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Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 44% dos eleitores de Vitória

Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 44% dos eleitores de Vitória

Eleitores da Capital foram questionados sobre a administração do presidente durante pesquisa de intenção de voto para prefeito de Vitória. Outros 32% a classificaram como boa ou ótima

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 11:45

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Pesquisa Ibope  - Eleição 2020  - Avaliação Bolsonaro
O governo do presidente Jair Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 44% dos eleitores da Capital. (Arte Geraldo Neto )

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é classificado como ruim ou péssimo por 44% dos eleitores de Vitória, de acordo com a pesquisa de opinião do Ibope, encomendada pela Rede Gazeta. Outros 32% o consideram bom ou ótimo, enquanto para 22% é regular. A avaliação faz parte da primeira pesquisa das intenções de voto a prefeito de Vitória, divulgada nesta terça-feira (13).

A desaprovação de Bolsonaro em Vitória reflete um cenário diferente do resultado das eleições em 2018, quando cerca de 63% dos eleitores da Capital votaram no presidente, a maioria deles moradores de bairros nobres. Apesar de a maior parcela (41%) dos entrevistados com renda acima de cinco salários mínimos avaliarem a gestão do presidente como ótima ou boa, é esse grupo que concentra o maior índice de reprovação, com 20% dos entrevistados classificando o governo federal como ruim ou péssimo.

O questionário do Ibope também mostra que o presidente possui maior reprovação entre mulheres: 48% delas consideram o governo do presidente ruim ou péssimo. Entre os homens, o percentual é de 39%. Além disso, mais da metade dos jovens, entre 16 e 24 anos, classificam o governo federal de forma negativa: 58% dessa faixa etária avaliam como ruim ou péssima a administração de Bolsonaro. Esse mesmo grupo é o que apresenta o menor índice de desaprovação do governo Casagrande.

Na pesquisa realizada, o Ibope questionou: "Como o(a) sr(a) classifica a administração do presidente Jair Bolsonaro até o momento?".

A avaliação de Bolsonaro vai na direção contrária à aprovação obtida pelo governador Renato Casagrande (PSB), crítico da gestão de Bolsonaro e visto como bom ou ótimo por 43% dos entrevistados na mesma sondagem. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Casagrande e Bolsonaro tiveram posturas opostas no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil. Por diversas vezes, o governador do Espírito Santo criticou a forma do governo federal gerenciar a crise sanitária. Enquanto Bolsonaro manteve uma atitude negacionista em relação ao vírus, incentivando o uso da hidroxicloroquina - medicamento que não tem eficácia comprovada cientificamente para o tratamento da Covid-19 - Casagrande adotou medidas de distanciamento e isolamento social e não inseriu o medicamento no protocolo estadual de saúde.

Nos segmentos religiosos, o governo federal é melhor avaliado entre evangélicos do que católicos: 43% dos evangélicos consideram a administração de Bolsonaro boa ou ótima. Já entre os católicos, esse número cai para 34%. A maior parte dos católicos avaliou a gestão como ruim ou péssima (45%).

BOLSONARO É BEM AVALIADO POR QUEM APROVA GESTÃO DE LUCIANO REZENDE

Apesar de o prefeito de Vitória Luciano Rezende (Cidadania) ser da base aliada de Casagrande, a desaprovação ao governo Bolsonaro não é maior entre aqueles que avaliam positivamente o governo de Luciano. Pelo contrário, dos entrevistados que classificaram a gestão do atual prefeito como boa ou ótima, 40% também avaliaram a administração do presidente da mesma forma.

Os índices de desaprovação também seguem a mesma linha. Dos que consideram Luciano péssimo ou ruim, 51% expressaram a mesma opinião sobre o governo de Jair Bolsonaro.

Durante a pandemia, o prefeito de Vitória se mostrou alinhado às decisões do governo estadual, seguindo a maioria delas. Contudo, Luciano Rezende foi um dos gestores municipais a ir contra a recomendação da Secretaria Estadual de Saúde e utilizar a hidroxicloroquina no protocolo municipal de saúde para tratamento de pacientes com a Covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada cientificamente contra o novo coronavírus.

A decisão de Luciano, que é médico, contrariou a postura do governo Casagrande e de especialistas da área de saúde no Estado, mas se alinhou à de Jair Bolsonaro e seus eleitores. O presidente foi um dos principais defensores do uso da hidroxicloroquina para o tratamento precoce de pacientes diagnosticados com Covid-19.

PESQUISA DE INTENÇÃO DE VOTO NA CAPITAL

No resultado da pesquisa de intenção de voto, o ex-prefeito da Capital João Coser (PT) e o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) aparecem empatados em primeiro lugar, com 22% na pesquisa estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados). O deputado Capitão Assumção (Patriota), um dos principais candidatos bolsonaristas à Prefeitura de Vitória, aparece com 6% das intenções de voto e tem a segunda maior rejeição na Capital, com 31%. 

Apesar de ser aliado de primeira linha do governador, Gandini não se posiciona claramente como um crítico do presidente. Na propaganda eleitoral gratuita, ele afirma que não vai brigar com o governo federal nem com o estadual, dando a entender que manterá uma postura neutra em relação à polarização política no país.

Já Coser, também aliado de Casagrande, adota uma postura diferente. Ele confirmou a candidatura a prefeito de Vitória fazendo críticas a Bolsonaro. Ele lidera as pesquisas, com Gandini, mas também detém a maior rejeição (35%).

Além de Capitão Assumção, outros candidatos que se mostram ideologicamente alinhados a Bolsonaro na disputa pela Prefeitura de Vitória são o deputado Lorenzo Pazolini (Republicanos) e Halpher Luiggi (PL). Pazolini faz parte do grupo de parlamentares de oposição a Casagrande na Assembleia Legislativa; ele aparece com 10% das intenções de voto. Já Halpher obteve menos de 1%.  O candidato do PL tem o ex-senador Magno Malta, presidente do partido e bolsonarista, como principal apoiador. 

Pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral

A pesquisa eleitoral do Ibope foi realizada entre os dias 11 e 12 de outubro, com 602 entrevistas. O nível de confiança utilizado é de 95% e a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram realizadas entrevistas pessoais com utilização de questionário elaborado de acordo com os objetivos da pesquisa. As pessoas selecionadas para as entrevistas são de acordo com as proporções na população de sexo, grupos de idade, instrução e atividade econômica. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo ES?00783/2020. 

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