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Empresas doam de oxímetros a oxigênio para tratar doentes da Covid no ES

Empresas doam de oxímetros a oxigênio para tratar doentes da Covid no ES

Companhias de diversos segmentos estão se unindo ao poder público para atender demandas emergenciais e colaborar com o enfrentamento ao coronavírus durante o agravamento da crise sanitária

Publicado em 1 de abril de 2021 às 20:51- Atualizado há 3 anos

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Trabalhador chega com cilindro de oxigênio ao hospital Getúlio Vargas, em meio a surto de doença coronavírus (COVID-19) em Manaus, Brasil, 14 de janeiro de 2021. REUTERS / Bruno Kelly ORG XMIT: GGGRJO01
Empresas vão doar cilindros de oxigênio para enfrentamento da Covid-19. (REUTERS/Bruno Kelly/Folhapress)

O agravamento da pandemia do coronavírus fez nascer uma nova "corrente do bem". Além de ações individuais da população, empresas têm se mobilizado para ajudar como possível, seja com a doação de produtos, como máscaras e alimentos, e até de oxímetros e de oxigênio para tratar os pacientes contaminados pela Covid-19 no Espírito Santo.

Há ainda iniciativas para ajudar o Estado a abrir leitos hospitalares e um esforço para compra de vacinas pelo setor privado, sendo que, de acordo com a lei, parte dos imunizantes precisa ser doada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O presidente do movimento empresarial ES em Ação, Fábio Brasileiro, conta, por exemplo, que a organização tem feito uma ponte entre o setor privado e o poder público a fim de entender quais são as demandas existentes e mobilizar empresários a colaborar no enfrentamento à crise.

“Em relação à vacina, não tem muito jeito, pois a mesma dificuldade que o Estado está passando para adquirir nós também temos enfrentado. Mas há outras questões em que temos conseguido ajudar mais rapidamente, como a aquisição de leitos, medicamentos e equipamentos”, destaca.

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Há certos materiais que o setor privado tem maior facilidade e maior rapidez para obter. Então, o empresariado tem colaborado como possível para que a gente possa salvar vidas e superar tudo isso o quanto antes

Fábio Brasileiro
Presidente do ES em Ação
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Suzano, por exemplo, anunciou a doação de 8 mil metros cúbicos de oxigênio hospitalar em cilindros que serão entregues à Prefeitura de Aracruz para distribuição aos postos de abastecimento das unidades municipais de saúde, conforme a demanda local.

“O atual cenário de disseminação da Covid-19 é preocupante. Estamos empenhados em buscar soluções para reverter o quadro e amenizar os riscos para a população. A doação de oxigênio é uma forma de potencializar o combate à doença, ajudando os profissionais da saúde que estão na linha de frente e os pacientes internados que necessitam deste insumo”, ressalta Daniel Ramos, gerente de Relações Corporativas da Suzano.

A empresa tem promovido diversas ações para ajudar no enfrentamento à Covid-19, e, desde o início da pandemia, já doou ao Espírito Santo 80 mil máscaras de tecido, 30 respiradores, 80 mil máscaras hospitalares e 58 mil litros de álcool 70% glicerinado.

Além dessas ações, a gigante da celulose também está envolvida em um projeto de cooperação empresarial, junto à EDP e o Grupo Águia Branca, para disponibilizar 60 leitos hospitalares exclusivos para o tratamento do coronavírus, que serão destinados aos hospitais Dório Silva e Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, e no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus.

As empresas vão disponibilizar os recursos – mais de R$ 2 milhões – e o ES em Ação coordenará, por meio de um convênio específico com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a aquisição dos equipamentos necessários para estruturação dos leitos clínicos em caráter de urgência.

Os 60 leitos serão instalados em estruturas modulares (pré-fabricadas) e provisórias, de forma anexa aos hospitais, inicialmente por um prazo de 90 dias, que poderá ser prorrogado pelo período necessário para combater a fase crítica da pandemia.

"Todos os equipamentos contratados ficarão posteriormente como legado para a saúde pública do Espírito Santo", informaram as empresas em comunicado.

O ES em Ação segue conversando com outras companhias para alcançar o total de 100 leitos abertos pela iniciativa privada, conforme adiantou a colunista Beatriz Seixas.

Além disso, um grupo de indústrias está realizando a doação de 4.250 oxímetros ao Estado, para que seja feita a medição da oxigenação do sangue de pacientes contaminados pela Covid-19.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (1º), pelo governador Renato Casagrande, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini.

Pessoa com aparelho oxímetro no dedo para medir a saturação do oxigênio no sangue
Pessoa com aparelho oxímetro no dedo para medir o oxigênio no sangue. (Shutterstock)

A aquisição dos equipamentos foi feita pela Findes com o aporte financeiro da EDP, Fortlev, Nestlé/Garoto, Buaiz Alimentos, Villoni Alimentos, Mondelez, Selita, Frisa, Real Café e Uniaves.

“O oxímetro foi uma demanda emergencial, para que os municípios tenham capacidade de controlar cada vez melhor o avanço da doença. Com isso, a gente reativou a 'Indústria do Bem', que foi um projeto que a gente fez no início da pandemia, para que as indústrias que estão sensibilizadas com esse momento que o Espírito Santo passa possam contribuir”, observou Samorini.

