> >
Câmara de Linhares abre processo que pode cassar mandato de vereador preso

Câmara de Linhares abre processo que pode cassar mandato de vereador preso

Preso pela polícia por suspeita de ser o mandante da morte do ativista Jonas Soprani, Waldeir de Freitas Lopes (PTB) pode perder o cargo devido às ausências nas sessões durante o período em que ficou foragido

Publicado em 30 de agosto de 2022 às 17:02

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Waldeir de Freitas Lopes, suspeito de mandar matar o ativista político Jonas Soprani em junho de 2021
Waldeir de Freitas, suspeito de mandar matar o ativista político Jonas Soprani (destaque), foi preso na segunda-feira (29). (Paula Brazão | Montagem A Gazeta)

O vereador Waldeir de Freitas Lopes (PTB), suspeito de mandar matar o ativista político Jonas Soprani, pode perder o mandato na Câmara Municipal de Linhares devido às ausências nas sessões plenárias no período em que ficou foragido da Justiça. A Câmara informou que vai abrir um processo administrativo contra o parlamentar, preso na tarde de segunda-feira (29). Waldeir também terá descontos no salário devido às faltas.

Em nota divulgada nesta terça-feira (30), a Câmara de Linhares informou que a perda do cargo por ausências é prevista na lei orgânica municipal — já que o vereador atingiu o limite de 14 faltas injustificadas nas sessões —  e, portanto, não tem relação com o processo de investigação policial.

O parlamentar já havia sido preso em julho do ano passado, mas foi liberado na ocasião. Ele estava foragido desde maio deste ano, quando a 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu, novamente, pela prisão preventiva dele.

Após o mandado de prisão ser expedido, Waldeir chegou a solicitar uma licença de 30 dias, segundo consta no requerimento entregue à Câmara, “para tratar de interesse pessoal”. No entanto, o pedido foi arquivado. O vereador também apresentou atestados médicos de tratamento cirúrgico odontológico em justificativa de ausências.

Procurada, a Câmara Municipal de Linhares se pronunciou por meio de nota sobre o processo administrativo aberto contra o vereador Waldeir de Freitas.

VEJA O QUE DIZ A CÂMARA

Na 25ª Sessão Ordinária do ano de 2022 da Câmara Municipal de Linhares, realizada no dia 29 de agosto, o vereador Waldeir de Freitas Lopes atingiu 14 faltas injustificadas, que correspondem a mais de terça parte de faltas na sessão legislativa corrente.

Conforme previsto no inciso III, c/c §3º, ambos do artigo 20 da Lei Orgânica do Município de Linhares, a Câmara Municipal procederá a abertura de procedimento administrativo para, assegurada a ampla defesa do vereador, analisar acerca da declaração da perda do seu mandato.

A Câmara Municipal esclarece que, conforme previsto na lei municipal nº 3.612/2016, o vereador sofreu os descontos das faltas injustificadas em seus subsídios."

A reportagem questionou a Câmara para saber quanto tempo deve durar o processo e como será decidido se o vereador vai ou não perder o cargo. Assim que houver retorno, o texto será atualizado.

O QUE DIZ A DEFESA

A reportagem de A Gazeta procurou o advogado de defesa de Waldeir de Freitas Lopes, que preferiu não ser identificado e informou que, no momento, não irá se manifestar.

RELEMBRE O CRIME

Jonas da Silva Soprani era ativista político e foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Ele foi assassinado a tiros na noite do dia 23 de junho de 2021, em um bar do bairro Novo Horizonte. Na ocasião do crime, testemunhas relataram à polícia que dois homens armados e encapuzados teriam chegado no bar efetuando disparos contra a vítima.

Jonas Soprani
Jonas Soprani foi assassinado a tiros na noite de 23 de junho de 2021, em um bar. (Reprodução Redes sociais)

Segundo as investigações, o crime teve como mandante o vereador Waldeir de Freitas. A Polícia Civil chegou até ele após prender dois intermediários e o atirador.

De acordo com a polícia, Cosme Damasceno, que é amigo do político e tem ligações com o tráfico de drogas, e Genebaldo da Fonseca, que atualmente está preso, atuaram como intermediários.

Jhulian Alves de Souza e José Natalino dos Santos foram identificados pela polícia como sendo os atiradores. O primeiro deles foi morto em um confronto com a PM no ano passado. O outro está preso em Linhares.

Assessor do vereador, Josenilton Alves dos Santos também é investigado por intermediar o contato com os executores do assassinato. Ele chegou a ser preso na época do crime, junto com o vereador, mas teve a liberdade concedida.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais