é um instrumento do debate que pode fortalecer a candidatura que sair vitoriosa", complementou.>
Majeski, que questiona a própria realização da disputa interna, diz que se não for o escolhido para entrar na corrida eleitoral e a Executiva municipal realmente permitir a saída do partido, vai analisar as possibilidades.>
Ele contou que já recebeu convites de Rede, DEM e PSD. As conversas estão mais adiantadas com a Rede. Majeski está filiado ao PSB desde 2018, quando disputou a reeleição para a Assembleia Legislativa. Antes, passou por PT e PSDB.>
Majeski tem dúvidas, no entanto, se o partido concordaria com o que Casagrande disse sobre a possibilidade de saída do PSB para quem não for escolhido nas prévias. "Pela lógica, isso é uma opinião dele. A palavra dele tem muito peso, com certeza, mas será que a Executiva e o diretório concordam?".>
Já Sérgio Sá diz que não pretende sair do partido, mesmo se não for o escolhido para disputar a prefeitura: "Tenho 14 anos no PSB, estou muito à vontade no partido e não considero essa hipótese. Eu poderia contribuir de outras formas".>
As prévias do PSB de Vitória estão marcadas para o próximo dia 17. A escolha oficial de candidatos por parte dos partidos, no entanto, é definida na convenção, que deve, obrigatoriamente, ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto. >
Assim, mesmo que os socialistas escolham um nome na prévia, a candidatura somente será formalizada após a convenção e o registro na Justiça Eleitoral. >
"O PSB escolherá, se seguir com a prévia, uma pré-candidatura que poderá virar candidatura ou não. Vai depender do desempenho desse pré-candidato. Um pré-candidato pode ou não ser candidato", frisou Casagrande.>
"Em tese, sou um candidato competitivo. Se o partido não me quer como candidato, por que vai me liberar para ser oposição a ele em outro lugar? (...) A menos que o partido esteja lançando candidato não para vencer as eleições." A pergunta, de Majeski, soma-se a outro questionamento feito pelo deputado, ainda na segunda-feira (03), após assinar o livro de pré-candidaturas: >
"O PSB e o Cidadania são aliados. Se está lançando candidato é porque não está satisfeito com a aliança ou com a administração. Ou tem uma nova ideia de gestão, um novo projeto. Ou o partido talvez tenha a intenção de lançar candidato pró-forma para agradar parte dos filiados, mas na verdade já tem um plano B?">
O Cidadania, do prefeito Luciano Rezende, já tem pré-candidato à prefeitura, o deputado estadual Fabrício Gandini. Luciano até exonerou Sérgio Sá que, além de vice, era secretário de Obras e Habitação. Mas para o governador, está tudo bem.>
"O PSB deve manter a conversa com o Cidadania. Como governador, tenho no Cidadania um aliado e vai continuar sendo aliado independente do Cidadania ter candidato, do PSB ter candidato. Minha tarefa é fortalecer o movimento que o Luciano lidera na Capital", afirmou.>
Para Sá, a exoneração da secretaria foi retaliação de Luciano. Casagrande não vê o episódio dessa forma. >
"Não chamo de retaliação, foi uma posição política. Se o Sérgio Sá se coloca como candidato a prefeito, é até bom para ele ter liberdade para poder seguir em frente e tentar viabilizar sua pré-candidatura", avaliou.>
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