A doação dos equipamentos foi alinhada com a Secretario de Estado da Saúde  após serem identificadas demandas emergenciais. Durante o anúncio da contribuição, o secretário explicou que tem havido uma diminuição de consciência sobre o risco da doença, e que muitos pacientes só tem buscado o serviço de saúde quando já estão em estágio mais severo da doença.

“O monitoramento, por meio do oxímetro, é uma aposta na atenção primária, e vai permitir acompanhar a situação para que os pacientes não cheguem em estado tão grave aos serviços de saúde", frisou o secretário.

Indústrias capixabas, por intermédio da Findes, também buscam adquirir doses de vacina contra o coronavírus. A tentativa de compra é feita com outras federações do setor e, de acordo com previsto na lei que autorizou a importação de vacinas pelo setor privado, parte dos imunizantes deve ser doada ao SUS.

Entrega de Elmos doados pela Findes ao Hospital Dório Silvio
Entrega de Elmos doados pela Findes ao Hospital Dório Silva. (Findes/Divulgação)

No último dia 26, a Findes, por meio do Sesi, também entregou cinco capacetes respiratórios, os chamados Elmos – desenvolvidos pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em parceria com o governo e outras instituições daquele Estado – , ao Hospital Estadual Dório Silva, para tratamento de pacientes contaminados pela Covid-19. Também está prevista a doação de mais cinco equipamentos do tipo ao Estado.

“Os Elmos podem ser utilizados nas UPAs e em qualquer unidade hospitalar como UTIs e enfermarias. Além disso, os capacetes evitam a intubação e diminui as suas consequências em cerca de 50% a 60% dos casos. Estamos esperançosos para que, além de todos os protocolos de segurança contra a pandemia, estes equipamentos colaborem na assistência aos pacientes”, explicou Cris Samorini.

Vale também tem realizado contribuições. Além de ter realizado no ano passado uma parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Senai para manutenção de respiradores disponibilizados pelo governo Estadual, a empresa anunciou que  vai doar ao governo federal medicamentos necessários para o procedimento de intubação de pacientes para redistribuição aos Estados.

"A mineradora encomendou da China ao menos 2,1 milhões de insumos como ampolas de sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides. Estão avançadas conversas com outras grandes empresas brasileiras para ampliar a ação solidária. Este ano a empresa também realizou a compra de 50 milhões de seringas para doação ao Ministério da Saúde. O primeiro lote, com 2 milhões de seringas, chegou ao Brasil no início de março."

Já a ArcelorMittal Tubarão informou que, desde o início da pandemia, tem implementado vários projetos e tem outros a serem executados, com parceiros locais, para enfrentamento da Covid-19. As ações realizadas até o momento já ultrapassam a ordem de R$ 1 milhão.

“Dentre as ações, destaque para a doação de 78 equipamentos de corte e costura para presos fabricarem cerca de 300 mil máscaras descartáveis por mês. Os equipamentos de proteção, que incluem ainda aventais e toucas, foram destinados aos profissionais do sistema de Justiça, como inspetores penitenciários, agentes socioeducativos, policiais militares e bombeiros.”

No Norte do Estado, em parceria com a Prefeitura de Linhares, a empresa contribuiu para a instalação de nove leitos de UTI para o Hospital Geral do município. A companhia esclareceu que também produziu e doou 150 mil face shields aos profissionais da saúde da Serra e do Estado, de modo geral.

Também foram implementadas ações sociais, como, por exemplo, entrega de kits de higiene pessoal e limpeza para Casas Lares, doação de água mineral a pacientes em isolamento, doação de cestas básicas e de cartões de R$ 50 cada a famílias carentes, entre outros.

Empresas como Petrobras, Log-in, Souza e Cruz, Comunitas e a Fundação Itaú para a Educação e Cultura também realizaram doações de materiais e serviços para auxiliar no enfrentamento à pandemia, segundo o portal de Transparência do Painel Covid.

No ano passado, a Petrobras, por exemplo, anunciou a doação de até 105 mil litros de óleo diesel combustível automotivo e até 55 mil litros de gasolina automotiva ao Estado, para abastecimento de ambulâncias, veículos de transporte de equipe médica e geradores de energia de hospitais e instituições sem fins lucrativos.

Há também doações em dinheiro. A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) montou um monitor de doações para o combate ao coronavírus, e segundo o levantamento, até esta quinta-feira (1), mais de 612 mil empresas, institutos e famílias já haviam destinado R$ 6,72 bilhões para ações diversas em todo o país.

No Estado, já foram arrecadados mais de R$ 276,7 mil, sendo R$ 254,4 mil pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito Santo, por meio do projeto Juntos Pela Vida, que tem como objetivo para levantar recursos para os hospitais filantrópicos capixabas durante a pandemia.

Já a Central Única das Favelas (Cufa) do Espírito Santo arrecadou mais de R$ 22,3 mil para aquisição de alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e higiene pessoal, que serão distribuídos ás famílias das comunidades durante a pandemia.

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