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Suspeito de mandar assassinar empresário de Guarapari é solto pela Justiça

Suspeito de mandar assassinar empresário de Guarapari é solto pela Justiça

O empresário Valdecir Nunes Alves foi preso no dia 14 de dezembro em operação da Polícia Civil, com outras quatro pessoas. Eles são suspeitos pelo assassinato do também empresário Thiago Simões Nossa em novembro

Publicado em 29 de dezembro de 2021 às 11:49

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O empresário Thiago Nossa foi assassinado a tiros em Guarapari
Thiago Simões Nossa, de 31 anos, foi assassinado a tiros . (Montagem | A Gazeta/Foto leitor)

O empresário Valdecir Nunes Alves, de Guarapari, foi solto por intermédio de uma uma decisão provisória concedida pela desembargadora Eliana Junqueira Munhos Ferreira, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), nesta segunda-feira (27). Ele é suspeito de ser o mandante do assassinato do também empresário Thiago Simões Nossa, em 11 de novembro deste ano.

Nesta terça-feira (28) foi expedido o alvará de soltura de Valdecir, que já foi liberado da prisão. Seu advogado, Israel Jorio, informou que a liberdade foi obtida por meio de uma decisão “técnica e justa”. “Ela fez prevalecer o princípio constitucional da presunção de inocência e devolveu a liberdade a Valdecir, que poderá responder ao processo em liberdade e, ao final, demonstrar a sua inocência”, disse.

Jorio recorreu contra a prisão de Valdecir, ingressando com um pedido de habeas corpus, aceito pela desembargadora. “Ela concordou com os nossos argumentos de que a decisão de prisão não aponta elementos concretos que indiquem periculosidade na liberdade do Valdecir para a investigação. Não se apontou comportamentos como fuga, destruição de provas, intimidação de testemunhas. Não havia fundamento para a prisão”, explicou.

Destacou ainda que a discussão, neste momento, é se Valdecir deveria ou não ficar preso. “Em liberdade ele não representa um perigo para as investigações da Polícia Civil”, destacou. A concessão do habeas corpus ocorreu em regime de plantão do TJES e o mérito da decisão - decisão final - deverá ser julgado no retorno das atividades da Corte, o que deve ocorrer a partir do dia 7 de janeiro.

OUTRAS PRISÕES E SUSPEITOS PELO CRIME

Além de Valdecir, foram presas no dia 14 de dezembro outras quatro pessoas apontadas como coautoras do assassinato do empresário Thiago Simões Nossa, de 31 anos, ocorrido na manhã de 11 de novembro deste ano, no bairro Aeroporto, em Guarapari. Segundo informações da Polícia Civil, três prisões ocorreram nos bairros Maxinda e Bela Vista, no mesmo município, e as outras duas foram efetuadas em Eunápolis, na Bahia.

As prisões foram realizadas em ação conjunta entre a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, a Delegacia Regional do município e Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) da cidade.

A Polícia Civil informou que as investigações começaram assim que a corporação soube do caso, que, a princípio, foi registrado pela Polícia Militar como latrocínio, mas, após as primeiras diligências, passou a ser tratado como homicídio.

Segundo o titular da DHPP de Guarapari, delegado Franco Malini, duas pessoas invadiram o local de trabalho da vítima, tentaram simular um roubo, mas, na verdade, estavam cometendo um crime de mando. “Eles abordaram, entraram em luta corporal e mataram a vítima”, contou.

Durante operação realizada no dia 14, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. No bairro Maxinda, em Guarapari, um homem de 56 anos, foi preso e, no local, foram apreendidas munições de calibres de uso permitido. Já no bairro Bela Vista, no mesmo município, a polícia prendeu uma mulher de 44 anos e um homem, de 48.

Já em Eunápolis, na Bahia, foram presos um homem de 27 anos e uma mulher, de 26. Os cinco são apontados pela polícia como mandantes, intermediadores e executores. Entretanto, as investigações ainda estão em andamento para esclarecer o papel de cada um dos presos e verificar qual foi a motivação do crime que, a princípio, seria uma divergência negocial.

De acordo com a Polícia Civil, na ocasião todos os presos serão encaminhados ao sistema prisional do Espírito Santo. Os nomes das pessoas suspeitas pelo crime não foram informados pela Polícia naquele momento. 

Thiago era dono de uma empresa de terraplanagem, que prestava serviço para a Prefeitura de Guarapari. Valdecir seria um dos seus sócios. Antes de ser morto, Thiago chegou a fazer um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, onde relatou ter sofrido uma ameaça de morte por parte de outro empresário, em junho deste ano, no mesmo município.

De acordo com o registro ao qual a TV Gazeta teve acesso, os dois teriam brigado devido à disputa por uma licitação da cidade. O outro empresário teria procurado Thiago devido a uma suposta dívida e dito que "se não recebesse de uma forma, iria receber de outra".

A Polícia Civil também investigava um vídeo que mostra dois homens na região do estabelecimento onde o empresário Thiago foi morto. Inicialmente, eles aparecem de capuz, andando normalmente. Pouco depois, ambos surgem correndo na direção contrária. Confira:

PROCESSO TRAMITA EM SEGREDO DE JUSTIÇA

No dia da prisão de Valdecir, em sua casa, foram apreendidas munições de calibres de uso permitido. Por esta situação, ele enfrentou no dia 16 de dezembro uma audiência de custódia em decorrência do flagrante.

“Eram munições muito antigas e isto foi informado. Foi estipulada pela polícia uma fiança de R$ 100 mil, que acabou sendo reduzida para R$ 10 mil, em juízo”, explicou o advogado Jório. Após o pagamento da fiança, pela apreensão da munição, Valdecir foi liberado. Este caso, que contém informações sobre Valdecir, não tramita em segredo de Justiça.

Ocorre que havia mandado de prisão em relação ao homicídio de Thiago Simões Nossa, pelo qual Valdecir é suspeito. Foi por este caso, que tramita em segredo de Justiça, que Valdecir foi mantido na prisão. O inquérito ainda não foi concluído pela Polícia Civil.

RELEMBRE O CRIME DE THIAGO

Na manhã do dia 11 de novembro deste ano, a Polícia Militar informou que uma equipe esteve no local do crime e obteve a informação de que dois indivíduos armados entraram em um escritório que fica na área de um posto de gasolina e anunciaram o assalto.

"No momento da fuga, os suspeitos atiraram e deram facadas em um homem que, após receber atendimento médico, veio a óbito. Buscas foram realizadas, mas os indivíduos não foram localizados", informou a corporação, na ocasião. De acordo com apuração da TV Gazeta, Thiago Simões Nossa morreu na ambulância.

Conforme apurado pela TV Gazeta à época, o empresário Thiago Simões Nossa chegou a fazer um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, em junho deste ano, no qual relatou ter sido ameaçado por outro empresário. De acordo com o registro, os dois teriam brigado por causa da disputa de uma licitação em Guarapari.

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